Descubra quem são os melhores médicos de São Paulo segundo o Datafolha

Como descobrir, da oftalmologia à psiquiatria, quem são os melhores profissionais? Não é tarefa fácil, mas, se existe uma boa maneira de começar, é perguntando para quem conhece esse mundo de perto (ou de dentro): os próprios médicos.

O Datafolha entrevistou 822 especialistas da cidade de São Paulo para descobrir quem são suas maiores referências. Dos 27 nomes apontados pela pesquisa, é possível traçar um perfil desse doutor: homem branco, 69 anos, professor em uma renomada escola de medicina, com boa atuação no ensino e na pesquisa, liderança em associações médicas.

É possível marcar uma consulta para daqui a dez dias e ela custa R$ 971 (só particular ou planos de saúde premium). O atendimento? Feito sem pressa no consultório particular –todo o tempo do mundo ao doente para chorar as mágoas e expiar suas dores.

Se algum procedimento for necessário, os melhores hospitais da cidade estão logo ali na esquina. Tomara que o convênio cubra.

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CARDIOLOGISTAS

José Antônio Ramires

Quem entra na sala do professor Ramires, no InCor, encontra, além da simpatia da secretária Angélica, uma parede repleta de cartões postais emoldurados. O cardiologista os traz das viagens que faz para dar palestras e participar de congressos. Diz não saber recusar os convites que recebe.

O médico é um dos maiores especialistas brasileiros em doenças coronárias e em infarto do miocárdio, o que faz com que pacientes até de outros estados e países o procurem. Chegou a construir uma relação amistosa com o republicano George Bush (o pai) e com a democrata Hillary Clinton, mesmo não gostando de política –se algum alto funcionário americano passasse por apuro na América do Sul, ficaria sob seus cuidados.

Participa do corpo editorial de mais de 50 revistas científicas e, como sua mesa não deixa mentir, gosta disso. "Leio o dia inteiro", relata. Além disso, afirma ter especial interesse no contato com os futuros médicos, alunos da Faculdade de Medicina da USP. "O que eu faço é um sacrifício? Pode até ser na medida errada, mas é aquilo que eu gosto e minha obrigação", diz.

Nascimento 19 de outubro de 1946, em São Paulo (SP)
Formação USP, 1970
Atuação InCor
Consulta R$ 1.200
Apontado por 12% dos médicos

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José Eduardo Souza

José Eduardo mudou-se aos 10 anos de idade para Fortaleza para poder estudar o ginásio. Ainda passou um tempo em São Luís antes de ser aprovado em medicina na UFPE. Depois de formado, em 1959, veio para São Paulo e compôs a primeira turma de residentes do recém-inaugurado Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (à época apenas Instituto de Cardiologia), onde continua até hoje. Foi um dos pioneiros no estudo e na utilização de stents no mundo.

Nascimento 30 de janeiro de 1934, em Pedreiras (MA)
Formação UFPE, 1958;
Atuação HCor, Dante Pazzanese, consultório
Consulta R$ 1.000
Apontado por 8% dos médicos

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Antonio Carlos Carvalho

Na infância, Carvalho gostava de observar o pai, farmacêutico que atuava em Leme (SP). Apesar de gostar da vida no interior, seus maiores feitos se dariam na cidade grande. Recentemente, no projeto Rede de Infarto, mostrou que é possível prevenir até dois terços das mortes apenas alterando o gerenciamento e o fluxo de pacientes em unidades de saúde da periferia, treinando equipes e fazendo leitura de eletrocardiogramas a distância.

