Folha Online sinapse  
28/01/2003 - 03h00

Desconectados em busca do tempo perdido

CAROLINA CHAGAS
free-lance para a Folha de S.Paulo

O fato de ter comprado sua primeira TV apenas aos 69 anos, e ainda assim por insistência de sua mulher, é muitas vezes usado pelo crítico literário norte-americano Harold Bloom, 72, para justificar o número sem fim de livros que devorou. Para Bloom, informação é algo de fácil alcance, mas a sabedoria "o tipo mais valioso de conhecimento" só pode ser encontrada nos grandes autores da literatura. Ao lado de uma lista dos cem mais importantes escritores do Ocidente de todos os tempos, esses ensinamentos de Bloom estão na obra "Como e Por Que Ler", lançada há dois anos pela editora Objetiva.

Plugado x Desplugado:

Entre os dias 16 e 17 deste mês, o repórter Marcelo Vaz comparou o tempo gasto em algumas tarefas cotidianas feitas com e sem internet: fez supermercado (dez itens), comprou um livro ("Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa), ler um exemplar do caderno Dinheiro, da Folha e pagou uma conta. O mundo off-line se saiu mais ágil só no caso da leitura do jornal —apesar de que, quando se compra pela rede, os produtos não chegam imediatamente. Compare os tempos abaixo.

Arte/Folha Online

Ter lido mais de 80% dos nomes citados no livro de Bloom e antes mesmo do lançamento da obra é um dos orgulhos de Rogério de Almeida Brandão, 40, professor de química de uma rede de cursinhos carioca. Enquanto viveu com os pais, Brandão confessa ter acompanhado muitas novelas. Abandonou o costume depois que descobriu a literatura e comprou o apartamento onde vive com a mulher. "Faz dez anos que não ligo uma televisão." Ler depois do jantar e conversar com os amigos são hábitos que ele cultiva com a mesma persistência que antes o fez seguir teledramas.

Computador é outro aparelho que não entusiasma o professor. "Só uso no trabalho, me recuso a ter um dentro de casa", diz. Ele ainda não sentiu necessidade de se dedicar ao aprendizado da internet: "Meu disco rígido já sabe muita coisa. Sinceramente, não tenho tempo para parar e aprender mais essa", afirma Brandão, que recebe os avisos importantes da escola em papéis impressos. "Muitas vezes são cópias de e-mails transmitidos aos outros professores pelo computador."

Brandão não é o único a evitar as tecnologias modernas sob a alegação de que há outras formas de aproveitar o tempo gasto em frente à televisão, ao computador ou em telefonemas pelo celular. Considerados uma raça em extinção pelos especialistas em tecnologia e desenvolvimento humano, "os meio desligados" não têm nada a ver com a letra da música dos Mutantes: eles mantêm os pés no chão e dizem estar mais próximos do contato humano que seus colegas mais plugados.

Nas próximas décadas, esse tipo de atitude está fadado ao desaparecimento, segundo a previsão do psicólogo Gerson Tomanari, 33, que ministra o curso de análise experimental do comportamento na faculdade de psicologia da Universidade de São Paulo. "Será impossível fugir das tecnologias", acredita o professor. Tomanari desenvolve, junto com pesquisadores norte-americanos ligados por uma rede de computadores, um trabalho sobre o caminho dos olhos na tela de um computador.

O psicólogo, no entanto, afirma que a distância das máquinas adotada pelos meio desligados é perfeitamente compreensível. "Vivemos em uma sociedade em que as mudanças são mais rápidas do que as pessoas podem apreender." O medo, esse instinto humano que foi um fator importante para a preservação das espécies, é também, na visão de Tomanari, o que explica o comportamento de se afastar das máquinas. "Para se relacionar com as novas tecnologias, muitas pessoas terão de enfrentar o desconhecido, desaprender seu modo de viver para aprender uma técnica que no longo prazo poderá simplificar suas vidas, mas no curto prazo significará um tempo de aprendizagem, com um alto custo", diz Tomanari.

