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REFLEXÃO


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pensata
16/02/2004

Crianças não são animais

Escrevi na Folha artigo dizendo ser estranho que a morte de animais no zoológico de São Paulo tenha tido mais repercussão do que a denúncia de que prefeitos fazem crianças passarem fome porque desviam recursos da merenda escolar. Essa passividade deriva do fato de que já nos acostumamos a ver desvios na área social.

Na segunda-feira, vi minha tese se confirmar. Recebi dezenas de e-mails (podem ser lidos no meu site, que é www.dimenstein.com.br) colocando-me como inimigo dos animais, um sujeito insensível. Isso porque eu disse que crianças também mereciam atenção. Acharam que a relação era despropositada e revelava uma perversa distorção de valores.

Quase ninguém apoiou o óbvio: a de que uma sociedade que presta mais atenção em animais do que em crianças deve ter algo de errado. Devemos estar mesmo muito doentes. Claro que nosso equilíbrio depende da convivência harmônica entre o homem e a natureza. Mas também da relação harmônica entre os homens - e isso não temos.


Coluna originalmente publicada na Folha Online, na editoria Pensata.

   
 
 
 

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