Nascimento 13 de setembro de 1947, em Campinas (SP)
Consulta R$ 600
Formação Unesp-Botucatu, 1972
Atuação HSP, Einstein, HCor, consultório
Apontado por 8% dos médicos

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Fabio Biscegli Jatene

Fabio Jatene chegou a pensar em veterinária ou em ser piloto de caça, mas a medicina ganhou. O pai, Adib Jatene, sem querer, deu uma forcinha: "Ele era um entusiasta, nunca reclamava de nada; era bonito de ver." Depois da aulas, Fabio auxiliava um amigo do pai em cirurgias na Beneficência Portuguesa. "Fui tomando gosto. Eu via que aquilo resolvia o problema do paciente". Especializou-se em cirurgia torácica e cardiovascular.

Nascimento 20 de março de 1955, em São Paulo (SP)
Formação FMABC, 1978
Consulta R$ 800
Atuação InCor, Sírio, HCor, Einstein, Oswaldo Cruz
Apontado por 7% dos médicos

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Michel Batlouni

Em 1943, o então jovem estudante Michel Batlouni, 15, se mudou para a capital do estado para estudar. Era o começo de uma história que ainda hoje permanece em curso. Fez faculdade na UFRJ. Formou-se em 1953 e logo voltou para São Paulo. Encontrou guarida em 1958 no Instituto Dante Pazzanese, onde permanece desde então –é um casamento que já dura 59 anos. Batlouni e colegas trataram o ídolo são-paulino Roberto Dias, que teve um infarto aos 27 anos, em 1970. Outro paciente famoso que teve foi o empresário e apresentador Silvio Santos.

Nascimento 23 de junho de 1928, em Itápolis (SP)
Formação UFRJ, 1953
Atuação Dante Pazzanese, consultório; Consulta R$ 700
Apontado por 7% dos médicos

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Leopoldo Piegas

Por conselho do pai, Leopoldo afastou-se da sina da família, uma vida no campo ligada à criação de gado ovino e bovino. Depois de formar-se em Porto Alegre, fez residência no Dante Pazzanese e, graças a um convite de Adib Jatene, não voltou mais para o Sul. "Eu era o sétimo integrante do grupo, o mais jovem." Um de seus focos de atuação era o tratamento de pacientes com doenças coronarianas e em pós-operatório. Chegou a dirigir o IDPC anos depois. " O médico não é treinado para a gestão e não se preocupa com logística e gastos –uma área importantíssima."

Nascimento 23 de janeiro de 1943, em Pelotas (RS)
Formação UFCSPA, 1966
Atuação HCor, consultório
Consulta R$ 1.200
Apontado por 7% dos médicos

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Fernando Bacal

Filho de cardiologista (e sobrinho de quatro tios médicos), desde cedo Fernando tinha ideia de qual seria sua profissão. Especializou-se no trato de pacientes com insuficiência cardíaca grave, que muitas vezes é acompanhada de outros problemas, como obesidade e diabetes. Os casos muitas vezes requerem um novo coração. Ele coordena os programas de transplantes do InCor e do Einstein. Orgulha-se de ter muitos pacientes médicos –que o indicam para seus familiares e pacientes. A palavra chave para o bom resultado, afirma, é "disponibilidade".

Nascimento 28 de fevereiro de 1966, em São Paulo (SP)
Formação Unisa, 1989
Atuação Incor, Einstein, consultório
Consulta R$ 800
Apontado por 7% dos médicos

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CIRURGIÃO PLÁSTICO

Pedro Vital Netto

Uma das primeiras modificações corporais às quais travestis se submetem é o implante de próteses de silicone. O procedimento também é o mais buscado por aquelas que já que nasceram mulheres. "Mamas são mais importantes do que carteira de identidade", conclui Pedro Vital Netto.

Ele, que lida diariamente com a beleza, adquiriu conhecimento cirúrgico em um mundo mais intenso: o Hospital dos Defeitos da Face. Isso no começo da década de 70; o hospital era recém-inaugurado. Muitos dos casos eram pessoas queimadas, com lábio leporino ou que se envolveram em acidentes graves.

