Folha Online sinapse  
28/01/2003 - 02h30

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da Folha de S.Paulo

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CRIANÇA PRECISA DE RELIGIÃO?

Quando vi anúncio sobre o assunto do Sinapse, tive ótima expectativa, mas fiquei bastante surpreso. A omissão do espiritismo é bastante interessante. Registro alguns argumentos:
a) no movimento espírita, baseado nos ensinamentos de Allan Kardec, que foi discípulo de Pestalozzi (um dos maiores educadores do mundo), cada núcleo tem um departamento especializado na evangelização da criança, sem nenhuma preocupação de proselitismo, ou disseminar dogmatismos, fundamentalismos e preconceitos;
b) também segundo o IBGE, a população espírita brasileira no Censo Demográfico de 2000 é de 2.337.432. Por que desprezar esse número?
c) o movimento espírita, por todas suas vozes, tem sempre se expressado contra o ensino religioso (tanto facultativo quanto obrigatório) em escolas públicas;
d) quem vivencia os conhecimentos espíritas sabe que o ensino e a prática do Evangelho deve acontecer no âmbito familiar. Ou seja, a responsabilidade primeira de evangelização é dos pais.
Diante de tantos argumentos, acredito que o movimento espírita tem contribuído muito para a formação ética e moral do brasileiro. Mesmo tendo um registro de perto de 1,38% da população.
Aloisio A. S. Marques
Juiz de Fora, MG

Fiquei perplexo ao ler a reportagem de capa, "Criança precisa de religião?". Como formador da área de catequese e educação religiosa, gostaria de fazer duas observações:
1) o catolicismo é resumido bizarramente num quadro de ritos dos sacramentos de iniciação. Catolicismo é muito mais do que isso: é fé apostólica, vinda até nós, cientificamente comprovada, como a pregação do Reino de Deus que Cristo nos trouxe;
2) reconhece-se que houve falhas na catequese no passado, quando se pregava um conceito um tanto negativo de Deus, como juiz severo e castigador. Todavia, é verdade que esse conceito já foi em grande parte superado. Coloca-se hoje, na pregação cristã, o conceito mais verdadeiro e bíblico do "Deus pai e amor". Crianças que crescem sem o anúncio cristão, ou pelo menos da existência de Deus e do seu amor, perdem o sentido da vida. Como dizia o grande filósofo cristão Santo Agostinho: "Inquieto está
o nosso coração, até que descanse em Deus". Felizes as crianças que recebem uma sólida educação cristã!
Raul Budal da Silva
Campo Largo, PR

Com referência à pergunta do Sinapse se criança precisa de religião, gostaria de fazer mais algumas perguntas: criança precisa de vacina —ou deve esperar ficar adulta para decidir? Criança precisa ir à escola —ou deve esperar ficar adulta para decidir? Criança que acredita em Papai Noel é mais feliz ou infeliz? Por sinal, um comunista ateu pode prestar juramento da Constituição segundo o artigo 1º?
Osmar Salles de FIgueiredo
Campinas, SP

O arquiteto Ercules Turbiani, na reportagem sobre ensino religioso, disse que igrejas pentecostais associam a ligação com Deus à capacidade de adquirir bens materiais. Pentecostais vem da palavra "Pentecostes", isto é, o dia em que pessoas foram batizadas com o Espírito Santo e receberam dons divinos.
Cristiane Perez Alves
São Paulo, SP

BRINCADEIRA SÉRIA

Pude me identificar plenamente com o artigo de Rubem Alves. Mas só faltou um "pequeno" (na verdade não tão pequeno assim) detalhe: faltou citar entre as "disciplinas" a que mais se preocupa com essa questão do brincar na infância, a educação física.
Carlos Roberto Savietto,
professor de educação física
Itatiba, SP


LEITURAS CRUZADAS

A matéria sobre Tolstói e Dostoiévski abriu meu apetite para a literatura russa, me fazendo ir atrás de todo o material disponível. Muito obrigada por lubrificar as engrenagens do meu cérebro!
Renata Cabral
Goiânia, GO

MBA

Muito boa a reportagem sobre os MBAs americanos no país, mas como pensar em fazer um MBA que custa em torno de
US$ 13 mil a US$ 43 mil? O Brasil vive uma realidade que, infelizmente, não é sua.
Viviane Cristina Martiniuk
Buri, SP

SEBRAE

No artigo "O povo tem fome de saber", Gilson Schwartz deixou-nos estarrecidos pela forma com que tratou o Sebrae-SP. Ao desqualificar nossa instituição, transparece que seu objetivo foi o de postular posição de destaque no projeto que, sem tirar seu mérito, mais aprendeu do que ensinou, como ele mesmo afirmou várias vezes. Foi arrogante com os próprios colegas da USP e demais parceiros que contribuíram no desenvolvimento do conteúdo e na realização do programa SebraeCidade.
O sucesso do programa realizado em Iguape, Rosana, zonas leste e sul da capital foi fruto do acerto da estratégia adotada há muito pelo Sebrae. A diferença de agora consiste em desenvolver as ações na ponta, por meio de parceria, e não apenas pelos técnicos da casa.
O Programa SebraeCidade, como reconhece o próprio articulista, seria mais um, dentre os inúmeros outros que esta instituição, ao longo do tempo, tem colocado à disposição dos empreendedores. Afirmar o contrário seria ignorar os milhares de micro e pequenos empreendimentos iniciados neste Estado com a ajuda do Sebrae-SP. A sede por conhecimento, inovação e criatividade são ingredientes principais da cultura empreendedora na qual os brasileiros se destacam. Resgatar a cidadania significa valorizar essas qualidades do nosso povo e não fazer delas uma mercadoria de consumo para alimentar pseudocompetências.
Rosely Rocha,
gerente de comunicação do Sebrae-SP
São Paulo, SP


Resposta do colunista Gilson Schwartz:
Numa crônica que festeja os resultados do projeto SebraeCidade, realizado em parceria entre o Sebrae e a Universidade de São Paulo, sob minha coordenação, a direção do Sebrae talvez estranhe a afirmação de que se trata de "uma instituição queimada, com a imagem desgastada por brigas políticas e de efeitos duvidosos nas suas políticas públicas". Mas esses são fatos públicos, noticiados pela imprensa (no contexto do debate nacional sobre o chamado "sistema S"). Minha crônica, no mais, é absolutamente concordante com a imagem que o próprio Sebrae tem do sucesso específico do projeto SebraeCidade (www.sebraecidade.com.br).


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