Maior parque urbano do México, Bosque de Chapultepec reúne museus, castelo e até zoológico

É uma delícia se perder na maior área verde da Cidade do México : o Bosque de Chapultepec. A cada cantinho, há uma atração para explorar, aprender ou relaxar.

Caminhando meio que sem rumo, você pode esbarrar com uma fonte d'água desenhada pelo pintor Diego Rivera (1886-1957), ou com os troncos secos de Sargento, a árvore mais velha do local, com 500 anos.

A cerca de 20 passos de distância da avenida Paseo de la Reforma, é possível visitar o maior acervo de arte pré-colombiana do mundo, no Museu Nacional de Antropologia, e dedicar horas a suas exposições.

Dá, ainda, para provar os quitutes típicos que colorem as barraquinhas espalhadas pelo bosque, como um tipo de bolinho de tom alaranjado feito de polpa de tamarindo, uma fruta azeda, servido com sal e limão.

AFP
Varandas do Castelo de Chapultepec oferecem vista panorâmica da Cidade do México
Varandas do Castelo de Chapultepec oferecem vista panorâmica da Cidade do México

Em meio ao engarrafamento da segunda maior metrópole da América Latina (só perde para São Paulo), o parque é um convite para se entregar a longas caminhadas desapegadas do relógio embaixo de altos cedros e ahuehuetes, árvores que povoam o ambiente.

Até mesmo em uma quinta-feira fria de outono, Chapultepec é movimentado, desfrutado por moradores e turistas.

Numerosos grupos escolares, compostos por crianças e adolescente de 5 a 17 anos, marcam presença nas filas dos museus, ao redor dos lagos e nas áreas de piquenique.

Do tamanho de três Ibirapueras, o parque abriga 11 centros culturais, zoológico, jardim botânico, parque de diversões, lagos, ciclovias e auditório, entre outros espaços de lazer e esportivos. É também endereço de importantes museus do país, como o de Arte Moderna e o Rufino Tamayo, de arte contemporânea.

Nem mesmo um dia inteiro é suficiente para desbravar a diversidade de Chapultepec.

Para chegar até lá, a dica é ir de metrô, o sistema de transporte mais eficiente e abrangente da metrópole mexicana (cujo bilhete custa R$ 1). Desça na estação Chapultepec, representada pelo símbolo de um gafanhoto (cada parada tem o seu próprio ícone).

Ao atravessar a passarela que leva ao portão de entrada, já se avista a torre do Castelo de Chapultepec, a 67 m de altura —um dos destaques. É preciso encarar uma subida leve de dez minutos, que percorre a lateral da construção, até alcançá-la.

Ao ganhar altura, os prédios da cidade vão despontando em meio à paisagem verde. Durante a caminhada, é comum ter como companhia os esquilos —pendurados em galhos de árvores e nas muretas.

O castelo do fim do século 18 já serviu de residência para presidentes, academia militar e hoje é sede do Museu de História Natural. Nas suas laterais, instaladas no topo da colina Chapulín, o edifício oferece varandas com vista panorâmica da grandiosa capital.

Seguindo à esquerda ao sair do castelo, chega-se a dois lagos. Ao margeá-los, o trajeto leva a uma saída para a avenida Paseo de La Reforma, que divide o parque em dois.

Após a movimentada e charmosa via, adornada de árvores pelos dois lados, está a seção que hospeda o Museu Nacional de Antropologia —o tesouro do México—, retratado em filme protagonizado pelo astro mexicano Gael García Bernal.

Antes mesmo do longa alçar o museu ao estrelato, o Nacional de Antropologia atraía, anualmente, 2 milhões de visitantes.

Cada uma de suas 22 salas é dedicada à cultura de um dos povos que habitaram o território mexicano ao longo dos séculos, como os teotihuacanos e os maias —civilizações de 100 a.C e 2500 a.C, respectivamente.

Dentre as relíquias guardadas ali, causa filas para selfies a Pedra do Sol, bloco de 3,6 m de diâmetro datado de 1790, erroneamente identificado como o calendário asteca, mas que servia como altar de sacrifícios de guerreiros daquele povo.

Nathalia Durval/Folhapress
A Pedra do Sol, relíquia exposta no Museu Nacional de Antropologia
A Pedra do Sol, relíquia exposta no Museu Nacional de Antropologia

Se tiver sorte, ao finalizar o passeio, você pode se deparar com o ritual hipnotizador dos Voladores de Papantla, em frente ao museu.

Seguindo a tradição do povo indígena totonac, cinco homens, vestindo trajes brancos e vermelhos, escalam um poste de metal a 20 m de altura. Presos por uma corda amarrada na cintura, saltam e, suspensos, dançam de cabeça para baixo. Um deles se mantém no topo, sentado, tocando flauta.

E, desse jeito, rodopiam minutos a fio, até desenrolarem a corda e alcançarem o chão. Carregado de história —a cerimônia secular surgiu como um pedido aos deuses por terras férteis e chuva—, o espetáculo transita entre o mágico e o religioso.

Após o tour, uma boa pedida é o badalado restaurante Tamayo, dentro do museu homônimo, a 400 m de distância. No cardápio, receitas clássicas, como os tacos, ganham toques contemporâneos.

Toda modernidade, porém, tem limite. Sabe-se que a culinária mexicana é carregada de pimenta. Portanto, fica aqui a dica: antes de mergulhar nela, não se esqueça de perguntar se um prato "pica mucho" —referência ao grau de picância.

Não se engane: mesmo para quem está acostumado com a comida baiana, até os que "pican poco" são capazes de levar às lágrimas. Nada que a brisa gostosa que sopra em Chapultepec não trate logo de amenizar.

A jornalista viajou a convite do grupo de hotéis IHG

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QUEM LEVA

Decolar
Sete noites em quarto duplo com café da manhã e aéreo a partir de R$ 3.490 por pessoa. Saída em 2/3.
decolar.com; tel. 0800-8870248

Pisa Trekking
A partir de US$ 1.180 por pessoa. São 3 noites na Cidade do México, 2 em Mérida e 3 em Cancún (apto. duplo, com café da manhã). Sem aéreo.
pisa.tur.br; tel. 5053-5480

Mascaro Tour
Pacotes de 4 noites a partir de US$ 1.219 (mais taxas, no Holiday Inn Santa Fe) ou US$ 1.299 (mais taxas, no InterContinental Presidente Santa Fe). Em apto. duplo com café da manhã, aéreo e traslados.
mascarotour.com.br; tel. 2175-0944

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