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Piora
o mercado de trabalho na última década
Entre 1991 e
2000, o desemprego cresceu, a renda caiu e aumentou tempo de procura
por vaga. Há menos pessoas trabalhando com carteira assinada
e a renda média do assalariado caiu no período analisado.
Além disso, aumentou o tempo de procura por um emprego, segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa média de desemprego saltou de 4,8% em 91 para 6,3%
de janeiro a novembro de 2001.
Em números
absolutos de novembro de 2001, os dados mostram que havia, naquele
momento, 14,265 milhões de pessoas inativas em Recife, Salvador,
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
E, da população ocupada (17,302 milhões), apenas
7,768 milhões tinham carteira assinada. Os desempregados
somavam 1,182 milhão.
Os números
do IBGE mostram que o tempo de procura por um emprego, outro indicador
de deterioração do mercado de trabalho, também
cresceu muito. Em 1991, o tempo médio de procura por um emprego
era de 13,31 semanas (cerca de três meses). Em novembro de
2001, o tempo médio era de 20,55 semanas (quase cinco meses).
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Mercado
de trabalho encolhe e piora no país
O mercado de
trabalho encolheu e piorou de qualidade na última década
no Brasil. Um levantamento feito pelo IBGE a pedido da Folha mostra
que a parcela inativa da força de trabalho (pessoas com 15
anos ou mais que não trabalham nem procuram emprego) cresceu
11,8%, passando de 39% em 1991 para 43,6% em novembro de 2001.
Como consequência,
a população ativa - pessoas ocupadas ou procurando
trabalho - caiu 7,5%, passando de 61% do contingente com 15 anos
ou mais para 56,4% no mesmo período.
Mercado encolhido,
menos pessoas procurando emprego e ainda por cima as vagas existentes
melhoraram. Há menos pessoas trabalhando com carteira assinada
e a renda média do assalariado caiu no período analisado.
Além disso, aumentou o tempo de procura por um emprego.
A diferença
entre população inativa e desempregada é que,
enquanto a primeira está fora do mercado, a segunda está
procurando emprego sem achá-lo.
"Procurar
trabalho custa tempo, sola de sapato e auto-estima", disse
o economista Lauro Ramos, editor do "Mercado de Trabalho",
do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a propósito
do percentual de pessoas que desistiu de procurar emprego na última
década. "Existe algum componente de desalento que não
é desprezível", completou.
A pesquisa do
IBGE abrange apenas as regiões metropolitanas de seis capitais
-Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo
e Porto Alegre.
A taxa média
de desemprego saltou de 4,8% em 91 para 6,3% de janeiro a novembro
de 2001.
Em números
absolutos de novembro de 2001, os dados mostram que havia, naquele
momento, 14,265 milhões de pessoas inativas nas seis regiões.
E, da população ocupada (17,302 milhões), apenas
7,768 milhões tinham carteira assinada. Os desempregados
somavam 1,182 milhão.
Um exercício
inédito feito pelo IBGE com bases nos dados da Pesquisa Mensal
de Empregos de outubro do ano passado mostrou que nas seis capitais
pesquisadas a maior parcela dos inativos dedica-se a estudar.
Em Salvador,
os estudantes representam 49,6% da população inativa.
No Rio, a percentagem de estudantes cai para 36,1%. Em São
Paulo, ela é de 39,7%.
Os afazeres domésticos vêm em segundo lugar em quatro
das seis capitais, com a liderança de São Paulo (31,5%
dos inativos). No Rio e em Porto Alegre o segundo lugar fica com
os aposentados. Eles representavam, respectivamente, 31,4% e 29,3%
dos inativos. Em São Paulo, eles eram 23,7% dos inativos.
A liderança dos estudantes entre os inativos é vista
por especialistas como um indicador de que os jovens estão
buscando se preparar mais antes de entrar no mercado de trabalho.
Dados do último
boletim quadrimestral "Mercado de Trabalho", do Ipea,
revelam que a parcela de jovens entre 15 e 17 anos na população
ocupada nas áreas pesquisadas pelo IBGE caiu de 671.196 na
média de 1991 para 408.839 na média de janeiro a setembro
de 2001.
Os números
do IBGE mostram que o tempo de procura por um emprego, outro indicador
de deterioração do mercado de trabalho, também
cresceu muito. Em 1991, o tempo médio de procura por um emprego
era de 13,31 semanas (cerca de três meses). Em novembro de
2001, o tempo médio era de 20,55 semanas (quase cinco meses).
O economista
Márcio Pochmann, pesquisador da Unicamp e atual secretário
de Trabalho do município de São Paulo, considera que
o estudo do período 1991-2001 ainda mascara a deterioração
do mercado de trabalho nos últimos anos.
Isso porque ele compara um período recessivo (a economia
do Brasil cresceu só 1,03% em 91) com outro no qual o país
vinha em fase de crescimento até o primeiro semestre de 2001
(o país cresceu 3,17% no período).
Realmente, se
a comparação de carteira assinada fosse entre 1989,
às vésperas do Plano Collor, e 2000, a queda seria
de 58% do pessoal ocupado para 43,6%.
Em 2001 houve um aumento do emprego com carteira assinada, reflexo
da retomada da atividade em 2000, quando o PIB (Produto Interno
Bruto) do país, que mede o crescimento econômico, registrou
alta de 4,36%. O emprego sem carteira assinada registrou uma ligeira
queda, passando de 27,5% para 27% da população ocupada.
(Folha de
S. Paulo)
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