Um dos mais importantes historiadores brasileiros, Evaldo Cabral de Mello é um que não tem vontade de lidar com fax ou internet. Autor, entre outros, do livro "Um Imenso Portugal" (Editora 34, 2002), ele reconhece que, se não fosse o computador, teria parado de escrever há muitos anos. "Mas, para mim, esse aparelho é apenas uma máquina de escrever que dispensa o papel." Sempre que precisa enviar um texto, o historiador vai ao correio e utiliza o serviço de Sedex.

"Ter um fax é estar preocupado em abastecê-lo com papel especial de tempos em tempos; estar ligado à internet é correr o risco de ficar sem o computador por conta dos tais vírus que acometem as máquinas. Prefiro simplificar e aproveitar o meu tempo para escrever", diz o historiador.

Luciana Sampaio/Folha Imagem
O programador Sérgio Cavalheiro, que vive sem energia elétrica
Proteger computadores de vírus e formatar máquinas foram, por alguns anos, ofícios do programador Sérgio Luiz Cenamo Cavalheiro, 39. Atualmente, ele vive em um sítio sem luz elétrica, na cidade mineira de Cambuí, onde planta parte do que come. Cavalheiro planeja fazer da apicultura e da secagem de frutas suas novas fontes de renda, no lugar da computação. "O trabalho em São Paulo nunca mais será minha atividade-fim. Aprendi a viver mais próximo da natureza", afirma ele, que precisa de dinheiro para comprar a gasolina e manter o Fusca 63. Depois de viajar o mundo por quase cinco anos, Cavalheiro diz saber relaxar, esperar e ouvir —"coisa que muita gente desaprendeu".

Um aparelho celular ligado durante apenas uma hora por dia é o elo que o ex-programador de computadores mantém com os parentes e amigos da cidade. "Às vezes esqueço de ligar, mas depois pego os recados e retorno quando é necessário", afirma.

Alexandre Schneider/Folha Imagem
A geóloga Daniela Gomes Pinto, que só usa sua TV para ver vídeo
Quando, há um ano, desistiu de seu telefone móvel, a geóloga Daniela Gomes Pinto, 31, tinha um medo: o de ter seu carro enguiçado no meio da noite, sem meios para acionar alguém. Hoje, já relaxou. "Se acontecer, vou fazer como fazia antes do aparecimento do celular: desço do carro e saio em busca de ajuda."

A geóloga diz ter se cansado de checar as mensagens várias vezes ao dia e de ficar sempre dividida, quando saía com amigos, entre o bate-papo e o toque do celular. "Tenho secretária eletrônica em casa, que aciono de qualquer lugar, e um bom telefone no trabalho. Não preciso ficar o tempo todo acessível", afirma.

Assistir programas de televisão é outro hábito do qual essa meio desligada abriu mão. "Tenho o aparelho em casa, mas só uso para assistir filmes no vídeo", conta. Não se considera "tecnofóbica", apenas acha que pode viver sem TV e celular, aproveitando melhor o seu tempo. "Assistir televisão, para mim, é um programa como outro qualquer. Quando estou com vontade, vou até a casa de um amigo ou à casa de minha mãe, mas sempre tenho em mente um programa específico que quero ver", diz.

Pedro Azevedo/Folha Imagem
O professor Fernando Morato, desplugado para se dedicar a outras atividades
O professor de literatura Fernando Morato, 31, já deu entrevista para programas de televisão algumas vezes, mas nunca se viu na tela. "Prefiro ler, pintar ou tocar flauta", diz ele, que leciona no ensino médio, em Campinas, interior de São Paulo. "O tempo que perderia assistindo televisão, uso para outras coisas", afirma e exemplifica, contando que, recentemente, aprendeu a encadernar livros.

