O mês de dezembro confirma a recuperação da indústria automotiva no Brasil. Até sexta-feira (28), 219 mil unidades haviam sido emplacadas, o que já representa uma alta de 3% sobre o mesmo mês em 2017.
Muitas concessionárias foram abertas no fim de semana e fizeram meio expediente na segunda-feira (31). Os números finais serão divulgados em breve pela Fenabrave, que representa as distribuidoras de veículos.
O resultado preliminar mostra que as vendas de carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões devem atingir 2,56 milhões de unidades em 2018, um crescimento de 15% em relação a 2017.
Contudo, os dados estão distantes do melhor resultado em emplacamentos já registrado. Em 2013, 3,8 milhões de automóveis foram comercializados.
Os números os de produção em 2018 serão divulgados na terça-feira (8) pela Anfavea, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil. Estimativa feita pela Ford indica um crescimento de 11,1%, com 3 milhões de unidades fabricadas.
O resultado das exportações ficará abaixo do registrado em 2017, devido à crise na Argentina, país que é o principal destino dos carros nacionais.
Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford na América do Sul, diz que a maior parte do crescimento na comercialização de veículos se deve às vendas diretas. São negócios que incluem as frotas negociadas com empresas, como as locadoras, que podem comprar milhares de carros de uma só vez.
Embora mantenha as fábricas em operação, a venda direta é feita com grandes descontos e rentabilidade inferior aos negócios realizados no varejo.
O compacto Chevrolet Onix liderou com folga o mercado e fecha o ano com mais de 200 mil unidades emplacadas.
Entre os utilitários esportivos, categoria que se destacou em 2018, o campeão foi o Jeep Compass, com cerca de 60 mil licenciamentos.
Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors Mercosul, acredita que o crescimento das vendas em 2019 poderá ser superior aos 15% de alta no ano passado. Ele acredita que a melhora na oferta de crédito irá impulsionar os negócios.
"Os juros são comparativamente menores para compra de carro em relação a outras operações, muitos carros são comercializados a prazo no Brasil", disse Munhoz.
O executivo afirmou também que a queda na inadimplência tem estimulado os bancos a conceder mais crédito.
A facilitação do financiamento chega também às marcas premium. Segundo Christian Schüler, presidente do Banco Mercedes, o plano de parcelamento com entrada reduzida e parcela final mais alta é o que mais tem despertado o interesse de novos clientes.
A modalidade de crédito oferecido pela montadora alemã chama-se CDC Flexibility. Apesar da nomenclatura diferente, tem o mesmo formato dos planos oferecidos por marcas que vendem carros mais em conta, a exemplo do Ciclo Toyota e do Volkswagen Sempre Novo.
Planos de financiamento atraentes serão fundamentais para manter o crescimento em 2019, ano em que muitos carros com preço acima de R$ 100 mil chegarão às lojas. Picapes e veículos elétricos estarão em alta, além de utilitários de apelo urbano.
Logo no primeiro trimestre estreiam o jipinho Volkswagen T-Cross e os carros movidos a eletricidade Renault Zoe, Nissan Leaf e Chevrolet Bolt.