O começo da carreira coincidiu com um momento de emancipação feminina. A pílula se popularizava, divórcios aumentavam e a cirurgia plástica deixava de ser uma especialidade com foco somente em mulheres mais velhas. Netto ia para os EUA e voltava com novas técnicas na cabeça e equipamentos de última geração na mala.

Algumas pacientes, conta, cismam ver defeitos que não existem. "É muito mais difícil dizer 'não' do que dizer 'sim', mas é fundamental manter uma conduta ética para não as expor a riscos desnecessários."

Nascimento 19 de agosto de 1941, em São Paulo (SP)
Formação EPM, 1967
Atuação Einstein, clínica particular
Consulta R$ 800
Apontado por 12% dos médicos

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DERMATOLOGISTA

Evandro Rivitti

Dermatologista à moda antiga e sem frescuras, Evandro Rivitti gosta de estudar e trata doenças nada bonitas como o fogo selvagem (pênfigo foliáceo), de origem autoimune e particularmente presente no Brasil. Anticorpos produzidos pelo próprio organismo atacam estruturas da pele, causando grandes bolhas. A moléstia teve seu ápice em meados do século passado, durante a expansão para o interior do estado.

Apaixonou-se pela dermatologia durante a residência."É uma especialidade objetiva e o profissional é independente: vê o que está errado, coleta o exame e até opera o paciente." Ele reconhece o apelo financeiro, mas nunca se interessou por medicina estética, vertente hoje quase onipresente em consultórios dermatológicos. "Respeito os colegas, mas acho que essa área está mais valorizada do que deveria."

Hoje professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, Rivitti ainda vai duas vezes por semana para o Hospital das Clínicas visitar pacientes. "Mesmo depois de 50 anos de medicina, toda semana aparece algum caso diferente de tudo que já vi."

Nascimento 3 de novembro de 1940, em São Paulo (SP)
Formação USP, 1965
Atuação HC, clínica particular
Consulta R$ 1.000
Apontado por 25% dos médicos

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GINECOLOGISTAS/OBSTETRAS

Antônio Fernandes Moron

Moron viveu sua infância na zona leste da capital. A mãe cuidava da casa e o pai era segurança em uma metalúrgica. A paixão pela medicina veio de berço, ou melhor, de parto. Foi um procedimento de risco, mas bem-sucedido graças à equipe médica. Em 2004, ele, que também já lecionou na USP, tornou-se professor titular da EPM. É admirado por seus conhecimentos em medicina fetal. Em uma de suas pesquisas, busca maneiras de prevenir parto prematuro em mulheres com colo curto, uma fragilidade do útero.

Nascimento 7 de outubro de 1954, em Londrina (PR)
Formação EPM, 1979
Consulta R$ 600
Atuação Santa Joana, clínica particular
Apontado por 12% dos médicos

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Nilson Roberto de Melo

Nilson Roberto de Melo e família mudaram para São Paulo quando ele tinha 16 anos. Ele era o caçula de três irmãos. O pai havia comprado uma banca de jornal e a mãe era professora e ajudava a tocar o negócio. "A cidade era pequena, o médico fazia de tudo: clinicava, operava, atendia criança Eu achava aquilo bonito." O ginecologista é um estudioso do período na vida da mulher conhecido como climatério –que reúne os sintomas que surgem antes e depois da menopausa, provocados em boa parte pela oscilação dos níveis hormonais.

Nascimento 23 de outubro de 1952, em Martinópolis (SP)
Formação USP, 1977
Consulta R$ 800
Atuação HC, Sírio, clínica particular
Apontado por 10%

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Edmundo Chada Baracat

Um hobby de Edmund Chada (Chada é nome, o mesmo do avô) é cozinhar. Preparar iguarias italianas e árabes distraem o ginecologista. Ele é especialista na área endócrina, que abrange alterações hormonais no corpo da mulher e suas complicações, como a menopausa (e a reposição hormonal), o ovário policístico e os cânceres ginecológicos. "O ideal, oxalá no futuro, é que a gente possa impedir que a mulher tenha câncer. Hoje tudo que podemos fazer é detectar lesões precocemente."

