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tecnologia
27/10/2004
São Paulo terá ônibus não-poluentes

A preocupação ambiental tem freqüentemente andado em paralelo com a busca por melhorias na eficiência energética. E uma iniciativa do Ministério de Minas e Energia, em parceria com o PNUD e a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), une exatamente essas duas questões. A idéia do projeto de Células de Hidrogênio como Combustível para o Transporte Urbano é desenvolver e aplicar essa tecnologia nos ônibus paulistanos.

As células combustíveis a hidrogênio têm inúmeras vantagens em relação aos motores a combustão interna utilizados atualmente. Em primeiro lugar, elas causam menos poluição atmosférica e sonora. Além de ser bem mais silencioso, um veículo que utiliza esse sistema libera somente vapor de água pelo escapamento. A maior vantagem, no entanto, está no aproveitamento energético. “Os motores a combustão interna são limitados. No máximo, eles atingem somente 45% de rendimento [ou seja, somente essa porcentagem de combustível é de fato utilizada para gerar energia]. Um motor muito bom atinge 32%, mas na média não passa de 22%. Todo o resto vira calor. Já nas células combustíveis, dependendo do tipo, a eficiência pode chegar a 80%. E está aumentando”, afirma o gerente de desenvolvimento da EMTU, Márcio Schettino.

Os ônibus com essa tecnologia são elétricos e funcionam com o mesmo princípio dos trólebus. No entanto, ao contrário destes, a energia não vem de uma rede aérea externa, mas é produzida dentro do veículo. A célula é basicamente uma bateria, mas que funciona com reagentes externos. A corrente elétrica é formada por meio de uma reação eletroquímica entre hidrogênio e oxigênio.

O projeto que plevê utilizar essa tecnologia no transporte urbano paulista está dividido em quatro fases. A primeira aconteceu entre 1997 e 2000 e envolveu a formulação de um estudo de viabilidade e a elaboração de propostas para a etapa seguinte. A segunda fase, a atual, consiste em comprar oito ônibus com tecnologia de células de combustíveis, e colocá-los em operação por quatro anos e 1 milhão de quilômetros.

A terceira etapa planeja ampliar o projeto e implantar uma garagem com de 100 a 200 desses ônibus especiais. Por fim, a última implica na comercialização da tecnologia. Os objetivos vão além da preocupação com a emissão de poluentes. Pretende-se também demonstrar a viabilidade de ônibus com células combustíveis e disseminar a cultura técnica desse sistema.

No momento, a EMTU está negociando com fornecedores a compra e as especificidades dos ônibus protótipos. Depois de assinado o contrato, o que deve acontecer até o final do ano, as empresas escolhidas vão desenvolver os veículos durante 2005. No início de 2006, o primeiro protótipo deve estar em circulação. “A construção desses ônibus é um processo muito mais demorado que a de veículos comuns, que demoram uns três meses para ficarem prontos. No caso de protótipos, há uma série de componentes a serem desenvolvidos. Depois, é preciso integrá-los e realizar testes. No total, demora cerca de um ano”, explica Schettino.

O primeiro ônibus com célula de combustíveis a hidrogênio deve rodar no corredor São Matheus-Jabaquara por cerca de seis meses em testes, antes dos demais serem construídos e o acompanharem. "Nos corredores, a velocidade média dos ônibus é maior, a demanda de usuários é maior, mas a frota pode ser menor e, por isso, os custos de operação são mais baixos", explica o gerente da EMTU. “É o local ideal para a introdução de tecnologias mais caras”. O corredor São Matheus-Jabaquara possui 33 quilômetros de extensão, nove terminais e recebe 210 mil passageiros ao dia (5 milhões ao mês).

As informações são do site PNUD Brasil.

 
 
 

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