Eufórico
e emocionado por ganhar o prêmio de melhor escritor do ano,
o gaúcho Menalton Braff, 61, disse que receber o Jabuti por
Melhor Livro do Ano de Ficção foi o coroamento de
40 anos de trabalho.
"Tinha
publicado muito pouco, mas sou professor de Literatura", afirmou
Braff à Folha Online, na sexta-feira (28) minutos
após o anúncio durante a 16ª Bienal Internacional
do Livro, no Expo Center Norte, em São Paulo. "Agora
todos os caminhos vão se abrindo."
Autor
de dois livros com um pseudônimo, ele disse que teve mais
sorte ao colocar seu nome no livro e que não esperava, em
momento algum, ganhar o Jabuti. Confira a entrevista do autor.
Folha
Online - O senhor esperava receber esse prêmio?
Menalton
Braff -
Na verdade eu não esperava. Receber hoje o Jabuti foi o melhor
susto que a vida já me deu. Eu não corri atrás.
Quando vi publicado na Folha que tinha ficado entre os dez
finalistas, já me surpreendi. Disse para o meu editor que
isso era coisa dele (risos).
Folha
Online - O que representar para o senhor receber o Prêmio
Jabuti?
Braff
-
Foi o coroamento de uma vida inteira, de um trabalho de 40 anos.
É o início de um novo patamar. Agora, todos os caminhos
vão se abrindo porque é muito difícil publicar
ficção no Brasil. Eu não tinha publicado, mas
sou professor de literatura e essa é a minha vida.
Folha
Online - Qual a história de "À Sombra do Cipreste"?
Braff -
Quando escrevemos um conto, nunca pensamos em um livro. Eles vão
surgindo e, como não sou de muita produção,
fui arquivando. Um dia, vi que já tinha um volume razoável.
Daí, um editor (Galeno Amorim) acabou me procurando e sugerindo
que publicássemos. São contos do dia-a-dia das pessoas.
Fiz a seleção e pronto. Quero aproveitar e dizer que
o Galeno é o responsável por tudo de maravilhoso que
está acontecendo nesta noite.
Folha
Online - Em toda a sua carreira o senhor publicou só dois
livros. Não é verdade?
Braff
-
A Lygia (Fagundes Telles) costuma dizer que o ofício do escritor
é o mais solitário que existe. Eu já tinha
trabalhado em antologias e publicado dois livros com pseudônimos
_"Na Força da Mulher", de contos, e o romance "Janela
Aberta". Eles são inferiores ao que escrevi agora. Parece
que dei mais sorte colocando o meu nome (risos). Esse pseudônimo
foi uma espécie de aprendizado.
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