carnaval 2008
10/01/2008

Projeto de estudante propõe alternativa ao Fábrica de Sonhos, da prefeitura

Heitor Augusto


Um centro cultural para abrigar um novo Museu do Samba Paulista, um barracão para as 14 escolas do Grupo Especial e um teatro para apresentações musicais de sambistas. Esse é o projeto que Edgard Gabriel criou para aproveitar o terreno de 211 mil m2, em frente ao Sambódromo, no Anhembi.

A idéia é que o projeto, denominado Fábrica do Samba, abrigue atividades culturais e, ao mesmo tempo, resolva o problema de locomoção dos carros alegóricos até o sambódromo, na zona norte. Desenhado em 2007 como um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), é uma alternativa ao Fábrica de Sonhos, lançado ontem, 9, pela prefeitura (leia abaixo).

O primeiro bloco seria o Barracão, onde as 14 escolas do Grupo Especial construiriam os carros e confeccionariam as fantasias. Para Gabriel, o deslocamento ao sambódromo é o principal empecilho para as agremiações. “Dependendo da escola, às vezes é necessário até cortar a fiação elétrica para a locomoção dos carros alegóricos”. A Fábrica do Samba, segundo o arquiteto, resolveria esse problema, devido à proximidade com o sambódromo.

Nova sede para o museu
O segundo bloco receberia o acervo do Museu do Samba Paulista, administrado pela Uesp (União das Escolas de Samba de São Paulo) – que organiza os desfiles da cidade, exceto o do Grupo Especial (transmitido pela televisão) e do Grupo de Acesso. Uma das demandas do museu é digitalizar o arquivo de 70 mil títulos.

“Objetos que as escolas preservam há anos, mas não têm onde expor, poderiam ser exibidos no centro cultural, que abrigaria o museu”, explica Gabriel. O projeto prevê também a construção de um teatro para apresentações musicais.

A idéia de realizar um TCC que propusesse uma alternativa às agremiações do samba surgiu quando Gabriel começou a levar sua família para conhecer algumas escolas. “O estado de alguns barracões me deixou triste”, conta. Mesmo tendo desenhado um projeto para o carnaval paulistano, ele admite que nunca desfilou – apesar de ter freqüentado durante todo o ano passado os ensaios da Tom Maior.

Contraponto ao Fábrica de Sonhos
A prefeitura lançou ontem, 9, a Fábrica de Sonhos, que vai reunir os 14 barracões das escolas do Grupo Especial em um terreno de 77 mil m2 na Marginal Tietê. O projeto da prefeitura é semelhante à Cidade do Samba do Rio de Janeiro, localizada na zona portuária.

Na avaliação de Edgar Gabriel, que projetou o Fábrica do Samba, o centro lançado pela prefeitura não atende à principal demanda das escolas: mobilidade dos carros. “A localização do terreno não resolve o problema crônico de logística. Escolas como Gaviões da Fiel, Império da Casa Verde e Barroca Zona Sul sofrem para transportar os veículos.”

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