cidade
31/08/2007

Suposta obra para conter enchentes gera polêmica por impedir prática de skate

João Batista Jr.


Conhecida pela escassez de áreas de convivência, a cidade de São Paulo há três meses perdeu um ponto de prática de esporte ao ar livre. Com inclinação perfeita para os amantes do skate, as ruas do entorno da praça Horácio Sabino, localizada no Jardim das Bandeiras (região de Pinheiros, na zona oeste), ganhou faixas de paralelepípedo, tipo de superfície impróprio para o deslize do skate.

Segundo os skatistas, a reforma ocorreu para acatar a vontade de moradores das imediações incomodados com o barulho do esporte. Nem todos os residentes da área assinaram o manifesto que pedia a reforma, tampouco os esportistas foram consultados antes da decisão da subprefeitura.

Muitos dos envolvidos não se convenceram com a posição oficial da administração do subprefeito Nilton Nachle de que a reforma teve a função de “conter a água da chuva que invadia a praça”. Skatistas e usuários da praça em geral coletaram mais de 180 assinaturas para mostrar insatisfação com a atitude arbitrária.

Troca de comando
O problema foi encaminhado para Secretaria Municipal dos Esportes. “Vamos fazer uma auditoria para analisar se a obra foi feita para conter enchentes ou para banir os skatistas”, informa Thiago Lobo – responsável pelos assuntos ligados aos esportes radicais. “Mas temos de dizer que existem locais para a prática de skate em descidas, como nos bairros de Santana e Ipiranga”. Porém, a praça Horácio Sabino fica na Zona Oeste, enquanto que Santana está Zona Norte e Ipiranga na Zona Sul.

Lobo diz que vai programar uma reunião entre os moradores, os skatistas e o secretário Walter Feldman. Presidente da Associação dos Amigos dos Jardins das Bandeiras, Lucila Lacreta diz que já participou de encontros com a administração municipal para tratar da barulheira dos esportistas. “Mas as obras foram feitas para conter as enchentes mesmo, que sempre foi um problema da região”, diz ela. “Mas o problema com os skatistas existia também.” Lacreta conta que uma mesma obra trouxe duas soluções: minimizar os impactos da chuva e diminuir a prática de esportes.

“Já tínhamos conversado com eles [skatistas] para limitar o horário de uso na rua, mas não tinha dado certo”, lembra. Lacreta fala que, depois das obras, o número de skatistas diminuiu bastante. “Eles devem ter achado um outro lugar. Você sabe onde eles estão ‘skateitando” agora?”


Veja como era o local antes do paralelepípedo e como ficou depois.

   
 
   
 

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