Ao fazer
seu relato sobre como entrou no mundo das raves e se viciou
em drogas sintéticas como a ecstasy, Igor Nunes Marin,
27, que está escrevendo suas memórias, conta
que os traficantes, freqüentadores das festas, não
se percebem como traficantes.
São jovens de classe média, estudam, alguns
trabalham, mas aproveitam as festas para repassar as drogas
e sustentar o próprio consumo. "Eles até
se sentiriam ofendidos se fossem chamados de traficantes."
O fato é que a apreensão de drogas cresceu
1.713% em 2007, comparado ao ano anterior. Boa parte disso,
segundo investigações da Polícia Federal,
é repassada por jovens de classe média, cujo
perfil pouco tem a ver com os traficantes retratados em "Tropa
de Elite". Isso se deve principalmente à disseminação
em todo o Brasil das raves, as festas que chegam a durar até
32 horas.
Quando se lê o relato corajoso de Igor sobre o mundo
das raves, que coloquei no site,
vemos o tamanho da ameaça à saúde de
jovens o abuso de drogas nessas festas.
Sem nunca ter traficado, ele está limpo há
quatro meses e reconstruindo sua vida, motivado a escrever
sobre sua experiência por ter vivido "o inferno
das alucinações" e ter feito de seu corpo
um laboratório de experimentos químicos. Só
decidiu contar o que viu e sentiu por achar que muito jovens
desconhecem os riscos que estão correndo.
Link relacionado:
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de ecstasy no país aumenta 1.713% em um ano
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O
traficante que virou educador
Igor,
27, relata suas viagens pelas raves
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Colunas.
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