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Convivência
é principal fonte de reclamações
Segundo pesquisa
da consultoria Mind Performance, o que mais incomoda os funcionários
em uma empresa são seus colegas de trabalho.
Dos 1.250 entrevistados
em treze companhias brasileiras, mais de 20% responderam espontaneamente
ter algum tipo de problema com um colega de trabalho.
As discórdias
geralmente começam por motivos banais e a consequência
para a empresa é a queda na produtividade. Por isso, diversas
companhias já criaram serviços de registro de queixas
e conselhos aos funcionários.
Outras alternativas
para unir a equipe são atividades em grupo fora da empresa,
como a prática de esportes radicais.
A pesquisa apontou
que os programas de assistência e acompanhamento reduziram
em 49% os problemas de convívio nas companhias.
(Veja)
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dentro das empresas pode melhorar, indica pesquisa
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garantem qualidade de vida no trabalho
O
inimigo trabalha ao lado
Qual seria a
principal reclamação dos funcionários de uma
empresa? Salários baixos? Jornada de trabalho exaustiva?
Muitas pesquisas feitas sobre o assunto apontam essas razões.
Mas um levantamento realizado pela consultoria Mind Performance
apresenta uma novidade. A principal reclamação dos
empregados são... os outros funcionários. A consultoria
chegou a essa conclusão após pesquisar 1.250 empregados
de treze companhias brasileiras, entre elas Procter & Gamble,
Avon, DuPont, Shell, Comgás e General Electric. Os resultados
dos questionários foram surpreendentes. Mais de 20% dos entrevistados
disseram espontaneamente viver algum tipo de problema com um colega
de trabalho. Na guerra do escritório, as reclamações
foram variadas. Tem gente que não suporta o companheiro porque
ele é um tremendo bajulador do chefe. Outros não se
dão com o colega porque o sujeito, extremamente competitivo,
sempre que pode chama as glórias do serviço para si.
Mas houve quem dissesse apenas que seu "santo não cruza
com o do outro" ou que é "impossível trabalhar
com alguém que se veste dessa maneira".
O ambiente de
trabalho é um lugar naturalmente marcado pela disputa e onde
há pretendentes demais para postos de chefia de menos. É
natural que as pessoas se estranhem. Para quem ingressa numa firma,
pode-se extrair dessa realidade uma lição número
1: prepare-se para ter seu inimigo. Os especialistas sugerem, no
entanto, que os novatos tomem alguns cuidados para que não
juntem uma coleção de inimigos tão cedo. Uma
das precauções é ficar longe de confusões.
Sabe aquela funcionária que parece estar jogando charme em
cima do chefe para subir? Esqueça-a. Sabe aquele outro que
fica passando a rasteira em todo mundo? Ignore-o. Em geral, esse
tipo de comportamento é logo detectado por quem tem de se
incomodar com isso: a chefia. Se for impossível manter a
paz, veja se você não é o intolerante. Os motivos
para o início de uma discórdia costumam ser banais.
As pessoas passam a odiar o colega de trabalho por causa de uma
frase impensada ou de um simples comentário escutado no corredor.
Boa parte dos casos relatados na pesquisa da Mind Performance começou
dessa maneira. Eram discussões sem relevância que,
com o passar do tempo, evoluíram para um distanciamento entre
dois profissionais. "Encontramos problemas desse tipo em todos
os níveis hierárquicos", diz Ricardo Esch, diretor
da consultoria.
Brigar no trabalho
é uma das piores situações que um profissional
pode enfrentar. A pessoa é diariamente obrigada a conviver
com uma outra que ela não suporta. Funciona como um casamento
falido que não pode ser desfeito. São de oito a doze
horas por dia de chateações e competição
sem trégua. O ambiente fica pesado, as fofocas contaminam
o restante da equipe e as pessoas perdem mais tempo com a disputa
que com o trabalho. Resultado: queda na produtividade. Preocupadas,
muitas companhias estão recorrendo a um serviço que
registra queixas e dá conselhos aos funcionários.
São os chamados Programas de Assistência ao Empregado,
uma espécie de "terapia breve" para ajudar ou,
pelo menos, orientar o profissional a conviver com um problema de
relacionamento. O empregado conta seu caso, tem o anonimato garantido,
e a companhia fica sabendo, entre outras coisas, quem está
tentando "puxar o tapete" de quem. "Serve como desabafo
para o funcionário e um importante elemento de planejamento
para a empresa", conta Cristina Palis, diretora da CPH Tecnologia
em Saúde.
Do ponto de
vista da empresa, a melhor maneira de resolver o problema é
tratá-lo preventivamente. Se há uma briga, por exemplo,
os envolvidos são chamados separadamente, para tentar melhorar
o comportamento no trabalho. Se existe um problema maior, o jeito
é adotar soluções mais drásticas. Na
Procter & Gamble, em São Paulo, um "estranhamento"
entre profissionais de um setor levou o diretor de recursos humanos
Zélio Pereira a promover uma espécie de terapia em
grupo. Durante um fim de semana, eles participaram de atividades
radicais, como rafting (canoagem em corredeira) e canyoning (descida
de cachoeiras). A aventura serviu para unir a equipe. A pesquisa
feita pela Mind Performance mostrou que os problemas de relacionamento
foram reduzidos em 49% nas empresas que adotaram programas de assistência
e acompanhamento. "Eles percebem que precisam da ajuda uns
dos outros e param de alimentar as diferenças", explica
Pereira. Pelo menos, até o próximo bate-boca.
(Anna Paula
Buchalla - Veja - 05/07/00)
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