SÓ SÃO PAULO
HOME | NOTÍCIAS | COLUNAS | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 

violência
27/07/2004
Cai o número de roubos com Bilhete Único

A diminuição do dinheiro e dos passes em poder dos cobradores de ônibus e dos perueiros desde a adoção do bilhete único está por trás da redução recorde no número de assaltos no sistema de transporte público de São Paulo. É o que dizem empresários e Prefeitura. De fato, em junho, primeiro mês do novo método, foram registrados 611 ataques de assaltantes na capital, uma queda de 50,6% em comparação com a média mensal de 2003 – 1.238 casos.

A maioria desses roubos ocorre na periferia, principalmente na zona leste. Desde 2000, em média, de 6 a 12 desses assaltos terminaram com morte todos os anos. Foi o que ocorreu com o motorista Aldeni Silva Novaes, de 43 anos, da Viação Brasil Luxo. Ele fazia a última viagem da linha Jaraguá-Santana, na zona norte, quando dois homens entraram no veículo.

Ao passar diante de uma base policial, o motorista não teve dúvida: entrou com o veículo no posto. O ladrão atirou três vezes em Novaes. Ele acabou preso enquanto seu parceiro fugiu pela janela sem levar os R$ 15 e 10 passes que estavam com o cobrador.

O bilhete único começou há dois meses. Até ontem, segundo a Secretaria Municipal dos Transportes, 45% das passagens diárias já eram pagas pelo novo esquema. Ao todo o sistema municipal transporta 3,5 milhões de passageiros por dia em 5,5milhões de viagens.

O bilhete funciona com um cartão recarregável, como o de telefonia pré-paga. O passageiro compra em postos da SPTrans e em casas lotéricas créditos que são carregados em seu cartão. Cada vez que ele toma ônibus, passa o cartão em uma máquina que debita do bilhete o valor da passagem. A passagem eletrônica tem validade por duas horas. Assim, o passageiro pode tomar uma segunda ou terceira condução usando aquele primeiro crédito.

Os passes e vales-transporte, outros alvos dos ladrões, acabarão em outubro. Agosto será o último mês em que a Prefeitura os distribuirá para as empresas, que têm até lá para se adaptarem ao sistema – passes e vales têm validade de dois meses.

O sindicato das empresas de ônibus de São Paulo, o SPUrbanuss (antigo Transurb), credita a diminuição dos roubos à informatização do sistema. De acordo com o sindicato, além do bilhete único, a catraca eletrônica ajudou a retirar o dinheiro e passes dos cobradores, tornando os caixas dos ônibus menos atraentes aos ladrões. Para os empresários, com a adesão cada vez maior da população ao novo bilhete, a tendência é esse crime diminuir ainda mais.

O secretário municipal dos Transportes, Gérson Luis Bittencourt, disse que a redução dos roubos já era esperada quando o bilhete único foi adotado. “Não há outra explicação para a diminuição significativa dos assaltos.” Segundo ele, os roubos a garagens de empresas de ônibus também caíram. Os números da Prefeitura têm como base dados das empresas de ônibus e cooperativas de perueiros – aí não estão incluídos os roubos a peruas clandestinas.

Não há, por enquanto, estudo para saber se houve migração dos ladrões dos ônibus para as lotéricas. Cerca de 700 delas estão credenciadas a vender os bilhetes – há 3 postos da SPTrans. O problema é que as lotéricas são um alvo antigo dos ladrões, pois, além dos jogos, recebem dinheiro de contas de água, luz e outras, por meio do sistema da Caixa Econômica Federal. Quando o passageiro é roubado, ele deve ligar para o 156 e bloquear o cartão. Para tanto, deve fornecer o número que fica atrás do bilhete.

Balanço
A redução dos roubos no transporte acompanha outra tendência: a diminuição em 2,4% dos roubos na cidade, conforme mostram os números do primeiro trimestre deste ano (41.016) em relação ao mesmo período de 2003 (42.055). Nos últimos dois anos, a polícia fez operações na zona leste para tentar prender ladrões de ônibus, principalmente em Itaquera e Sapopemba.

 

MARCELO GODOY
do jornal O Estado de S. Paulo

 
 
 

notícias ANTERIOREs:
23/07/2004 Bairro Novo terá prédios baixos e praças
22/07/2004
Marta fecha parceria para criar cooperativa para catadores de lixo de SP
21/07/2004 Para urbanistas, Plano Diretor de SP não tem foco
21/07/2004 Paraisópolis terá creche 24 horas
20/07/2004 Acordo prevê fim de escolas de lata até 2005
16/07/2004
Reparo vai deixar 6,3 mi sem água em SP
15/07/2004 Conselho de Representantes é aprovado, mas não agrada líderes civis
15/07/2004
Mais um presente para SP: Bienal de graça para mais de 1 milhão
12/07/2004 Público ignora frio e vai à Paulista
08/07/2004 Crise faz abrigos virarem casa substituta