Livraria da Folha

 
29/08/2010 - 19h08

No aniversário de Aleijadinho, conheça episódios de sua infância

da Livraria da Folha

Divulgação
Antônio ficava com o pai observando a construção
Antônio ficava com o pai observando a construção

Envolta em mistérios, a vida do artista Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho, gera discussão até hoje.

Nascido no dia 29 de agosto no provável ano de 1730 (não há registros oficiais quanto a data, e alguns optam por 1738), o escravo, gênio ou figura mítica da cultura popular brasileira foi eternizado por suas esculturas produzidas no Estado de Minas Gerais.

Antônio, o "Aleijadinho" viveu há muito tempo na época em que o Brasil era colônia de Portugal, em Vila Rica, que depois levaria o nome usado ainda hoje, de Ouro Preto. Antônio só recebeu o apelido quando adulto, por conta de uma doença muito séria que entortava seus dedos e deformava seu rosto.

O menino era filho de seu Manuel Francisco Lisboa, um arquiteto português que trabalhava com diversas construções, como igrejas e casas. Sua mãe era uma escrava, e por isso ele era escravo também (eram as leis da época). Seu Manuel acabou, ora pois, libertando mãe filho, e depois o levou para morar com ele e a mulher Antônia.

"Quando seu Manuel trabalhava em sua loja de marcenaria, fazendo projetos para construir casas e igrejas, Antônio ia junto. Ficava sentado, bem perto, olhando o pai pegar o grafite e desenhar a parte da frente de uma igreja: a mão subia e depois descia com um traço fino", retrata a obra.

Reprodução
Lá estava Antônio, debaixo de uma escada, olhando os artistas esculpindo os anjos do altar da igreja
Lá estava Antônio, debaixo de uma escada, olhando os artistas esculpindo os anjos do altar da igreja

O livro resgata um pouco da história da escravidão no Brasil, detalhando personagens comuns à época, como as escravas que usavam turbantes na cabeça e vendiam mandioca, farinha e outros alimentos nas ladeiras da cidade. A tradicional festa de santos também é lembrada, e pelos olhos do menino o leitor sente a rápida euforia de um povo maltratado pela ganância dos colonizadores e interesseiros da região.

"Até que um dia, quando estava com 13 anos, por volta de 1751...
- Antônio, venha me ajudar, faça o projeto do chafariz que será colocado aqui no pátio da casa do governador.
- Sim, pai! Vou pegar papel e grafite - e saiu correndo, todo afobado."

A partir de então, o garoto não parou mais. E a cada ano ganhava mais respeito e admiração dos artistas e do povo da cidade. E isso continua até hoje.

*

"Aleijadinho"
Autores: Angela Bonito e Carla Caruso
Editora: Callis
Páginas: 24
Quanto: R$ 19,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

 
Voltar ao topo da página