Home
 Tempo Real
 Coluna GD
 Só Nosso
 Asneiras e Equívocos 
 Imprescindível
 Urbanidade
 Palavr@ do Leitor
 Aprendiz
 
 Quem Somos
 Expediente

Semana de 02.07.00 a 08.07.00

 

Convivência é principal fonte de reclamações

Segundo pesquisa da consultoria Mind Performance, o que mais incomoda os funcionários em uma empresa são seus colegas de trabalho.

Dos 1.250 entrevistados em treze companhias brasileiras, mais de 20% responderam espontaneamente ter algum tipo de problema com um colega de trabalho.

As discórdias geralmente começam por motivos banais e a consequência para a empresa é a queda na produtividade. Por isso, diversas companhias já criaram serviços de registro de queixas e conselhos aos funcionários.

Outras alternativas para unir a equipe são atividades em grupo fora da empresa, como a prática de esportes radicais.

A pesquisa apontou que os programas de assistência e acompanhamento reduziram em 49% os problemas de convívio nas companhias.

(Veja)

 

Leia mais:
- Ética dentro das empresas pode melhorar, indica pesquisa
- Hormônios garantem qualidade de vida no trabalho

 

 

 

 

 

 

 

O inimigo trabalha ao lado

Qual seria a principal reclamação dos funcionários de uma empresa? Salários baixos? Jornada de trabalho exaustiva? Muitas pesquisas feitas sobre o assunto apontam essas razões. Mas um levantamento realizado pela consultoria Mind Performance apresenta uma novidade. A principal reclamação dos empregados são... os outros funcionários. A consultoria chegou a essa conclusão após pesquisar 1.250 empregados de treze companhias brasileiras, entre elas Procter & Gamble, Avon, DuPont, Shell, Comgás e General Electric. Os resultados dos questionários foram surpreendentes. Mais de 20% dos entrevistados disseram espontaneamente viver algum tipo de problema com um colega de trabalho. Na guerra do escritório, as reclamações foram variadas. Tem gente que não suporta o companheiro porque ele é um tremendo bajulador do chefe. Outros não se dão com o colega porque o sujeito, extremamente competitivo, sempre que pode chama as glórias do serviço para si. Mas houve quem dissesse apenas que seu "santo não cruza com o do outro" ou que é "impossível trabalhar com alguém que se veste dessa maneira".

O ambiente de trabalho é um lugar naturalmente marcado pela disputa e onde há pretendentes demais para postos de chefia de menos. É natural que as pessoas se estranhem. Para quem ingressa numa firma, pode-se extrair dessa realidade uma lição número 1: prepare-se para ter seu inimigo. Os especialistas sugerem, no entanto, que os novatos tomem alguns cuidados para que não juntem uma coleção de inimigos tão cedo. Uma das precauções é ficar longe de confusões. Sabe aquela funcionária que parece estar jogando charme em cima do chefe para subir? Esqueça-a. Sabe aquele outro que fica passando a rasteira em todo mundo? Ignore-o. Em geral, esse tipo de comportamento é logo detectado por quem tem de se incomodar com isso: a chefia. Se for impossível manter a paz, veja se você não é o intolerante. Os motivos para o início de uma discórdia costumam ser banais. As pessoas passam a odiar o colega de trabalho por causa de uma frase impensada ou de um simples comentário escutado no corredor. Boa parte dos casos relatados na pesquisa da Mind Performance começou dessa maneira. Eram discussões sem relevância que, com o passar do tempo, evoluíram para um distanciamento entre dois profissionais. "Encontramos problemas desse tipo em todos os níveis hierárquicos", diz Ricardo Esch, diretor da consultoria.

Brigar no trabalho é uma das piores situações que um profissional pode enfrentar. A pessoa é diariamente obrigada a conviver com uma outra que ela não suporta. Funciona como um casamento falido que não pode ser desfeito. São de oito a doze horas por dia de chateações e competição sem trégua. O ambiente fica pesado, as fofocas contaminam o restante da equipe e as pessoas perdem mais tempo com a disputa que com o trabalho. Resultado: queda na produtividade. Preocupadas, muitas companhias estão recorrendo a um serviço que registra queixas e dá conselhos aos funcionários. São os chamados Programas de Assistência ao Empregado, uma espécie de "terapia breve" para ajudar ou, pelo menos, orientar o profissional a conviver com um problema de relacionamento. O empregado conta seu caso, tem o anonimato garantido, e a companhia fica sabendo, entre outras coisas, quem está tentando "puxar o tapete" de quem. "Serve como desabafo para o funcionário e um importante elemento de planejamento para a empresa", conta Cristina Palis, diretora da CPH Tecnologia em Saúde.

Do ponto de vista da empresa, a melhor maneira de resolver o problema é tratá-lo preventivamente. Se há uma briga, por exemplo, os envolvidos são chamados separadamente, para tentar melhorar o comportamento no trabalho. Se existe um problema maior, o jeito é adotar soluções mais drásticas. Na Procter & Gamble, em São Paulo, um "estranhamento" entre profissionais de um setor levou o diretor de recursos humanos Zélio Pereira a promover uma espécie de terapia em grupo. Durante um fim de semana, eles participaram de atividades radicais, como rafting (canoagem em corredeira) e canyoning (descida de cachoeiras). A aventura serviu para unir a equipe. A pesquisa feita pela Mind Performance mostrou que os problemas de relacionamento foram reduzidos em 49% nas empresas que adotaram programas de assistência e acompanhamento. "Eles percebem que precisam da ajuda uns dos outros e param de alimentar as diferenças", explica Pereira. Pelo menos, até o próximo bate-boca.

(Anna Paula Buchalla - Veja - 05/07/00)

 
                                                Subir    
   Semana de 25.06.00 a 01.07.00
  Falta de mão-de-obra causa tragédias na Europa
   
   Semana de 18.06.00 a 24.06.00
  Pesquisa aponta descompasso entre trainees e empresas
   
   Semana de 04.06.00 a 10.06.00
  Empresas multinacionais reservam vagas para minorias
   
   Semana de 28.05.00 a 03.06.00
  Varejo tradicional mostra sua força na rede