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30/05/2001
-
19h24
da Folha Online
O local onde o parto será realizado é mais importante do que a maioria das pessoas imagina e deve ser propício para o bem-estar da mãe e do bebê, o que quase nunca é possível em um hospital tradicional.
"O excesso de estímulos visuais, com luzes brilhantes, perguntas em demasia e pessoas observando, estimulam o neocórtex [região do cérebro responsável pelo aprendizado e memória], que vai liberar adrenalina e, consequentemente, causará medo, tensão e dor na mulher. Esses fatores impedem a dilatação", diz a fisioterapeuta e doula [acompanhante de parto] Cristina Balzano Guimarães.
Por este e outros motivos, como o risco de infecção, alguns médicos acham que a mulher não deve dar à luz nos hospitais tradicionais, recurso que deve ser usado apenas quando o parto oferece riscos. "O hospital é um lugar ruim para as mulheres que não sofrem risco ganharem um bebê. A falta de dilatação é ocasionada pelas circunstâncias e pela medicalização da gestante, que é tratada, vestida e alimentada como se fosse doente", afirma o ginecologista e obstetra Ricardo Herbert Jones.
As casas de parto, comuns em países da Europa, começam a surgir no Brasil como alternativa aos hospitais. São ambientes mais apropriados para o nascimento das crianças, sem riscos de infecção e com mobiliário melhor adaptado para que a mulher possa agir como tiver vontade, sem ter, necessariamente, de ficar deitada numa cama.
Evitar o uso de medicamentos para o alívio da dor durante o trabalho de parto é outro aspecto defendido pelos adeptos do parto humanizado, além de ser recomendado pela OMS como uma conduta útil e que deve ser encorajada. Massagens e técnicas de relaxamento são alternativas ao uso de remédios.
A raspagem dos pêlos púbicos também é considerada prejudicial e ineficaz. Segundo os médicos, essa prática aumenta o risco de infecção porque há possibilidade de causar cortes ou ferimentos na pele da mãe.
Aprendendo a ser mãe
Em busca de informações e novos conhecimentos, muitas mulheres procuram os cursos para gestantes. Em pequenos grupos, elas recebem apoio e orientação de diferentes profissionais como obstetras, nutricionistas, fisioterapeutas, pediatras e psicólogos.
Além da dor do parto, a alteração da dinâmica conjugal é o principal medo das gestantes que procuram os cursos. "As mulheres temem a dor do parto. Muitas chegam pensando em fazer cesariana. Mostramos que é uma cirurgia de médio porte que só deve ser feita em caso de emergência", afirma a psicóloga Vera Iaconelli, da "Gerar Escola de Pais", instituição de São Paulo.
A psicóloga Flávia Koeche, do grupo Koeche, concorda e diz que a intenção é passar os conhecimentos adiante. "As futuras mães são orientadas a respeito do parto tradicional ou verticalizado (de cócoras)", diz.
Além de fazer relaxamento e conversar sobre questões referentes ao parto e à gestação, há muita interação entre as participantes. "Elas trocam experiências e discutem. Só então proponho um trabalho corporal ou dramatização do parto, com exercícios para o pré-parto", diz Vera.
A participação dos pais é indicada e traz benefícios não só para a mulher e para o bebê, mas para ele mesmo. "Os homens ficam muito relegados e até enciumados durante a gestação, sem saber para o que eles servem", afirma Vera. De acordo com ela, os pais precisam saber que são muito importantes, mas não nas mesmas tarefas. "A finalidade é a mesma, formar uma família, só que os papéis são insubstituíveis."
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Casas de parto são alternativa a hospitais
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O local onde o parto será realizado é mais importante do que a maioria das pessoas imagina e deve ser propício para o bem-estar da mãe e do bebê, o que quase nunca é possível em um hospital tradicional.
"O excesso de estímulos visuais, com luzes brilhantes, perguntas em demasia e pessoas observando, estimulam o neocórtex [região do cérebro responsável pelo aprendizado e memória], que vai liberar adrenalina e, consequentemente, causará medo, tensão e dor na mulher. Esses fatores impedem a dilatação", diz a fisioterapeuta e doula [acompanhante de parto] Cristina Balzano Guimarães.
Por este e outros motivos, como o risco de infecção, alguns médicos acham que a mulher não deve dar à luz nos hospitais tradicionais, recurso que deve ser usado apenas quando o parto oferece riscos. "O hospital é um lugar ruim para as mulheres que não sofrem risco ganharem um bebê. A falta de dilatação é ocasionada pelas circunstâncias e pela medicalização da gestante, que é tratada, vestida e alimentada como se fosse doente", afirma o ginecologista e obstetra Ricardo Herbert Jones.
As casas de parto, comuns em países da Europa, começam a surgir no Brasil como alternativa aos hospitais. São ambientes mais apropriados para o nascimento das crianças, sem riscos de infecção e com mobiliário melhor adaptado para que a mulher possa agir como tiver vontade, sem ter, necessariamente, de ficar deitada numa cama.
Evitar o uso de medicamentos para o alívio da dor durante o trabalho de parto é outro aspecto defendido pelos adeptos do parto humanizado, além de ser recomendado pela OMS como uma conduta útil e que deve ser encorajada. Massagens e técnicas de relaxamento são alternativas ao uso de remédios.
A raspagem dos pêlos púbicos também é considerada prejudicial e ineficaz. Segundo os médicos, essa prática aumenta o risco de infecção porque há possibilidade de causar cortes ou ferimentos na pele da mãe.
Aprendendo a ser mãe
Rogério Cassimiro Gestantes durante aula na "Gerar Escola de Pais" |
Além da dor do parto, a alteração da dinâmica conjugal é o principal medo das gestantes que procuram os cursos. "As mulheres temem a dor do parto. Muitas chegam pensando em fazer cesariana. Mostramos que é uma cirurgia de médio porte que só deve ser feita em caso de emergência", afirma a psicóloga Vera Iaconelli, da "Gerar Escola de Pais", instituição de São Paulo.
A psicóloga Flávia Koeche, do grupo Koeche, concorda e diz que a intenção é passar os conhecimentos adiante. "As futuras mães são orientadas a respeito do parto tradicional ou verticalizado (de cócoras)", diz.
Além de fazer relaxamento e conversar sobre questões referentes ao parto e à gestação, há muita interação entre as participantes. "Elas trocam experiências e discutem. Só então proponho um trabalho corporal ou dramatização do parto, com exercícios para o pré-parto", diz Vera.
A participação dos pais é indicada e traz benefícios não só para a mulher e para o bebê, mas para ele mesmo. "Os homens ficam muito relegados e até enciumados durante a gestação, sem saber para o que eles servem", afirma Vera. De acordo com ela, os pais precisam saber que são muito importantes, mas não nas mesmas tarefas. "A finalidade é a mesma, formar uma família, só que os papéis são insubstituíveis."
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