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Supla
para presidente da República
Que aconteceria
se uma pesquisa de opinião incluísse nesta semana
o roqueiro Supla numa lista de presidenciáveis?
Fiz essa
provocação ao diretor-geral do Datafolha, Mauro
Francisco Paulino, que, cauteloso, admitiu: " Provavelmente,
ele entraria na lista e se tornaria um presidenciável".
A aposta é compreensível: no "Casa dos
Artistas", domingo passado, o roqueiro apareceu como
um indivíduo compreensivo, solidário, amoroso
e conciliador, vivendo num ninho de cobras. Talvez tivesse,
na hipotética pesquisa, até mesmo mais pontos
do seu pai, o presidenciável senador Eduardo Suplicy,
há décadas na política, um dos responsáveis
pela implantação de programas de renda mínima,
vitais no combate à pobreza.
Suponha-se,
então, numa hipótese radicalmente absurda que
Supla, em vez de aproveitar o show para vender seu CD, informasse
a todos que é candidato a presidente e fizesse daquela
casa uma plataforma com 24 horas de exposição.
Será que alguém passaria a levar a sério
aquela candidatura? Talvez.
Em essência,
o efeito Roseana Sarney é parecido: fizeram da propaganda
gratuita sua "Casa dos Artistas". Ninguém
sabe exatamente quem ela é, o que faz, o que fez, mas
parece uma boa moça.
Marketing
já produz manipulações mesmo nas nações
de escolaridade avançada. Imagine, então, no
Brasil, onde um terço dos eleitores é formado
de analfabetos funcionais.
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