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Lochte protagonizou confusão em posto, diz nadador envolvido em assalto forjado

O nadador Gunnar Bentz, 20, afirmou nesta sexta (19) que seu colega de delegação Ryan Lochte, 32, foi um dos pivôs de uma confusão causada durante os Jogos Olímpicos do Rio em um posto de gasolina.

Lochte e James Feigen, 26, declararam a policiais que sofreram um assalto armado quando voltavam de uma festa. A polícia, no entanto, concluiu que a ocorrência não existiu e que as declarações eram falsas.

Em comunicado oficial divulgado pela Universidade da Geórgia (pela qual o atleta compete), Bentz pediu desculpas pela situação e disse que Lochte, 12 vezes medalhista olímpico, foi quem quebrou a placa que originou a confusão no posto.

Tasso Marcelo/AFP
Os nadadores americanos Gunnar Bentz (esq.) e Jack Conger (de cinza) ao deixar delegacia do aeroporto internacional do Rio
Os nadadores americanos Gunnar Bentz (esq.) e Jack Conger (de cinza) ao deixar delegacia do aeroporto internacional do Rio

Lochte teria também gritado com homens que Bentz diz acreditar serem seguranças armados.

"Quero oferecer minhas sinceras desculpas", disse. "Eu lamento que essa situação tenha tirado tanto a atenção da Olimpíada, que foi sediada tão incrivelmente bem pelo Brasil e seus cidadãos."

Bentz afirma no comunicado que nunca foi "um suspeito no caso (autoridades brasileiras me tomaram apenas como testemunha)" e que nunca deu "uma declaração falsa a qualquer pessoa, em qualquer momento".

Ao lado de Jack Conger, 21, o nadador foi retirado de dentro de um avião com destino aos EUA por policiais e chamado a prestar depoimento sobre o caso nesta quinta (18).

Em sua versão, ele conta que o banheiro do posto de gasolina em que desceram estava trancado, "então nós tolamente nos aliviamos atrás de arbustos nos fundos do estabelecimento".

David Gray/Reuters
O nadador americano Ryan Lochte, após prova na Rio-2016
O nadador americano Ryan Lochte, após prova na Rio-2016

"Não tenho certeza porque, mas enquanto estávamos nesse local, Ryan [Lochte] puxou uma placa publicitária que estava fixada na parede ao chão", declarou. "Então, dois homens, que eu acredito serem seguranças, nos instruíram a sair do veículo."

Assim como Lochte, Bentz afirmou que os homens apontaram armas na direção deles enquanto se afastavam do táxi, sendo que um deles gritou para que se sentassem na calçada.

A Polícia Civil do Rio reconhece que os homens, agentes penitenciários, estavam armados. Eles possuem autorização para porte de arma de fogo. O chefe da Polícia Civil disse que "não houve qualquer violência ou abuso no uso da arma".

"De novo, não posso falar por suas ações, mas Ryan [Lochte] se levantou e começou a gritar com os guardas. Depois que Jack e eu o agarramos para que se sentasse, Ryan e os seguranças tiveram uma discussão verbal acalorada, mas nenhum contato físico foi feito", disse.

O CASO

O comunicado de Bentz foi divulgado no mesmo dia em que Ryan Lochte publicou um pedido de desculpas nas redes sociais.

Medalha no ouro no revezamento 4 x 200 m, ele disse ter sido assaltado no trajeto entre o Club France, casa com temática francesa localizada na região sul do Rio de Janeiro, e a Vila Olímpica.

Entretanto, a versão foi desmentida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Vídeos de câmeras de segurança mostram os atletas depredando o banheiro de um posto de gasolina na Barra da Tijuca -versão que foi confirmada pelo proprietário do estabelecimento.

As imagens foram exibidas pela TV Globo.

Veja

Além disso, imagens de câmeras na entrada da Vila Olímpica mostram os atletas chegando ao local em clima descontraído após o suposto incidente, portando pertences como celulares e credenciais.

Durante as investigações, a Polícia Federal chegou a impedir o embarque de Bentz e Conger em um voo para os Estados Unidos e apreendeu seus passaportes.

Depois de deporem à Polícia Civil, eles tiveram os documentos devolvidos e viajaram para o país na noite desta quinta (18).

Feigen fez acordo com a Justiça do Rio para pagar R$ 35 mil de multa pelo episódio. O valor será repassado ao instituto Reação, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. A decisão ocorreu na madrugada desta sexta (19) em audiência no Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos.

Ryan Lochte deixou o Brasil um dia antes da Justiça determinar a apreensão de seu passaporte. Antes de vir para a Rio-2016, ele declarou que "estava mais maduro" em relação aos Jogos de Londres-2012, quando "era mais o tipo 'solteirão na balada'."

De acordo com a Polícia, o atleta pode responder por falsa comunicação de crime e depredação do patrimônio.

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