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 Dia 03.09.02

     

 

Leia repercussão da coluna: Brasil de Deus

Senhor Gilberto,

Acabei de assistir ao filme, belíssimo, como eu esperava. A Cidade de Deus é o que eu poderia chamar "a minha favela", a mais próxima de onde moro. Aqui, nos acostumamos a evitá-la, sempre dando uma volta maior, principalmente motorista de táxi. Parecia tranquila, pelo menos nosso comércio ainda não foi fechado, o que por aqui já virou moda em outros bairros.

É interessante ouvir ali na tela os nomes de ruas do nosso cotidiano. Cheguei a ler que só intelectuais iriam ver o filme, pois as pessoas comuns que são assaltadas odeiam o tema. Não sei se é assim. O cinema estava bem cheio, não se tratando de um filme americano, como "Tudo para Ficar com Ele", na sala ao lado. Menos trágico.

Ver nossa realidade assim retratada, a nossa, a que fica do lado de fora do shopping, logo ali. Existe sim uma imensa maioria que a gente chama de cidadãos comuns, que acham que criança que assalta tem que morrer, que só pensam em seu mundinho de classe média, cada vez mais acuada e enjaulada, ignorando as causas, jogando a responsabilidade na polícia e no governo apenas.

A cena mais triste é quando o traficante pega duas crianças pequenas e atira nelas e manda um terceiro escolher uma para matar. O que escapa da morte começa a chorar exatamente como o meu filho chora, do tamanho dele. Um bebê, para gente colocar na cama e cantar para ele dormir.

Eu penso que a tristeza é uma mistura de ver naquele menino o nosso filho, mas também o temor de um dia ver acontecer o mesmo com ele. Se não for pelo primeiro motivo, que seja pelo segundo o evitar dar tantas voltas.

Vilma Lima Moreira

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