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Fosso social
08/10/2003

Cresce desigualdade na América Latina, diz Bird

A América Latina aprofundou sua condição de região mais desigual do mundo durante os anos 90, comprometendo qualquer esforço para a retomada de um crescimento sustentável.

O Brasil, apesar de uma pequena melhora nos últimos anos, segue apresentando um dos maiores abismos entre pobres e ricos no mundo.As conclusões são do estudo "Desigualdades na América Latina: Rompendo com a História?", de 498 páginas, apresentando ontem pelo Bird (Banco Mundial).

O órgão afirma que a América Latina sofre hoje de "excesso de desigualdade" e defende, especialmente para o Brasil, políticas urgentes de cotas para minorias como forma de "romper o ciclo histórico" que perpetua as diferenças na região.

O trabalho enfatiza que a desigualdade não será eliminada -"como demonstram os últimos 50 anos"- apenas com medidas econômicas.

O documento cruzou pela primeira vez 52 pesquisas realizadas em 3,6 milhões de domicílios de 20 países da América Latina e do Caribe entre 1990 e 2001. A principal conclusão é que os 10% mais ricos da região detêm hoje 48% da renda total. Na outra ponta, os 10% mais pobres ficam com apenas 1,6% do bolo.

"Com exceção da África subsaariana, a América Latina é mais desigual em qualquer indicador: renda, gastos com consumo, influência política, poder de decisão e acesso a serviços como saúde e educação", diz o estudo.

Nos anos 90, a desigualdade tornou-se"mais uniforme" na América Latina como consequência das crises na Argentina, Venezuela e Uruguai, países antes considerados menos "injustos".

Segundo o estudo, a desigualdade no país menos desigual da América Latina - o Uruguai - é maior do que no país mais desigual do Leste europeu e nos países industrializados.

Nesse contexto, o Brasil continua o "mais desigual da região mais desigual". O país só perde em desigualdade de renda para cinco nações africanas: Namíbia, Botsuana, República Centro-Africana e Suazilândia.

 

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