Home
 Tempo Real
 Coluna GD
 Só Nosso
 Asneiras e Equívocos 
 Imprescindível
 Urbanidade
 Palavr@ do Leitor
 Aprendiz
 
 Quem Somos
 Expediente


Dia 11.12.00

 

 

Tráfico internacional de mão-de-obra gera até US$ 10 bi

Uma indústria criminosa está crescendo no mundo: o tráfico de trabalhadores. O negócio, que movimenta até US$ 10 bilhões por ano, é impulsionado pela rigidez nas leis de migração dos países desenvolvidos, segundo relatório da International Organization for Migration (IOM).

"O tráfico humano é lucrativo e menos arriscado do que o de drogas", diz Roy Penrose, policial britânico especializado em crime organizado. Quem foge da pobreza paga às quadrilhas entre US$ 30 mil e US$ 50 mil para viajar e uma taxa se chegar com vida ao destino. Quem não paga suas dívidas acaba vítima de trabalho escravo

O relatório da OIM aponta que na África a emigração é uma estratégia de sobrevivência, mas causa a "saída de cérebros": 23 mil pessoas com qualificação acadêmica saem todo ano de Gana, Nigéria, Senegal, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.

O tráfico humano para exploração sexual também aumentou. Em 1997, 175 mil mulheres e crianças estavam envolvidas numa rede de prostituição nos países desenvolvidos.

(Valor)

 

 
                                                Subir    

 

 

 

 

 

 

 

 

Tráfico humano gera até US$ 10 bi

Uma indústria rentável e relativamente segura, ainda que criminosa, está se expandindo no mundo: o tráfico de seres humanos, que chega a movimentar entre US$ 7 bilhões e US$ 10 bilhões por ano, segundo estimativas de diferentes organizações envolvidas no combate a esse crime.

A migração - legal e ilegal - é um fenômeno antigo, mas com a globalização da economia e o fim da Guerra Fria aumentaram os fluxos de pessoas. Entre 1991 e 1998, o número de imigrantes ilegais vivendo na Europa cresceu 50%, chegando a 3 milhões de pessoas, segundo o último relatório da International Organization for Migration (IOM), que tem sede em Genebra.

"O tráfico humano é lucrativo e menos arriscado do que o de drogas", compara Roy Penrose, diretor da National Crime Squad (NCS), divisão policial britânica especializada em crime organizado. Entre os imigrantes ilegais mais comuns nos países ricos da Europa estão os da Ásia - especialmente da China e Ásia Central - e da África subsaariana.

Na maior parte das vezes fugindo da pobreza, para chegar ao que imaginam ser o moderno Eldorado, as pessoas pagam entre US$ 30 mil e US$ 50 mil para as quadrilhas, dependendo da origem e do destino. "Uma pessoa da província de Fujian, na China, por exemplo, paga 15 mil libras (US$ 22.500) antes de viajar e uma alta soma depois, se chegar sã e salva ao destino, em prestações e juros exorbitantes", disse Penrose. Por isso, muitas acabam vítimas de trabalho escravo.

Um dos fatores que contribuíram para a expansão do tráfico organizado de seres humanos e das quadrilhas especializadas, de acordo com a OIM, é a maior rigidez nas leis de migração dos países desenvolvidos. Os Estados Unidos recebem cerca de 300 mil imigrantes ilegais por ano e o Canadá, 200 mil, segundo o relatório. Em 1998, havia 2,5 milhões de imigrantes ilegais mexicanos nos EUA, que também é polo de atração para pessoas de toda a América Latina, especialmente dos países centro-americanos.

Tradicionais exportadores de mão-de-obra, como Espanha e Itália, passaram a atrair imigrantes, legais ou não, na medida em que suas economias foram se expandindo. Segundo a OIM, só os ilegais chegam a 150 mil na Espanha e 235 mil na Itália.
São, na maioria, africanos que procuram trabalho, principalmente na florescente economia informal da Itália e na indústria de frutas da Espanha.

Em boa parte dos países da África, a emigração passou a ser "uma estratégia de sobrevivência", diz o relatório. A contrapartida é a "saída de cérebros" dos países africanos: 23 mil pessoas com qualificação acadêmica emigram, por ano, de Gana, Nigéria, Senegal, Uganda, Zâmbia e Zimbábue para Europa, América do Norte e Oriente Médio.

As remessas de dinheiro que os imigrantes (legais ou não) fazem para suas regiões de origem, além de fonte de renda para suas famílias, passam a ser importantes fontes de divisas para países como Bangladesh, Sri Lanka e El Salvador, segundo o relatório.
Durante a guerra civil salvadorenha, mais de 1 milhão dos 6 milhões de habitantes do país emigraram para os EUA. Hoje, remetem US$ 1 bilhão por ano, o que equivale a três vezes as exportações de café de El Salvador.

Os fluxos migratórios na Coréia do Sul são mais um exemplo da ligação com o desempenho econômico. Segundo dados do relatório, no final dos anos 80, mas de 30 mil coreanos eram admitidos legalmente, por ano, nos EUA.

Nos anos 90, com a economia crescendo aceleradamente, um amplo programa de educação e de redução da pobreza, a Coréia começou se tornar destino importante para migrantes, principalmente de outros países da Ásia. O número de trabalhadores estrangeiros no país chegou a 267 mil em 1997, mas a crise financeira reduziu esse número e, de acordo com a OIM, havia apenas 160 mil, em julho de 1998.

Os países exportadores de petróleo, no Oriente Médio, atraem 1 milhão de imigrantes temporários por ano - a maioria de Bangladesh, Índia, Paquistão e Sri Lanka. Parte expressiva entra de forma ilegal, mas não existem estatísticas. Uma idéia desse número pode ser obtida pela expulsão de trabalhadores não autorizados, quase 350 mil por ano só na Arábia Saudita, segundo a OIM.

A maior parte desses empregos não exige qualificação. Um trabalhador ganha em um dos países produtores de petróleo, em média, oito vezes mais do que receberia em Sri Lanka e 13 vezes mais do que em Bangladesh. Os governos desses dois países, diz o relatório, confiam nesse tipo de emigração para diminuir as pressões sobre o desemprego.

O tráfico de mulheres e crianças para exploração sexual para os países desenvolvidos também tem aumentado. A maior parte delas sai do Leste Europeu e da antiga URSS. Um estudo do governo dos EUA indica que, em 1997, 175 mil mulheres e crianças dessas regiões estavam envolvidas numa rede de prostituição, muitas vezes como escravas.

Estatísticas do governo alemão mostram que 40% delas são da ex-URSS e 30% de Polônia, República Tcheca e Eslováquia. Esse tipo de crime vem crescendo, segundo o OIM, porque além de lucrativo, as penas não são severas e as condenações são raras.

(Valor)

 

 
                                                Subir    
   DIA 08.12.00
  Jovens que trabalham e estudam tendem a sentir dor muscular
   
   DIA 07.12.00
  País exporta mão-de-obra qualificada
   
   DIA 06.12.00
  Para Bird, protecionismo dos ricos limita o avanço dos países emergentes
   
   DIA 05.12.00
  Escolas técnicas brasileiras participarão de Olimpíada
   
   DIA 03.12.00
  Escolas técnicas brasileiras participarão de Olimpíada
   
   DIA 02.12.00
  Garis de Osasco ensinam informática
   
   DIA 29.11.00
  Senado amplia trabalho de aprendizes