Nascimento 22 de junho de 1952, em Tupã (SP)
Formação EPM, 1976
Consulta R$ 800
Atuação HC, Sírio, Einstein, Oswaldo Cruz, Pro Matre, Santa Joana, clínica particular
Apontado por 9% dos médicos

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César Eduardo Fernandes

Só havia quatro médicos em Martinópolis (SP), onde César cresceu. O ginecologista lembra de quando o pai infartou, aos 44: "Minha mãe tinha uma bandejinha, um bule e uma xícara com renda para servir café que ela só usava quando o médico ia em casa. Os olhos do meu pai brilhavam só de vê-lo. Aquilo me encantava." Fez carreira na Santa Casa e migrou para a Faculdade de Medicina do ABC em 2000, onde é professor titular. Interessado em alterações hormonais, ele investiga meios de tratar problemas pós-menopausais, como atrofia vaginal e osteoporose.

Nascimento 1º de outubro de 1950 em Araçatuba (SP)
Formação Santa Casa, 1975
Atuação FMABC, clínica particular
Consulta R$ 780
Apontado por 8% dos médicos

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PEDIATRA

Jayme Murahovischi

Jayme Murahovischi não sabe nadar nem andar de bicicleta, mas é um pediatra de mão cheia. Filho de imigrantes judeus e criado no bairro do Ipiranga (o pai era mascate), lembra com saudosismo do tempo em que se tratava "resfriadinho" das crianças em casa. "Hoje existe a perigosa cultura do pronto-socorro." Além da grande chance de pegar doenças no hospital, ele também critica o excesso de tratamentos, muitas vezes desnecessários.

Murahovschi é reconhecido pelos estudos sobre diarreia e seus causadores, como a bactéria E. coli enteropatogênica –pobreza e falta saneamento básico explicam boa parte do problema. Ele criou o departamento de pediatria e foi professor titular da Faculdade de Ciências Médicas de Santos por 35 anos.

Diz que a especialidade está em crise: áreas como como a dermatologia e ortopedia são financeiramente mais atraentes. E taxa de natalidade só cai –menos clientes. Para ele, o pediatra pode atuar como uma espécie de médico de família, não só remediando, mas prevenindo doenças. "A medicina do futuro pode garantir a longevidade, mas não a qualidade de vida", afirma.

Nascimento 7 de julho de 1932, em São Paulo (SP)
Formação USP, 1956
Atuação consultório
Consulta R$ 900
Apontado por 22% dos médicos

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CLÍNICO GERAL

Antonio Carlos Lopes

Antonio Carlos Lopes talvez seja o maior entusiasta da especialidade conhecida como clínica médica -"medicina de verdade", como diz em tom de brincadeira (mas com um fundinho de verdade). Outra galhofa: geriatras são clínicos que não deram certo e tudo o que fazem é seguir o roteiro "um beijo na velhinha e a dose pela metade". Mais uma: "todas especialidades começadas com 'o' (otorrinolaringologia, oftalmologia, ortopedia...) não são medicina". Sua mulher, que é obstetra, que não o escute.

ACL foi professor titular de medicina de urgência e de clínica médica na Escola Paulista de Medicina (EPM, hoje parte da Unifesp). Em seu diagnóstico, os médicos atualmente solicitam exames laboratoriais e de imagem em excesso e gastam pouco tempo na relação médico-paciente, determinante para achar o melhor tratamento.

Em 1989 ele fundou a Sociedade Brasileira de Clínica Médica, que preside desde então. Um de seus pacientes mais ilustres é o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, comandante do Exército; outro é o atual presidente da República, Michel Temer (MDB).

Nascimento 10 de maio de 1945,em São Paulo (SP)
Formação EPM, 1970
Atuação Hospital Militar de Área de São Paulo; consultório
Consulta R$ 950
Apontado por 5% dos médicos

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OFTALMOLOGISTA

Rubens Belfort Jr.