Andar até a banca de revistas todos os dias para comprar o jornal diário é um dos hábitos saudáveis que Morato diz cultivar. "Além da caminhada, é no jornal que seleciono melhor a informação. Não sou bombardeado por uma série de histórias inúteis até chegar ao que me interessa." Sua política de sossego e paz também exclui o aparelho celular. "Meu ritmo de vida não me obriga a usar a coleirinha eletrônica", diz Morato. "Seja em casa, seja no trabalho, tenho sempre um telefone por perto e quando estou longe de um desses lugares prefiro ficar distante de chamados. Algumas vezes, faço questão de não ser encontrado."

O desprendimento de Morato causa estranhamento entre colegas e especialmente, alunos: "Eles acham que eu sou um bicho de zoológico, uma espécie rara de ornitorrinco."

O escritor italiano Umberto Eco, segundo sua agente, continua longe do aparelho celular, apesar da insistência de seus familiares para que mantenha um. Anticelular convicto, Eco é quase um militante da causa. Na crônica "Como Não Usar um Telefone Celular" (do livro "O Segundo Diário Mínimo", Record, 1993), ele descreve as categorias de pessoas que precisariam mesmo de um telefone desse tipo: doentes, médicos, bombeiros, o presidente dos EUA e os adúlteros. Os últimos usariam o aparelho para conversar com os parceiros secretos sem a intromissão de secretárias bisbilhoteiras, familiares ou colegas de trabalho. Sobre as outras categorias de pessoas, os usuários adúlteros de celular teriam a vantagem de ser extremamente discretos. "Não seriam notados falando ao telefone em um velório ou durante um jantar num restaurante", diz o texto do ensaísta italiano.

Pedro Azevedo/Folha Imagem
O advogado Rafael Mancebo, que se orgulha de não conhecer celebridades
Sentindo-se trocado por uma longa conversa ao celular, o advogado Rafael Mancebo, 27, já deixou a acompanhante falando sozinha na mesa de um restaurante, segundo conta. "Acho uma falta de educação manter o celular ligado num almoço de apenas duas pessoas", afirma. Se já estivesse vivendo sozinho, o aparelho de televisão de Mancebo teria o mesmo destino daquelas bicicletas ergométricas em casa de sedentário: serviria para decorar o ambiente . "Não sei quem são os galãs das novelas ou as celebridades instantâneas", orgulha-se o advogado.

Doutor em semiótica pela Pontifícia Universidade São Paulo, Fernando José Gomes Baptista, 39, entende a irritação de Mancebo em relação a programas do tipo "reality shows", por exemplo, mas pondera que ficar distante da telinha é perder também informações visuais muito importantes. "Além de não saber o nome dos galãs do momento, quem não vê televisão perde uma série de imagens como a da destruição das torres gêmeas do World Trade Center ou mesmo cenas das enchentes que devastaram algumas cidades brasileiras recentemente", diz Baptista. "A imagem transmitida pela TV é hoje uma forma muito rica, sutil e delicada de se informar. Quem abre mão dela está perdendo uma oportunidade de avaliar o mundo de uma forma muito enriquecedora."

Baptista, contudo, diz concordar em número e gênero com os meio desligados, quando o assunto é celular. "Não consegui me acostumar com essa nova ferramenta moderna. Acho irritante sair com alguém que fica ao celular o tempo todo", afirma.

O designer gráfico Bruno Veloso, 32, afirma estar resistindo bravamente às pressões de amigos para que compre um celular. "Um dia vai ser inevitável, mas por enquanto não cedo." Sua lista de argumentos contra o aparelho portátil não é pequena. "Primeiro, celular é algo de que eu realmente não preciso; segundo, tem hora em que eu não quero ser encontrado; terceiro, não gosto de relações de dependência; quarto, dispenso mais uma conta para pagar no final do mês; quinto e último, se eu tivesse um celular, provavelmente o perderia."

