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13/10/2006
Carta da semana

Queimados nos canaviais parecem cogumelos Atômicos

"No horizonte a fumaça das queimadas nos canaviais formam nuvens no céu como cogumelos atômicos e nos dá um sentimento estranho, lá os animais que não puderam fugir transformarão em horríveis visões indefinidas: imagens negras de gritos sufocados e contorcidos pelo fogo, e a fuligem trás transtornos as donas de casa e aos alérgicos nas cidades vizinhas.

Nos campos a terra está fumegante e deserta, a negritude do lugar nos dá impressões que houve realmente ali uma grande explosão, já não existem mais árvores capazes de frutificar, as aves fugiram e o céu esta morto...

O “progresso” baseado na monocultura da cana- de - açúcar com o intuito de aliviar a pobreza ao invés disso a concentra, se for desordenado e não considerar o ecossistema irá comprometer a vida e a sobrevivência de todas as espécies, poderá tornar solos férteis em zonas mortas e improdutivas.

O cultivo da cana de açúcar é um processo de autofagia: devora tudo em torno de si, terras e mais terras, devoram o húmus do solo que é a matéria orgânica do solo em decomposição que nutri as plantas, impossibilita a reprodução de animais que não encontrarão mais alimentos, das aves que são as predadoras naturais de muitas pragas não terão mais os refúgios nas árvores para seus ninhos, dos pequenos animais como o tatu que tem habitat nas tocas, lebres etc.

Envolve as pequenas culturas indefesas e o capital humano de toda uma vida, alem dos fatores sazonais dos ciclos econômicos entre uma ascensão rápida e transitória e o declínio, é um progresso que não leva a nenhum beneficio, apenas um imaginário de conquistas de riquezas temporárias, pois sendo o progresso um desejo na vida, como se ela estará morta?
“Segundo um relatório do secretariado da Convenção de Diversidade Biológica da ONU, a Terra está sofrendo a maior extinção de espécies desde o fim dos dinossauros, e que a perda de biodiversidade, em vez de se estabilizar, está cada vez mais acelerado”.

Além da ameaça nuclear, a humanidade sofre a ameaça da extinção natural, porque nunca soube estabelecer seus limites por causa das disputas econômicas e crescimento desordenado, até quando? Onde estará esta fronteira do desenvolvimento? Não seria a hora de repensar tudo isso, porque já chegamos a ponto de regresso: pois quase tudo que produzimos gera poluição e destruição da natureza, e em conseqüência a inviabilidade da sobrevivência da vida na terra.

No interior de São Paulo usinas de álcool e açúcar estão sendo instaladas freneticamente, lembrando a mineração e garimpo do ouro na região Carajás (Pará), promovendo a transformação dos campos férteis num deserto verde de cana, prejudicando os pequenos agricultores pela elevação dos preços da terra ou do seu arrendamento, e eles temendo o futuro migrarão para os centros urbanos agravando o inchaço populacional já causado pelos novos trabalhadores destas usinas, com situações fáceis de prever no já caótico panorama social, com novos problemas que vem assustando as famílias, aumento da violência, drogas, inflacionando alugueis e outros serviços, nossas panelas estarão cozinhando gomos de canas invés de arroz e feijão... Quem ganha com isso?

Será que vale a pena arriscar tanto? Será que não pode haver outra fonte de energia menos destrutiva? Qualquer dia destes o nosso céu ao invés de nuvens, verá apenas fumaça, o ar ficará seco e ardido aos olhos? Valerá a pena? Se abolirem as queimadas ainda fica os prejuízos ao solo como já frisei. Não sei porque tiranizam a natureza com punições injustas...Amar a natureza é amar a humanidade, destruí-la é indiferença à vida, a Deus, e ódio ao homem.

Chegamos a um ponto crucial e polêmico diante do panorama ecológico do nosso planeta, o efeito estufa nos assando, as calotas polares estão derretendo, a temperatura da terra e dos oceanos está aumentando, as chuvas estão irregulares, os rios estão poluídos, não confiamos mais nas águas dos riachos para matar a nossa sede, não existe uma só cultura livre do agrotóxico, a camada de ozônio abrindo um rasgo no céu, portanto de agora em diante não devemos praticar o desenvolvimento econômico sem olhar destruição da natureza, contrabalançar sem demagogias analisando os pontos positivos e negativos, pois o arrependimento diante de uma lembrança de solos férteis, rios piscosos, nos vai doer muito na consciência.

Vários pontos polemizam a cultura da cana de açúcar: ela traz o benefício de produzir grande quantidade de postos de trabalho para a mão de obra não qualificada, por outro lado são postos temporários, e pode concentrar está mão de obra em regiões que posteriormente não terão condições de absorve-las, é uma energia renovável e menos poluidora como combustível automotivo, contudo como escrevi acima é uma atividade que vai “bater” muito forte na natureza, a terra onde se cultiva a cana é sugada, desidratada, e de difícil recuperação.

Acho que a euforia da cana de açúcar é precipitada, até que melhores estudos de todos os ângulos decidam isso, o Brasil tem muita terra, mas não é infinita, e se não for bem estudado tanto no nível socioeconômico e ecológico poderá trazer conseqüências sem exagero, apocalíptica.”,
Rivaldo Roberto Ribeiro - rvld7@itelefonica.com.br

CIDADÃO JORNALISTA é um espaço destinado aos leitores e ouvintes que ao relatarem fatos e experiências de sua cidade, comunidade e cotidiano, tornam-se repórteres por um momento.

 
 

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