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REFLEXÃO


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pensata
17/08/2004
Somos covardes?

O Conselho Federal de Jornalismo morreu e não há quem o salve. Se prosperar no Congresso, o que duvido, não vai ter legitimidade e jamais sairá do papel.

O projeto morreu por um motivo simples e elementar. Tem menos a ver com o conteúdo (ruim) do que com a forma (péssima). Imprensa e governo não são inimigos nem adversários. Mas estão em campos opostos.

Um dos papéis da mídia é fiscalizar ações oficiais, irritando necessariamente os governantes.

Quando um projeto para fiscalizar e "disciplinar" a imprensa, embora feito por uma entidade sindical, é apadrinhado por um governo, está morto. Ainda mais quando esse governo anda irritado com jornalistas e tem integrantes, em cargos elevados, que admiram Hugo Chávez e Fidel Castro.

Ao chamar os jornalistas que não defendem o Conselho Federal de Jornalismo de covardes, Lula só mostrou a dificuldade de convivência com idéias contrárias. No lugar de uma discussão, preferiu a ofensa. E depois querem que se confiem neles para preservar a ética do jornalismo.

O que o presidente chama de covardia é a preocupação de manter a liberdade de informação longe de pessoas que só estão preocupadas com a manipulação de poder.

Nada disso invalida que se discuta cada vez como a sociedade deve exigir mais ética, responsabilidade e transparência da mídia.



Coluna originalmente publicada na Folha Online, na editoria Pensata.

   
 
 
 

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