Sérgio Vignes/Folha Imagem
O educador Guilherme Bajesteiro, avesso ao celular por razões ideológicas
Além de se dizer facilmente localizável, o educador paulistano Guilherme Blauth Bajesteiro, 33, apresenta seus motivos politicamente corretos para dispensar o uso do telefone móvel. Ele lembra que foram produzidas muito mais baterias de celular do que o homem é capaz de reciclar. "Além disso, as antenas retransmissoras de sinais do aparelho são feitas com metal pesado, poluente. Como educador ambiental, me preocupo com a sustentabilidade do homem e acho que celular não combina com as minhas convicções." Televisão é outro objeto que Bajesteiro raramente usa. "Em compensação, leio muito mais, planto e toco violão", diz ele, que, em 1999, trocou São Paulo por Florianópolis.

O grupo dos meio desligados inclui também uma série de pessoas que não quer se identificar como tal. Diretores de empresas e funcionários em cargos decisivos não assumem suas porções desconectadas. Preferem que seus clientes e subordinados não saibam que o computador está longe de fazer parte de suas rotinas.

Dono de uma agência de jingles em São Paulo, C.R.C., 50, diz nunca ter ligado um computador. Para compor as canções que apresenta aos clientes, ele usa uma antiga máquina de escrever, com o "r" emperrado. É sua secretária quem passa os textos para o computador e os transmite via e-mail aos interessados. "Meus clientes nem sonham que não sou eu quem envia e recebe as mensagens, já que os textos são mesmo meus, com meus tiques de fala e tudo. Mas eu me poupo de ter de manejar o computador, não tenho tempo a perder", afirma o empresário.

Doutora em novas tecnologias e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia, Ruth Nogueira de Andrade, 48, considera natural que executivos e dirigentes de empresas evitem declarar publicamente suas dificuldades com a tecnologia. "Aprender a lidar com o computador, hoje, é uma necessidade dos grandes diretores; subalternos, concorrentes e contratantes esperam que eles tenham investido tempo e dinheiro para se aprimorar também no uso da internet e nas facilidades que um aparelho celular ou um computador de mão de última geração podem oferecer", afirma.

Arte/Folha Online
A pesquisadora parece ter razão. Não faltam estatísticas para provar que as novas tecnologias ajudam o homem moderno a economizar tempo. Uma pesquisa recente divulgada na Europa, patrocinada por um conjunto de três grandes bancos, mostrou que 89% dos homens e 79% das mulheres que fazem aplicações e pagamentos on-line dizem economizar mais de duas horas semanais para outras atividades. Entre o mesmo grupo de entrevistados, mais de 60% dizem ter conseguido economizar até 30% no preço de mercadorias compradas pela internet. Sem falar na economia de tempo gasto no deslocamento até as lojas, os usuários afirmam ser mais fácil encontrar bons preços com a ajuda dos sistemas de busca disponíveis na rede mundial de computadores.

Um estudo feito na Inglaterra pelos pesquisadores da London School of Economics mostra que um usuário médio pode economizar até US$ 70 por mês se optar por usar a internet para fazer compras, pagar contas e se comunicar com bancos. Para tanto, basta usar a linha telefônica no horário mais barato.

Mas nem tudo é economia. Pesquisas feitas em departamentos de recursos humanos da Inglaterra, do Brasil e dos Estados Unidos mostram que nos últimos dois anos o mau uso da internet foi a razão apresentada por gerentes para justificar internamente cerca de 5% das demissões. O número parece pequeno, mas no ranking das justificativas fica em terceiro lugar, perdendo apenas para incompetência e desautorização de superiores. As mesmas pesquisas mostram que funcionários considerados responsáveis podem passar até 30 minutos diários resolvendo questões pessoais em seus computadores de trabalho. Esse comportamento custou, só na Inglaterra, US$ 2,34 bilhões aos cofres das empresas no último ano. O cálculo considera que mais de 30% dos funcionários das principais empresas inglesas gastam mais de um dia inteiro por mês usando a internet para questões pessoais ou até navegando em sites de pornografia, piadas, apostas e fofocas, em vez de exercer as funções para as quais foram contratados.

