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Dia 23.01.02

Grafite em homenagem a Celso Daniel

Quem passa pela avenida Sumaré encontra uma grafitagem preenchendo um muro de 260 metros quadrados que, antes, estava sujo - a amostra de transformação de sujeira visual em arte serve, agora, como homenagem a Celso Daniel.

Para a preparação do mural, 14 grafiteiros trabalharam vários meses juntos no projeto. É uma atitude inusual: primeiro pela ação em conjunto - eles têm o hábito de pintar isoladamente - e, depois, pela disposição ao planejamento para que a obra fosse uma intervenção permanente.

Nasceu em Santo André, durante a gestão de Celso Daniel, o primeiro laboratório para educar e valorizar grafiteiros e pichadores, numa ação contra a marginalidade; a cultura hip hop prospera como uma reação à violência urbana. Munidos de spray, jovens viam reconhecido seu talento, na maioria das vezes, perseguido.

Cidade da pichação, São Paulo absorveu esse ateliê de arte comunitária, patrocinado por empresas, entidades não-governamentais e apoiado pelo poder público. Grafiteiros ganharam um ateliê para se conhecerem uns aos outros, passaram a receber dicas dos mais experientes. Eles têm acesso a livros sobre os mestres da pintura, visitam museus e exposições, fazem estágios em estúdios de artes gráficas. A primeira grande apresentação desse ateliê pedagógico foi o muro na avenida Sumaré.

Misto de escola e cooperativa, eles começaram a receber os mais variados pedidos, da periferia ao Itaim Bibi. A Secretaria Estadual da Juventude, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano, convidou-os a fazer oficinas em 500 quadras esportivas de conjuntos residenciais.

Na semana passada, fecharam contrato para uma exposição na entrada de um loft, no Itaim Bibi, projetado pelo arquiteto João Armentano.

A Emurb entregou-lhes ontem os tapumes da Praça do Patriarca, em reforma, entrada para o Masp, no centro histórico.

Nesta próxima sexta-feira, aniversário de São Paulo, eles desenham em mais um tela pública. Foram chamados a trabalhar em cem metros quadrados de painéis, na avenida Paulista, em frente ao Instituto Cultural Itaú - ali vai estar o sutil traço de Celso Daniel, com sua idéia de fazer da arte uma arma de combate à violência.

 

 
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