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20/10/2006
Carta da semana

Elos perdidos

"Em meu trabalho venho me deparando com algo que pode estar sendo uma das maiores dificuldades que os jovens estão enfrentando nos dias de hoje: a escolha de uma profissão e carreira. Que momento difícil!

Profissão e carreira. Temos que diferenciar entre uma e outra: profissão está relacionada àquilo que se pretende fazer: ser dono de um negócio, médico, artista, geólogo, engenheiro... Carreira se refere à trajetória a ser percorrida ao longo do exercício de uma profissão. Carreira é um caminho para se percorrer num tempo. Esse parece ser um dos elos perdidos: a noção do tempo justo e necessário para se percorrer um caminho. Vivemos num país onde toda a mídia ensina que ser feliz, estar realizado e estar bem só depende de se ter uma excelente aparência, ter dinheiro (de preferência trabalhando pouco) e viver só de prazer. Até aí, problema nenhum. A questão é que as pessoas devem atingir esse “estado de realização plena” o mais cedo possível, de preferência, antes dos 20 anos! Mas como conquistar tudo isso num tempo tão curto? Qual é a profissão a abraçar? Há alguma profissão que ofereça essa oportunidade? Como se pode chegar onde se pretende pelo caminho mais curto? Há uma sensação opressora de urgência, pois o valor do ser foi substituído pelo ter e aparentar, o que nos faz sentir inferiores, incompetentes. A impossibilidade de ser feliz com esses sentimentos alimenta o ciclo trazendo mais pressa, mais busca por atalhos e mais angústia.

Considerando que as pessoas têm a expectativa de viver, pelo menos, 75 anos e que uma carreira se inicia por volta dos 25, é correto afirmar que a escolha de uma profissão pode determinar o que uma pessoa irá fazer durante 6 a 8 horas, todos os dias, por aproximadamente 40 a 50 anos.

É fundamental que as pessoas passem esse tempo de suas vidas fazendo algo que gostem. Aliás, essa é uma condição para se construir uma carreira de sucesso e de se sentir feliz e realizado. Ninguém faz bem aquilo que não gosta de fazer. Realização e sucesso em tudo que se faz (inclusive relacionamentos) dependem, entre outras coisas, do fogo, da paixão e do amor ao que se faz. E esse é outro elo perdido. Em muitos casos, as pessoas escolhem um curso universitário em função do seu menor tempo de duração ou da menor dificuldade em passar no vestibular ou, ainda, por não terem descoberto a sua vocação ou por não querer pagar o preço da conquista. Perderam o elo entre se realizar como ser e o que fazer para essa realização.

Penso que a corrente que serve de corrimão para apoiar a subida dessa escada seja formada por esses elos perdidos e, para uni-los e formar a corrente, é necessário se aliar ao tempo e à si mesmo. A chama do fogo deve se manter acesa e nos aquecer por muito tempo. Ter pressa, tomar atalhos e não prestar atenção em seus motivadores internos é desperdiçar oportunidades",
Vitor Pascoal - vitor.pascoal@ciadetalentos.com.br

CIDADÃO JORNALISTA é um espaço destinado aos leitores e ouvintes que ao relatarem fatos e experiências de sua cidade, comunidade e cotidiano, tornam-se repórteres por um momento.

 
 

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