Border collie é uma das raças mais inteligentes e precisa de atividades físicas diárias

Bruno Santos/Folhapress
Border é considerado um dos cães mais inteligentes
Border é considerado um dos cães mais inteligentes

O border collie tem fama de ser um dos cachorros mais inteligentes que existem. E os donos da raça juram de pés juntos que a premissa é verdadeira. "Os meus aprenderam a abrir a geladeira com o focinho. Um dia, chegamos em casa e estava tudo no chão: iogurte, pote de requeijão... Eles também sabem acender a luz e até abrir e fechar as portas", conta a estudante Raíssa De Dato, 23, moradora do Tucuruvi, na zona norte.

Raíssa é dona não de um nem de dois, mas de sete border collies. Todos adotados –um foi vítima de maus-tratos, outro é surdo e seria sacrificado. "Eles vão aparecendo para mim. A maioria é porque a família comprou por impulso e depois não conseguiu cuidar", diz Raíssa, que adicionou recentemente à família as sem raça definida Duda e Dara, abandonadas na rua onde mora.

E por que, mesmo sendo um dos cães mais espertos do mundo, nem todo mundo dá conta do border? A raça, quinta mais registrada no Kenel Clube no ano passado (707), foi desenvolvida na Grã-Bretanha para ajudar no manejo de rebanhos. Por isso, tem instinto de cão pastoreiro. "Para viver em apartamento, o dono tem que estar comprometido. Tem que gostar de praticar atividades físicas e ao ar livre", afirma a veterinária Pâmela Yamamoto, que cuida do canil Border Sammy, especializado na criação.

De qualquer forma, não faltam recursos para quem está pensando em ter um cachorro da raça. Brinquedos interativos, creche e "dog walkers", que passeiam diariamente com o bicho, podem ajudar na missão. Carolina Fraga, adestradora da franquia Cão Cidadão, também ressalta que o border pode se tornar um cachorro medroso se não for socializado. "É um problema que surge quando o animal não é exposto aos estímulos de que precisa ainda filhote. Por isso, ele deve ser apresentado, de maneira saudável, à rua, a outros cães e pessoas", explica.

A displasia (problema nas articulações), comum no golden retriever, também é frequente na raça border collie. "Quem leva a sério faz o controle da doença testando os pais geneticamente antes da reprodução. Mas, ainda assim, não é possível prevenir totalmente", diz a veterinária Pâmela. Além disso, é preciso escovar os pelos, que são vistosos, mas caem bastante (alerta para os alérgicos). "Dá para fazer outro cachorro só com o que sai", brinca Raíssa. No caso dela, dá para fazer mais sete.

*

Raio-x da raça

País de origem Grã-Bretanha
Temperamento Perspicaz, alegre, inteligente
Porte Médio (até 20 kg)
É cão de apartamento? Não
Preço médio R$ 4.000

Publicidade
Publicidade