Rubens Belfort Jr. faz parte de uma dinastia de oftalmologistas. Avô, pai e filho seguiram a carreira. Mas ele garante que ninguém o forçou a nada.
Aos 72, já perdeu as contas de quantas vezes foi para o meio da selva tratar índios e ribeirinhos. Hoje ele dirige o Instituto da Visão, além de ser professor titular da EPM.

Em sua formação, não foi econômico e colecionou dois doutorados: um em imunologia e outro em oftalmologia. Doenças infecciosas sempre o atraíram, especialmente aquelas com implicações oculares, como a zika. Brinca ao dizer que "a oftalmologia nada mais é do que uma geriatria focada no olho", já que grande parte dos problemas, como catarata, glaucoma e retinopatias diversas surgem com a idade.

O oftalmologista é um entusiasta da telemedicina. Para ele, seria possível desafogar o sistema de saúde apenas transmitindo imagens via internet para centros de diagnóstico especializados, que, por sua vez, devolveriam um laudo em minutos. Isso reduziria o número de encaminhamentos para especialistas. "Esse é o futuro", afirma.

Nascimento 17 de março de 1946, em São Paulo (SP)
Formação EPM, 1970
Atuação Instituto da Visão, Hospital São Paulo, clínica particular
Consulta R$ 1.100
Apontado por 29% dos médicos

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ONCOLOGISTAS

Antonio Carlos Buzaid

A vida de Buzaid está tão atribulada que ele começou a fazer reuniões de trabalho e a conceder entrevistas durante as viagens de carro, de manhã e na hora do almoço, quando vai de um trabalho para o outro. Ele comanda o centro de oncologia na BP e ajuda a tocar o do Einstein. Com o boom de inovação em sua área, o médico diz lamentar ter perdido pacientes e amigos para a doença. "Às vezes se a pessoa estivesse viva seis meses depois, ela teria grande chances de ser curada."

Nascimento 15 de junho de 1958, em São Paulo (SP)
Formação USP, 1982
Consulta R$ 1.500
Atuação BP Mirante, Einstein
Apontado por 29% dos médicos

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Paulo Hoff

Paulo Hoff, chefão do Icesp e, agora, da oncologia da Rede D'Or, tinha uma vida já trilhada nos EUA, mas vira e mexe apareciam boas propostas para voltar ao país. Em seu derradeiro regresso, fez um doutorado relâmpago, concluído em 2007, tornou-se livre docente na USP em 2008, mesmo ano no qual concorreu e ganhou o concurso para professor titular. Aos 49, é Membro da Academia Nacional de Medicina e orgulha-se de, com o auxílio de colegas, ter feito o projeto do Icesp em apenas uma semana.

Nascimento 8 de setembro de 1968, em Paranavaí (PR)
Formação UnB, 1991
Consulta R$ 1.300
Atuação Icesp; Grupo Oncologia D'Or
Apontado por 24% dos médicos

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ORTOPEDISTAS

Moisés Cohen

Moisés Cohen, que já cuidou de Rogério Ceni, Maurren Maggi, Júnior Cigano e Pelé, teve também uma carreira artística: cantava em casamentos e em festas judaicas para se manter na faculdade. Aos 12, trabalhava como office boy e balconista de loja para ajudar a sustentar a família e também ajudava a cuidar do irmão Sérgio, que tinha a doença conhecida como mal de simioto. Daí talvez tenha surgido seu interesse pela área médica. Sérgio morreu aos 13 anos, em 1972, quando Moisés estava no primeiro ano da faculdade.

Depois de se formar e passar um período nos EUA, chegou a fazer parte de um grupo na Santa Casa mas acabou sendo colocado para escanteio. Só em 1985 começou sua trajetória na EPM, onde seguiu a carreira até o posto de professor titular.

