Premiado no '50 Best', Rueda quer ter o 'santuário do porco no mundo'; confira repercussão

Chefs brasileiros premiados no "50 Best América Latina" comentaram o anúncio dos melhores restaurantes da região. O prêmio, cuja cerimônia foi realizada na noite desta terça (24) em Bogotá, na Colômbia, está em sua quinta edição e é uma subdivisão do ranking dos 50 melhores do mundo, existente desde 2002.

O Brasil passou a ter três representantes no top dez. A Casa do Porco, de Jefferson Rueda, que entrou na lista no ano passado em 24º lugar, subiu 16 colocações e ficou em oitavo.

O restaurante mais bem colocado segue sendo o D.O.M., de Alex Atala, que se mantém na terceira posição. O Maní, de Helena Rizzo, foi de oitavo para nono.

Confira o que disseram os chefs premiados.

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Alex Atala
chef do D.O.M. (SP), 3° lugar

"Com certeza, nós do D.O.M., depois de 12 anos na lista dos 50 melhores do mundo (50 Best World Restaurants) e sempre presente nas primeiras posições dos 50 melhores da América Latina, ficamos muito felizes de estar mais uma vez nesta lista. Espero que o Brasil tenha a força que hoje tem o Peru de promover dois jovens chefs a primeiro e segundo lugar. O que me faria realmente muito feliz seria ver jovens chefs brasileiros. Acredito que esta lista tem a grande função de abrir as portas para novos cozinheiros do país e o Brasil, venho repetindo isso nos últimos anos, é o maior celeiro do mundo de jovens chefs."

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Jefferson Rueda
chef de A Casa do Porco (SP), 8º lugar

"Cada dia mais, A Casa do Porco vai ser o santuário do porco no mundo, onde a gente vai cuidar, derrubar mitos e defender as verdades."

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Helena Rizzo
chef do Maní (SP), 9º lugar

"Prêmios como este têm muita importância para dar visibilidade à nossa comida, aos nossos cozinheiros. A América Latina está longe de ter a visibilidade que a Europa tem na cobertura internacional de gastronomia, então um prêmio focado na região abre muitas portas. Estar entre colegas brasileiros, cujas carreiras eu pude acompanhar conforme fomos trilhando nosso próprio caminho no Maní, é muito especial. É a certeza de poder apresentar para o mundo uma gastronomia brasileira multifacetada. Do Maní à Casa do Porco, por exemplo. Sobre haver três brasileiros entre os dez melhores, fico feliz, pois há também três peruanos na lista, sendo que sabemos que, na última década, o governo do Peru investiu em uma campanha importante de promoção da gastronomia do país, incentivo que infelizmente o Brasil ainda não se organizou efetivamente para por em prática."

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Rafa Costa e Silva
chef do Lasai (RJ), 16º lugar

"Listas e prêmios têm a importância que nós mesmo damos a elas, não se pode ficar nem muito triste quando saímos em último e (principalmente) nem muito feliz quando saímos em primeiro! Elas são o que são! Dito isto, estou feliz por todos, todos merecem isto e muito mais! Merecemos mais brasileiros nesta lista e em todas as outras!"

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Rodrigo Oliveira
chef do Mocotó (SP), 27° lugar, e do Esquina Mocotó (SP), 41° lugar

"O evento é lindo, um momento único de juntar essa América Latina tão grande quanto diversa. O fato de ter as duas casas na lista talvez represente bem essa diversidade e o quanto o '50 Best' é permissivo. Talvez em um outro formato de premiação fosse impossível ver as duas casas lado a lado, sendo que são tão distintas. Para nós, foi uma grande surpresa. Uma surpresa bem-vinda, bem acolhida, mas com ela vem mais responsabilidade. Agora, é continuar tocando o nosso barco aqui na quebrada."

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Ivan Ralston
chef do Tuju (SP), 45º lugar

"Uma honra fazer parte da lista pelo segundo ano consecutivo. No meu entender, o Brasil poderia ter mais protagonismo já que somos, sem a menor sobra de dúvidas, a grande potência gastronômica da região. O que falhamos em marketing ganhamos em equilíbrio. Passou da hora do número um ser brasileiro."

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A jornalista viajou a convite da ProColombia

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