Não é apenas on-line que as pessoas despendem dinheiro. "Para manter o padrão do maquinário tecnológico em dia, um usuário comum gasta em média R$ 1.500 ao ano", afirma Ruth Nogueira de Andrade. No cálculo da pesquisadora baiana são considerados a compra de uma nova máquina a cada quatro anos, os gastos com telefone e com a manutenção das máquinas. "Estar conectado não é barato."

Apesar das estatísticas, a artista plástica Raquel D'Ambrósio, 36, não se importa em enfrentar filas para pagar contas no banco ou colocar cartas no correio. Ela sabe lidar muito bem com a rede, mas faz mais de dois anos que se diz "fora do ar" e prefere continuar assim. D'Ambrósio acredita que a internet vem reduzindo as filas em agências bancárias: "Se você evitar os dias de pagamento, nunca pega fila no banco e ainda tem o prazer do contato humano", diz.

A artista plástica aposta que, se cronometrar o tempo que passa no banco e o que passaria navegando pela rede para pagar uma conta, ou o banco físico seria mais rápido, ou ambos seriam equivalentes. "O problema de entrar na internet é que você nunca fica só na atividade que planejou fazer. Tem sempre um e-mail para ler, outro para responder, uma notícia quente para checar; o tempo real parece ser diferente e mais consistente do que o que passamos plugados", afirma.

Professor-titular do departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Virgílio Fernandes de Almeida, 52, concorda plenamente com a percepção de tempo da artista. "Como no romance 'A Montanha Mágica', de Thomas Mann, vivemos hoje uma era de horas longas e horas curtas", afirma o professor. Segundo ele, na rede o número de eventos e mudanças é muito maior do que observamos no mundo real, ao qual estamos acostumados. "Além disso, o mundo real tem quinas, cheiros, texturas e contornos que acabam chamando a nossa atenção e tomando o nosso tempo de uma forma diferente da vida conectada."

Assim como o economista e pensador inglês Anthony Giddens profetizou em seu livro "Mundo em Descontrole" (Record, 2000), Almeida acredita que estamos vivendo hoje o fim da natureza. Tanto Giddens quanto Almeida não se referem ao final do mundo físico, mas à convivência com uma realidade em que a natureza é cada vez mais afetada pela intervenção humana.

O professor da UFMG alerta para o fato de que a internet a que todos temos acesso é apenas a ponta do iceberg do mundo digital. "Mesmo que minimamente, a vida das famílias está de alguma forma ligada a uma rede virtual. Atualmente, bancos, postos de gasolina, lojas, órgãos governamentais dependem de computadores ligados em rede uns aos outros."

Co-autor de quatro obras produzidas conjuntamente com pesquisadores norte-americanos, Almeida é grato à rede mundial de computadores por ter viabilizado esses seus trabalhos, entre tantos outros. Para ele, o mundo das redes será cada vez mais real e inevitável. "Cabe-nos olhar para esse mundo, conhecer suas características e aprender a combiná-lo com o mundo real. O que menos importa, neste momento, é se isso é bom ou ruim", diz.

Adepto da leitura nas horas vagas, um dos passatempos de Almeida é encontrar, nos livros, o mapa das redes e das relações entre humanos e não-humanos. "[Jorge Luis] Borges e [Italo] Calvino são ótimos guias no mapeamento desta nova realidade", afirma. O professor diz encontrar nas obras desses autores imagens precisas para desvendar o imbróglio tecnológico-social que vivemos hoje. "Em vez de descrever essas relações com uma linguagem científica, uso as descrições das cidades imaginárias de Calvino, por exemplo, em 'As Cidades Invisíveis' (Companhia das Letras, 1998) para captar um pouco dessa natureza invisível do mundo contemporâneo", diz Almeida.

Harold Bloom aprovaria a escolha do professor. Para o crítico norte-americano, Calvino é "um autor incrivelmente original" e "As Cidades Invisíveis" é "quase um manifesto de como e por que ler".

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