Ar de São Paulo melhora, mas ainda está fora do recomendado
da Folha Online
Caio Guatelli/Folha Imagem
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Rodízio tem pouca ação sobre poluição |
De
acordo com a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental),
os índices de poluição apresentaram um decréscimo considerável entre
1995 e 1999.
Para se ter uma idéia, 1995 teve 50 dias de qualidade inadequada
do ar e seis dias com qualidade má, levando-se em conta o índice
de monóxido de carbono. Em 1999, foram seis dias de ar inadequado
e nenhum de má qualidade.
O
que tem preocupado os especialistas é o gás ozônio,
que só é benéfico acima de 12 km de altitude e é, na verdade, produto de uma reação química entre outros gases em contato com o calor.
Em 1995, dez dias tiveram quantidade nociva do gás, enquanto
no ano passado o número ficou em 27.
Essas taxas se baseiam na medição ano-a-ano. Para se afirmar que
há qualquer tendência em relação à qualidade do ar, o método comparativo
deve avaliar um período que gira em torno de cinco anos.
Em relação a partículas inaláveis (poeira), 1995 apresentou 79 dias
inadequados e sete de má qualidade, enquanto 1999, 69 dias com ar
inadequado e sete de ar ruim.
Partículas em alta
A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que o número diário
de partículas seja de 150 microgramas por metro cúbico e tenha média
anual de 50.
O pior índice da estação medidora do Pq. D. Pedro 1º foi, em 1999,
de 54 microgramas por metro cúbico. A média anual foi de 185.
Mas, se comparados a 95, tiveram uma queda sensível. Naquele ano,
o dia de pico apresentou 89 microgramas por metro cúbico, para uma
média anual de 230.
Reflexos
O reflexo do rodízio de automóveis é ainda pouco visível, já que
os automotores respondem por 40% das partículas inaláveis e só 20%
dos veículos são retirados de circulação diariamente.
Um melhor controle dos combustíveis e da emissão industriais, além
da regulamentação de índices máximos permitidos para veículos 0
km, tem contribuído sensivelmente para o ar de São Paulo, de acordo
com especialistas.
(RC)
Fontes:
Helena Ribeiro, professora e pesquisadora do depto. de saúde
ambiental da Faculdade
de Saúde Pública da USP; Jesuino Romano, gerente
da divisão de qualidade do ar da Cetesb
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