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HOMENAGEM Bahia comemora os 88 anos de Jorge Amado com festa Debilitado pela saúde, ilustre baiano participa apenas de almoço em família
free-lance para a Folha Online Publicado em agosto de 2000 Mais de 500 pessoas homenagearam o escritor Jorge Amado, em Ilhéus, no dia de seu aniversário (10 de agosto). O Teatro Municipal de Ilhéus lotou para assistir grupos de artistas da cidade, que encenaram no palco trechos de livros de Jorge Amado como “Gabriela, Cravo e Canela” (1958) e “Tereza Batista Cansada de Guerra” (1972). O prêmio "Jorge Amado de Cultura e Arte" foi entregue para 20 personalidades que se destacaram na área cultural, como a cantora Chica di Sidra e o procurador geral da prefeitura Aciolli Moreira. No teatro Castro Alves, em Salvador (BA), a editora Imago lançou quatro livros em sua homenagem. Tudo sem a presença do escritor, que, debilitado pela saúde, almoça com a família em casa, ao lado da sempre amada mulher, a também escritora Zélia Gattai, 83, na mais tímida das comemorações. Os livros, que pertencem à coleção “Bahia: Prosa e Poesia”, serão lançados com um recital de poesias em homenagem a Jorge Amado. Dividem-se em “A Geração 60 na Bahia”, de Simone Lopes Tavares, “Além de Estar”, de Helena Parente Cunha, “O Amor é um Pássaro de Fogo”, de Ildásio Tavares, e “Pátria de Histórias”, de Judith Grossman. Todos os autores da coleção, que são baianos, dizem ter se inspirado em Jorge Amado para criar suas poesias. O imortal Jorge Amado, titular da Cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras, se recupera de graves problemas de saúde, agravados por um quadro de depressão. Com diabetes, hipertensão e problemas cardíacos, Jorge Amado perdeu 80% da visão. Luz “Zélia, o grande amor de sua vida, agora também é a sua luz”, diz o médico particular de Jorge Amado, Jadélson Pinheiro de Andrade, que o acompanha há 12 anos. Segundo o médico, Jorge faz fisioterapia diariamente e controla a alimentação com uma dieta. “O pior nós conseguimos, controlar sua alimentação”, afirmou Andrade, que definiu o escritor como um “glutão”. Jorge Amado é dos maiores escritores que o país já teve e orgulho para comemoração: seus 25 romances, dois livros de memórias, duas biografias, duas histórias infantis e uma infinidade de outros trabalhos, entre contos, crônicas e poesias (Clique aqui e veja a bibliografia do escritor), já foram traduzidos em 45 idiomas.
Em Salvador, a exuberância de Jorge Amado, que consegue caracterizar com a riqueza de seus personagens, continua forte. Desde que o escritor decidiu voltar para a Bahia no início dos anos 60, sua bela casa, situada numa ladeira tranquila e arborizada no bairro Rio Vermelho, tem atraído visitantes anônimos e ilustres, vindos de várias partes do mundo, se transformando em um dos mais famosos endereços da capital baiana. Ilhéus A comemoração em Ilhéus pretende recuperar a memória do escritor. Bailarinos, atores e grupos de artistas da cidade encenarão no palco trechos de livros de Jorge Amado como “Gabriela, Cravo e Canela” (1958) e “Tereza Batista Cansada de Guerra” (1972). É o terceiro ano que a Casa de Cultura Jorge Amado faz a homenagem. Todo ano é entregue um troféu, símbolo da entidade que é uma mistura da figura do escritor com São Jorge e Oxossi (do candomblé). Neste ano, porém, como Jorge Amado não poderá estar presente, o troféu deve ser guardado e entregue depois das comemorações. Entrevista: Zélia evita falar da saúde do marido e reclama da “fábula” da velhice Infarto em 92 deu início aos problemas Fundação mantém acervo do escritor em Salvador Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online. |
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