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boca no trombone

"Quem vai melhorar este país somos nós",
Mauricio Antonio

"Por que Marta não fez a obra próximo da casa dela",
Marcio Coronato


palavra do leitor

"Aqui, o PT ganhou as eleições. Mas, sem sombra de dúvidas, perdeu a vergonha",
Pedro Bira

"Em breve, teremos um país vermelho de vergonha!",
Antonio Brandi


24/03/2006
Carta da semana

cidade contra o cidadão

Volta e meia vejo na mídia a notícia que a gestão do prefeito Serra está preocupada com o estado precário das calçadas da cidade e que está tentando mudar esta realidade. Ora, fico cada vez mais indignado com este relato pois a prefeitura não está nem fazendo suas mínimas obrigações em relação a este problema.

Durante a gestão de Marta Suplicy, a prefeitura foi obrigada pelo Condephaat a retirar a fiação área e padronizar as calçadas da av. Rebouças em função da instalação do corredor de ônibus. Achei a iniciativa deste orgão estadual acertada, porém esta resolução atrasou consideravelmente o andamento da obra que, após a eleição, sofreu diminuição considerável em seu ritmo, ficando inacabada ao final do mandato da prefeita (o calçamento não havia sido feito).

Na gestão atual o calçamento foi reiniciado, porém foi quebrado diversas vezes para que a fiação subterrêna pudesse ser instalada. Ocorre também que, após a retirada dos postes, o que foi há mais de seis meses, a obra foi abandonada e nada mais foi feito, ficando as calçadas (tanto da Rebouças como de algumas transversais, nas esquinas) em estado calamitável e a avenida sem postes de iluminação (apenas há nos canteiros centrais). Há buracos enormes e trechos significativos sem calçamento. Depois do abandono da obra, estes trechos sem calçamento foram aumentando devido a ação da chuvas, vandalismo e outras obras de concessionárias. Em algumas esquinas das transversais a prefeitura destruiu as calçadas e simplesmente não as reconstruiu, ficando alguns até sem a guia!

Na gestão Marta havia ainda a associação de moradores Viva Rebouças, que, comandada por Fernanda Bandeira de Mello, enfrentou a prefeitura para que o corredor não fosse implantado. Mas agora esta ONG simplesmente desapareceu - hoje Fernanda é secretária adjunta de serviços e obras do Municipio de São Paulo, conforme informa o site da prefeitura. Já escrevi a tal secretaria, mas nunca deram resposta alguma.

Sei que, por lei, o proprietário é quem deve zelar pela calçada, mas este caso é especial: o Condephaat, para aprovar o corredor de ônibus na avenida, exigiu que a prefeitura padrozinasse as calçadas, pois parte do bairro dos Jardins é tombado. Na 9 de Julho a Marta conseguiu terminar a obra, deixou as calçadas impecáveis. Já na Rebouças a prefeitura largou a obra (em ambas as gestões). Por isso acho que é de responsabilidade do poder público isto.

Além das calçadas inacabadas a atual gestão abandonou também as paradas de ônibus do corredor, deixando algumas inacabadas e outras sem manutenção alguma e a deterioração correndo solta. A parada Eldorado, por exemplo, foi concebida ligada a uma passarela, pois na região, em frente ao shopping Eldorado, não há semáforos de pedestres. Esta passarela seria dotada de escadas rolantes e elevadores para deficientes. Acontece que os elevadores estão lá instalados, assim como as escadas rolantes, mas estão vedados com tapumes e sendo continuamente deteriorados pelo lixo que se acumula nesta parada. Há cerca de duas semanas, presenciei uma cena comovente e revoltante. Alguns usuários da parada, em pleno horário do rush, avançaram sobre os carros, que foram obrigados a parar para que uma mãe pudesse atravessar com seu filho deficiente, este preso a uma cadeira de rodas. Leia bem: a passarela, moderna e acessível, está pronta deste a gestão anterior, mas a prefeitura simplesmente bloqueou os elevadores e escadas rolantes.

Sou um cidadão comum, esta reclamação não tem nenhum objetivo partidário e também não se trata de uma questão paroquiana. Vejo como as pessoas (e a mídia) tem interesse na questão dos buracos nas ruas, dos pernilongos em bairros nobres, mas está mais do que na hora de melhorar esta cidade também para quem prefere andar a pé e deixar o carro em casa. Você sabe muito bem de que tipo de cidade estou falando. Um de seus artigos recentes, na Folha, "Sociedade incivil" (aliás ótimo) deixa bem claro isto.

Marcio

CIDADÃO JORNALISTA é um espaço destinado aos leitores e ouvintes que ao relatarem fatos e experiências de sua cidade, comunidade e cotidiano, tornam-se repórteres por um momento.

 
 

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