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Meio Ambiente
20 /09/2006

Delivery de árvore: ligue e peça uma na sua rua

Central 156 atende a solicitações de jardinagem, como plantio e poda

Ipê-amarelo ou pau-ferro? Apesar de o serviço ser desconhecido pelos paulistanos, é possível pedir o plantio de uma árvore em qualquer rua de São Paulo com um telefonema ao 156, central da Prefeitura, que também atende pela internet. A exemplo da pizza, o delivery de árvores à paulistana tem cardápio: as espécies estão listadas no Manual Técnico de Arborização Urbana, lançado no ano passado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.

Ao acionar o sistema, o munícipe recebe a visita de um técnico da Prefeitura, que verifica as condições do local a receber a árvore, que poderá ser de porte pequeno, médio ou grande e deverá guardar distâncias obrigatórias de poste, placas indicativas e fiação pública.

O mesmo manual, também disponível na internet, mostra que certas espécies que fazem sucesso nas ruas de São Paulo não são indicadas para a arborização urbana. Caso da ficus, cujas longas raízes podem invadir a tubulação, e da flamboyant, pela copa gigante.

O serviço é pouco usado não só por causa da falta de divulgação. O desapego da população às árvores, cujo dia é comemorado amanhã e que desempenha funções na cidade como amenizar o clima e purificar o ar, faz com que pedidos de poda e remoção de espécies figurem entre os serviços mais pedidos no 156, no setor de jardinagem.

Das 81.219 solicitações do ano passado, por exemplo, apenas 2.339 (2,8%) eram de plantio, enquanto 44.024 (54,2%), de poda, e 11.423 (14%), de remoção. De janeiro a agosto deste ano, das 56.653 solicitações, somente 1.682 foram de plantio, contra 33.904 (59,8%) de poda e 7.739 (13,6%) de remoção.

A cidade de São Paulo é considerada uma das maiores áreas impermeabilizadas do mundo. A cada década, há perda de vegetação, apesar de não haver dados recentes que mostrem o quanto de verde se foi. O último levantamento é o estudo Vegetação Significativa de São Paulo, feito pela Prefeitura em 1988. De lá para cá, a cidade ganhou a maior parte das 1.855 favelas, que hoje ocupam antigas áreas verdes como várzeas.

Arborização
No início deste ano, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente iniciou o plano de arborização da cidade, com uma empresa terceirizada que cuida do plantio à manutenção. De março a agosto, foram plantadas 49.100 espécies, média de 8 mil por mês. A meta é de 9 mil. Por enquanto, o plano tem contemplado áreas livres. Em outubro, o foco serão ruas e avenidas. 'Nesse caso, o risco de depredação é muito grande', afirma o assessor especial da secretaria, Hélio Neves.

Para fazer com que a população proteja as árvores plantadas, conta Neves, a secretaria financiará associações de bairro para que desenvolvam uma política de educação ambiental para a população. 'Faremos uma espécie de chamamento das associações, já que todos poderão participar dentro de um mesmo bairro, por exemplo', explica o assessor.

Para receber as árvores, foi selecionado um distrito administrativo - o mais carente de árvores - de cada uma das quatro regiões de São Paulo, que dispõe de 96 distritos. Da zona sul, foi escolhido Pedreira. Somam-se a este os bairros de Rio Pequeno (oeste), Guaianazes (leste) e Anhangüera (norte).

Segundo Neves, o pagamento às associações será feito mediante o número de árvores plantadas e mantidas em bom estado durante o período determinado do programa. 'Ter a própria população como parceira na manutenção da arborização da cidade é a forma mais eficiente que encontramos, porque só quem conhece o bairro poderá ajudar', considera.

A secretaria está investindo em outras frentes para promover a arborização da capital. O primeiro censo arbóreo de São Paulo, que, ao final, terá catalogado todas as espécies plantadas em seu território, terá concluída a parte técnica nos próximos dias. O levantamento será feito por geoprocessamento.

'Já recebemos algumas informações, mas ainda são insuficientes', afirma Neves. O censo resultará na criação de uma espécie de RG para cada planta. Estima-se que haja 1,5 milhão de árvores em São Paulo.


Sérgio Duran
O Estado de S.Paulo.

   
 
 
 

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