Reuters
13/02/2003 - 10h15

Vice-premiê iraquiano afirma que Turquia não será atacada

da Reuters, em Roma

O governo iraquiano não pretende investir contra a Turquia no caso de ser atacado por forças lideradas pelos Estados Unidos, disse o vice-primeiro-ministro do país árabe, Tareq Aziz, hoje.

Em uma entrevista concedida ao jornal italiano "Corriere della Sera", Aziz, que chega à Itália na noite de hoje e que deve se encontrar com o papa João Paulo 2º amanhã, também declarou ser contrário ao envio de soldados da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Iraque a fim de ajudar os inspetores de armas.

Os EUA desejam que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) desloque para a Turquia mísseis Patriot, aviões de vigilância e equipes de especialistas em guerra química e biológica a fim de defender o país no caso de uma ação militar em território iraquiano.

"Por que (fazer esse tipo de mobilização)? Não temos intenção de atacar a Turquia e nem possuímos mísseis de longa distância", disse Aziz em uma entrevista realizada em Bagdá.

A França, a Alemanha e a Bélgica vetaram a proposta norte-americana de começar a mobilizar a Otan para defender o território turco.

Os EUA também começaram a negociar a elaboração de uma nova resolução autorizando o uso da força contra o Iraque.

Aziz acusou o presidente norte-americano, George W. Bush, de agir como "um novo Hitler".

O vice-premiê criticou uma idéia aventada recentemente de enviar soldados da ONU para o Iraque em uma tentativa de impedir a guerra.

"Não acho que essa seja uma boa idéia. Isso não tem relação com o desarmamento. Seria apenas uma intervenção indevida e violenta na soberania iraquiana", declarou.

Aziz, que é cristão, deve se reunir com políticos da oposição e com um representante do primeiro-ministro italiano hoje, antes de encontrar o papa no dia seguinte.

Ontem, os inspetores de armas disseram ter encontrado mísseis com alcance superior a 150 quilômetros permitidos por resoluções do Conselho de Segurança da ONU. O fato alimenta as ações diplomáticas dos EUA para conseguir apoio internacional para intervenção militar contra o Iraque.

Amanhã, os inspetores-chefes da ONU, Blix e Mohamed ElBaradei, entregam ao Conselho de Segurança um novo relatório sobre as inspeções no Iraque.

Com agências internacionais

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