Jimmy Carter diz que ataque unilateral ao Iraque seria um erro
da Reuters, em Atlanta (EUA)O ex-presidente norte-americano Jimmy Carter disse ontem que seu país estará cometendo um erro trágico e custoso se decidir atacar o Iraque sem a autorização da ONU (Organização das Nações Unidas).
"Acho que seria um erro trágico para este país e para a paz no Oriente Médio", declarou Carter numa palestra na instituição que ele comanda, o Carter Center, em Atlanta, no Estado de Geórgia (sudeste dos EUA).
Carter, um democrata que governou entre 1977 e 1981, considera que a meta de derrubar Saddam Hussein exigirá muito mais esforço do que o devotado à Guerra do Golfo, em 1991, ou no Afeganistão, no ano passado. "Teríamos que ir às ruas de Bagdá para capturar Saddam."
O presidente George W. Bush e seu aliado britânico, Tony Blair, consideram que depor Saddam é necessário para evitar que ele desenvolva armas de destruição em massa. Carter, frequentemente lembrado para o Nobel da Paz por seu papel na resolução de vários conflitos, afirmou não acreditar que Saddam tenha uma bomba atômica.
Carter sugeriu ao Iraque que permita a volta dos inspetores de armas da ONU, proibidos de entrar no país desde 1998. Na semana passada, sob intensa pressão, Saddam comunicou à ONU que aceitaria a volta incondicional dos inspetores, mas Washington desconfia da sinceridade dessa promessa.
Os Estados Unidos tentam agora aprovar na ONU uma resolução com duras ameaças militares ao Iraque. Uma ação militar tem apoio, a princípio, dos democratas que controlam o Senado, mas não na Câmara. Alguns políticos da oposição temem o uso eleitoral que Bush pode fazer da guerra nas eleições parlamentares de novembro.
Leia mais:
Leia mais notícias de Mundo
