Hélio Costa explica por que chamava criador da Globo de "doutor Roberto Marinho"

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Em 50 textos, leitor acompanha reportagens do ex-correspondente

Em "Lembranças de um Tempo Fantástico", lançamento da Benvirá, o senador, ex-ministro e jornalista mineiro de Barbacena Hélio Costa explica por que chamava o criador da Globo de "doutor Roberto Marinho". Ele foi um dos principais correspondentes do "Fantástico" nos anos 1970 e 1980, depois enveredou para a política, foi deputado federal e ministro das telecomunicações do governo Lula.

Durante um debate para sua primeira campanha para deputado federal, um correligionário dos candidatos do PT disparou-lhe a pergunta:

- "Por que você chama o Roberto de "doutor"?

Ele respondeu que se tratava de uma homenagem ao "doutor em jornalismo" que assumiu O Globo aos 23 anos de idade, após a morte do pai, conseguiu superar todas as dificuldades e transformar o recém-criado jornal no embrião da quarta maior rede de comunicação privada do mundo e a primeira da América Latina".

Ele citou ainda Tancredo Neves: "em Minas Gerais nós temos um bom exemplo dessa homenagem: sabe por que chamávamos Tancredo Neves de "doutor" Tancredo? Não era por seu brilhantismo como advogado ou porque os mais humildes queriam demonstrar subserviência. Nós o chamávamos assim porque Tancredo Neves era "doutor" em política.

Hélio Costa diz que nunca mais ninguém fez a mesma pergunta. O capítulo detalha os encontros do jornalista com Marinho, como os passeios em suas viagens a Nova York, e sobre cavalos, uma das paixões do empresário, além de bastidores da Rede Globo.

"A contratação de Paulo Francis pela Globo, em Nova York, é um exemplo dessa capacidade que tinha Roberto Marinho (1904-2003) de admirar até mesmo adversários mais ferrenhos", escreve na página 245. No livro, Costa relembra ainda suas escolhidas 50 reportagens, descrevendo bastidores, dificuldades, surpresas e lições.