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26/09/2002
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03h10
O dossiê divulgado na terça-feira (24) pelo Reino Unido acusando o Iraque de desenvolver armas de destruição em massa dividiu ontem a opinião de líderes mundiais. Alguns o receberam com ceticismo, outros o aceitaram como prova de que é preciso agir contra o ditador iraquiano, Saddam Hussein.
Segundo o dossiê, o Iraque poderia lançar um míssil com armas químicas ou biológicas com um aviso de apenas 45 minutos. O país também estaria tentando desenvolver armas nucleares.
Para a Rússia, há um "furor de propaganda" em torno do documento. Um dos cinco membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU com direito a veto, a Rússia tem se manifestado contra a aprovação de uma nova resolução da ONU contra o Iraque.
"Acredito que apenas os especialistas [da ONU] possam julgar se o Iraque tem ou não armas de destruição em massa. Somos a favor do retorno mais rápido possível dos inspetores ao Iraque", disse Igor Ivanov, chanceler russo.
Os EUA e o Reino Unido (também membros permanentes com direito a veto) defendem que a ONU adote uma nova resolução que autorize um ataque ao Iraque caso o país não colabore totalmente com uma missão de desarmamento ao país. França e China (que fecham o grupo com direito a veto) são reticentes à proposta.
Ontem, a França afirmou não ter visto provas contundentes no dossiê britânico. A China, tradicionalmente avessa a intervenções estrangeiras em outros países, deu sinais de que pode mudar de posição. "Um fracasso iraquiano em satisfazer as exigências dos inspetores dará a Bush a desculpa para impor uma mudança de regime no Iraque", disse editorial do jornal chinês "China Daily".
Já o premiê italiano, Silvio Berlusconi, traçou um paralelo entre Saddam Hussein e o ditador nazista, Adolf Hitler. "O custo histórico da inação poderia ser incalculável. Qualquer pessoa que viveu a Segunda Guerra [...] reconhecerá nas palavras [de Saddam] um eco das idéias que levaram ao desastre da Europa e da Alemanha nos anos 40", afirmou.
O secretário da Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, disse ontem, em reunião da Otan em Varsóvia (Polônia), ter recebido apoio de vários dos 19 países da aliança militar. "Você pode ter certeza de que, se e quando o presidente [Bush] decidir agir, haverá outras nações nos ajudando."
Em mais um sinal de que as relações entre os EUA e a Alemanha estão abaladas, Rumsfeld retirou-se da reunião minutos antes do ministro da Defesa alemão, Peter Struck, tomar a palavra. O premiê reeleito alemão, Gerhard Schröder, foi um crítico enfático da política dos EUA para o Iraque durante a campanha eleitoral.
Pagamento à ONU
Num momento em que os EUA buscam apoio da ONU, o Congresso aprovou ontem o pagamento de dívidas com o organismo. A lei autoriza o Departamento de Estado a quitar uma parcela de US$ 244 milhões, a parte final dos US$ 926 milhões em contribuições atrasadas que Washington se comprometeu pagar em 1999.
Com agências internacionais
Veja galeria de fotos do dossiê britânico
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Leia dossiê britânico contra o Iraque em sua versão original
Dossiê britânico sobre o Iraque divide opinião de líderes mundiais
da Folha de S.PauloO dossiê divulgado na terça-feira (24) pelo Reino Unido acusando o Iraque de desenvolver armas de destruição em massa dividiu ontem a opinião de líderes mundiais. Alguns o receberam com ceticismo, outros o aceitaram como prova de que é preciso agir contra o ditador iraquiano, Saddam Hussein.
Segundo o dossiê, o Iraque poderia lançar um míssil com armas químicas ou biológicas com um aviso de apenas 45 minutos. O país também estaria tentando desenvolver armas nucleares.
Para a Rússia, há um "furor de propaganda" em torno do documento. Um dos cinco membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU com direito a veto, a Rússia tem se manifestado contra a aprovação de uma nova resolução da ONU contra o Iraque.
"Acredito que apenas os especialistas [da ONU] possam julgar se o Iraque tem ou não armas de destruição em massa. Somos a favor do retorno mais rápido possível dos inspetores ao Iraque", disse Igor Ivanov, chanceler russo.
Os EUA e o Reino Unido (também membros permanentes com direito a veto) defendem que a ONU adote uma nova resolução que autorize um ataque ao Iraque caso o país não colabore totalmente com uma missão de desarmamento ao país. França e China (que fecham o grupo com direito a veto) são reticentes à proposta.
Ontem, a França afirmou não ter visto provas contundentes no dossiê britânico. A China, tradicionalmente avessa a intervenções estrangeiras em outros países, deu sinais de que pode mudar de posição. "Um fracasso iraquiano em satisfazer as exigências dos inspetores dará a Bush a desculpa para impor uma mudança de regime no Iraque", disse editorial do jornal chinês "China Daily".
Já o premiê italiano, Silvio Berlusconi, traçou um paralelo entre Saddam Hussein e o ditador nazista, Adolf Hitler. "O custo histórico da inação poderia ser incalculável. Qualquer pessoa que viveu a Segunda Guerra [...] reconhecerá nas palavras [de Saddam] um eco das idéias que levaram ao desastre da Europa e da Alemanha nos anos 40", afirmou.
O secretário da Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, disse ontem, em reunião da Otan em Varsóvia (Polônia), ter recebido apoio de vários dos 19 países da aliança militar. "Você pode ter certeza de que, se e quando o presidente [Bush] decidir agir, haverá outras nações nos ajudando."
Em mais um sinal de que as relações entre os EUA e a Alemanha estão abaladas, Rumsfeld retirou-se da reunião minutos antes do ministro da Defesa alemão, Peter Struck, tomar a palavra. O premiê reeleito alemão, Gerhard Schröder, foi um crítico enfático da política dos EUA para o Iraque durante a campanha eleitoral.
Pagamento à ONU
Num momento em que os EUA buscam apoio da ONU, o Congresso aprovou ontem o pagamento de dívidas com o organismo. A lei autoriza o Departamento de Estado a quitar uma parcela de US$ 244 milhões, a parte final dos US$ 926 milhões em contribuições atrasadas que Washington se comprometeu pagar em 1999.
Com agências internacionais
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