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Propostas
de pré-candidatos são irrealizáveis
Na tentativa
de conquistar eleitores, os pré-candidatos à prefeitura de
São Paulo apresentam propostas que ignoram os limites da lei.
Conforme apontou o jornal Folha de S.Paulo ao analisar as
entrevistas que substituíram o primeiro debate entre os pré-candidatos,
algumas das idéias lançadas fogem à alçada do poder municipal
ou contrariam a legislação vigente.
Para a segurança, a proposta mais comum - tornar a GCM (Guarda
Civil Metropolitana) uma polícia municipal - é inconstitucional.
Outra sugestão, do senador Romeu Tuma (PFL), é colocar o excedente
das Forças Armadas nas ruas para "aliviar a atividade da PM".
Além de inconstitucional, a medida é rechaçada pelo comandante
do Exército, general Gleuber Vieira.
Para Vieira, utilizar o Exército não eliminaria as causas
da insegurança pública, que são salários baixos, desemprego,
falta de presença do Estado e de assistência às populações.
Na questão da educação, Tuma defendeu o fim do sistema de
"progressão automática", o que iria contra o artigo 24 da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Leia mais:
- Pré-candidatos ignoram limites legais
em propostas (Folha de S.Paulo)
- Falta
Estado nas ruas, e não Exército, diz general (O Estado de
S.Paulo)
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Pré-candidatos
ignoram limites legais em propostas
O combate
à criminalidade na cidade de São Paulo foi a tônica da série
de entrevistas promovida pela Rede Bandeirantes com os pré-candidatos
à Prefeitura de São Paulo na noite de anteontem.
No vale-tudo eleitoral, os candidatos lançaram idéias que
fogem à alçada do poder municipal, que dependem de acordos
com outras instâncias de governo e até que contrariam a legislação
vigente.
Nessa linha, dar poder de polícia à GCM (Guarda Civil Metropolitana)
foi a proposta mais comum.
Alguns candidatos, como o senador Romeu Tuma (PFL), defenderam-na
com mais contundência, chegando a sugerir que o excedente
das Forças Armadas reforce o efetivo da guarda para "aliviar
a atividade da PM".
Outros foram menos objetivos, como o vice-governador Geraldo
Alckmin (PSDB), que se limitou a propor um "trabalho conjunto
com o Estado", ou o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB), que quer
criar uma Secretaria Municipal da Segurança Pública com guardas
"bem treinados e bem armados".
O que os candidatos não esclareceram é que as propostas dependem
de mudanças em leis.
A primeira delas seria a Constituição, onde está previsto
que órgãos têm poder de polícia (artigo 144, que não inclui
a GCM) e qual é o papel das Forças Armadas (142, que não prevê
o patrulhamento e a investigação).
Há pelo menos 14 projetos em tramitação no Congresso propondo
a municipalização da polícia e dezenas de decisões da Justiça
por sua inconstitucionalidade.
Além disso, uma GCM "bem armada", como propõe Maluf, depende
de alterações em leis municipais, que limitam o poder de fogo
da guarda a pistolas 380. Mas nem só em segurança os pré-candidatos
fizeram promessas difíceis de sair do papel.
A petista Marta Suplicy afirmou que não vai admitir camelôs
na avenida Paulista nem em "fila dupla" na região da 25 de
Março, sugerindo que todos sejam deslocados para os terminais
de ônibus.
A proposta é tentada em São Paulo há pelo menos sete anos
anos, mas os ambulantes resistem e dez bolsões estão ociosos.
Paulo Maluf disse que vai "regularizar as lotações na periferia,
onde acesso a ônibus é mais difícil". Mas o último cadastramento
tentado pela prefeitura não atraiu nem metade dos 15 mil clandestinos,
abrindo uma temporada de caçada às lotações irregulares que
terminou com acidentes e mortes.
No quesito educação, mais surpresas. Tuma prometeu que, se
eleito, vai acabar com o sistema de "progressão automática"
vigente na rede municipal. A medida, dizem educadores paulistanos,
contraria o artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Marta Suplicy e Geraldo Alckmin também defenderam o aumento
da carga horária no ensino. Mas não citaram que a mudança
aumentaria as despesas com o setor, ao qual a prefeitura já
deve cerca de R$ 1 bilhão.
O refinanciamento dos R$ 10 bilhões de dívida do município
também foi alvo de críticas. Marta Suplicy não descartou engrossar
uma rebelião pelo refinanciamento, e Luiza Erundina (PSB)
foi taxativa ao defender um novo acordo. Ninguém, porém, lembrou
de comentar que um calote levaria ao bloqueio das contas municipais
e ao aumento dos juros.
De acordo com a Bandeirantes, a audiência foi mais alta durante
a participação de Marta, que atingiu 5,1 pontos -400 mil pessoas.
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