Especialista em cirurgia de joelho, ele diz que o procedimento muita vezes significava o fim da carreira para muitos atletas. Hoje o tempo de recuperação é muito menor –o paciente volta a andar mais rápido, perde menos massa muscular e logo pode voltar aos treinos de sua modalidade, diz. Cohen participa de entidades do mundo do futebol como a CBF, a FPF e a Fifa.

Nascimento 7 de janeiro de 1954, em São Paulo (SP)
Formação PUC-Sorocaba, 1977
Atuação clínica particular, Hospital São Paulo, Einstein
Consulta R$ 1.300
Apontado por 14%

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José Soares Hungria Neto

Hungria Neto cresceu na Santa Casa, onde acompanhava o pai em visitas aos pacientes nos fins de semana. O avô também era médico. Não gostava de humanas e acabou seguindo os passos dos ascendentes. "Na época a ortopedia era considerada uma especialidade de brutamontes e de burros. Felizmente isso mudou." Sua área de interesse e na qual foi pioneiro é o trauma ortopédico –fraturas em geral. "Sou da geração que aprendeu a fazer de tudo. Hoje é tudo muito subdividido."

Nascimento 19 de novembro de 1945, em São Paulo (SP)
Formação Santa Casa, 1970
Atuação clínica particular, BP
Consulta R$ 500
Apontado por 9% dos médicos

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Rames Mattar Junior

Rames Mattar Junior pensou em se tornar piloto de avião, mas resolveu seguir o exemplo do pai e da irmã e optou pela medicina. Praticante de esportes como natação, vôlei e atletismo, não era raro passar em prontos-socorros ortopédicos para tratar lesões. Daí surgiu o interesse pela especialidade, conta. Hoje comanda o serviço de cirurgia de mão e microcirurgia reconstrutiva que, por exemplo, reimplanta membros amputados em acidentes, reconectando músculos, ossos, vasos e nervos.

Nascimento 21 de fevereiro de 1956, em Cambará (PR)
Formação EPM, 1979
Atuação Einstein, HC
Consulta R$ 900
Apontado por 9% dos médicos

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Gilberto Luis Camanho

Ana Moser e o goleiro Marcos são só dois dos inúmeros atletas que passaram pelas mãos de Camanho. O professor titular da USP sempre esteve ligado à atividade esportiva –no passado corria e jogava vôlei; hoje pratica golfe. Liderou associações como a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Joelho. Supersticioso, não opera em salas de número 13 e nem se senta na 13ª fileira no avião. Tem dois filhos com a esposa, Dora, e quatro netos.

Nascimento 1º de abril de 1947, em São Paulo (SP)
Formação PUC-Sorocaba, 1970
Atuação HC, HCor, Einstein, clínica particular
Consulta R$ 700
Apontado por 9% dos médicos

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Emerson Honda

De alma e criação prudentina, Emerson Honda queria voar. Fez até curso para ser piloto, mas na hora H escolheu fazer medicina. "Aviação era muito fácil", brinca. Na época, a Santa Casa funcionava como uma espécie de meca da ortopedia brasileira, abrigando uma constelação de médicos como Valdemar Carvalho Pinto e José Soares Hungria Filho. Hoje, Honda é especializado em próteses de joelho e de quadril. "Antes o trabalho era mais artístico, mas hoje a chance de errar é bem menor."

Nascimento 28 de janeiro de 1953, em São Paulo (SP)
Formação Santa Casa, 1978
Atuação Oswaldo Cruz, Santa Casa
Consulta R$ 750
Apontado por 8% dos médicos

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Arnaldo Hernandez

Hernandez recorda que o pai, militar linha-dura, depois de ouvir que ele tinha repetido a sexta série, disse: "Eu não te comprei os cadernos e os livros? As canetas e lápis? Não dei todas as condições? Por que você não fez sua parte? Só posso te dar educação." Depois de matutar, decidiu ser médico, sonho do pai. No atletismo, competia na modalidade lançamento de martelo –foi natural o interesse pela medicina esportiva, área em que atua até hoje. Também é especialista em cirurgia do joelho e toca bateria.

Nascimento 18 de outubro de 1955, em São Paulo (SP)
Formação USP, 1980
Atuação HC, Sírio-Libanês, consultório
Consulta R$ 850
Apontado por 7% dos médicos

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CIRURGIÕES

Antonio Macedo

Antonio Luiz Macedo nasceu em uma Sexta-feira Santa de um ano santo, como lhe diziam mãe e avó –por isso sua vida seria de grandes responsabilidades. O lado espiritual ficou de lado ("minha religião é a medicina"), mas a parte das responsabilidades, não. Escolheu como ofício a cirurgia, algo que, como conta, casa bem com seu caráter.

A personalidade forte o ajudou a lidar com uma situação adversa: aos 13, sofreu um acidente enquanto andava a cavalo –a lesão no nervo facial deixou seu sorriso torto do lado direito.

Hoje ele é o cirurgião mais experiente do Einstein, com uma produtividade assustadora: foram cerca de 600 cirurgias no último ano, muitas delas oncológicas. É um dos pioneiros na cirurgia robótica no país e um entusiasta da profissão. "O cirurgião tem de ter boa saúde, disciplina, responsabilidade e estar sempre preparado para lidar com a vida e com a morte."

Nascimento 7 de abril de 1950, em São Paulo (SP)
Formação USP, 1973
Atuação Einstein, São Luiz, Oswaldo Cruz
Consulta R$ 1.000
Apontado por 5% dos médicos

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Dario Birolini

Aos 80, não falta energia para Dario Birolini. E nem pode faltar. "Pra mim sempre sobram os casos complicados", relata o cirurgião, que dedicou sua carreira ao estudo do trauma. Ele chegou ao Brasil em outubro de 1951, com quase 14 anos de idade –a família tinha perdido tudo na 2ª Guerra Mundial.

Sua batalha mais recente é divulgar a "slow medicine", movimento que prega que as consultas médicas não sejam feitas com pressa, que se avaliem melhor os efeitos colaterais antes de administrar/tomar um remédio e que os médicos sejam menos dependentes de exames laboratoriais, por exemplo.

Ele brinca que a nossa espécie, Homo sapiens, se transfigurou em outras. Há um número crescente de Homo sapiens senex (velhos) e de Homo sapiens obesus. Isso fora os Homo sapiens pervestigatio victima, aqueles que estão sofrendo com a forma contemporânea e atroz de se fazer medicina.

Nascimento 2 de novembro de 1937, em Fiume (Itália), hoje Rijeka (Croácia)
Formação USP, 1961
Atuação HC, Sírio, Einstein, 9 de Julho, Oswaldo Cruz
Consulta R$ 750
Apontado por 4% dos médicos

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PSIQUIATRA

Valentim Gentil Filho

Acostumado aos holofotes e às entrevistas, o psiquiatra Valentim Gentil Filho certa vez afirmou ao Museu da Pessoa que foi no terceiro ano da graduação que se identificou com uma área, a psicofarmacologia, que estuda como drogas conseguem ter efeitos psíquicos relevantes.

Foi uma época na qual diversas drogas foram lançadas. As antigas formas de se tratar doenças mentais rapidamente caíam em desuso.

Recentemente, em uma das pesquisas que conduz, Gentil Filho, que é professor titular da USP, investigou como pequenas doses de antidepressivos atuam no comportamento de pessoas sem a doença. Outro projeto buscou entender caracterizar o padrão de herança familiar da impulsividade e do vício em jogos.

Nascimento 21 de agosto de 1946, em São Paulo (SP)
Formação USP, 1970
Atuação HC, Sírio, consultório
Consulta R$ 2.600
Apontado por 31% dos médicos

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