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25/03/2003 - 02h30

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da Folha de S.Paulo

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CAPA
O problema do analfabetismo matemático é sério, mas torna-se facilmente explicável quando se pensa que a disciplina é ensinada como "receita de bolo" (você ensina a fórmula e depois o aluno a aplica diversas vezes). Isso faz com que os alunos se desinteressem da matemática; para muitos, ela se torna até mesmo incompreensível. Não resolve somente pregarmos a contextualização. Se os professores não a aprendem em suas universidades, é óbvio que não conseguem ensiná-la.
Bárbara Gonçalves da Silva
São Caetano do Sul, SP

Parabéns pela reportagem "Um cálculo no meio do caminho". De fato, é um aspecto importante que tenhamos boa formação para almejar mais produtividade e sucesso em qualquer área. Se, para isso, o método do ensino não está adequado, é claro que deve ser melhorado.
Carlos Antônio Schefer
Cotia, SP

Sabemos que o maior problema está na formação dos professores que ensinam matemática nas escolas públicas e particulares. Em uma pesquisa que fizemos entre 1998 e 1999 usando como referenciais os níveis de conhecimento matemático propostos por Joannot (1947), aluno de Jean Piaget que estudou o raciocínio matemático, vimos que a maioria dos professores estavam no mesmo nível de raciocínio que seus alunos. No meio educacional, hoje em dia, prevalece uma visão centrada no estudante e, no entanto, ninguém cobra ou oferece uma formação mais adequada aos professores na educação básica.
José Rogério Santana, doutorando em educação na Universidade Federal do Ceará
Fortaleza, CE


Gostaria de manifestar que não concordo inteiramente com o artigo "Zero é dez" [da reportagem de capa], do editor Oscar Pilagallo. O artigo cita os avanços astronômicos dos maias como uma tentativa de chegar ao zero. Pelo que sei, eles tinham um avançado sistema numérico de base vigesimal (que compreendia o zero) muito antes do século 13, quando os algarismos arábicos chegaram ao Ocidente. Seu sistema de operações numéricas era tão perfeito que permitiu a esse povo calcular a duração do ano com diferença de segundos em relação aos cálculos modernos.
Flávio Nogueira Campos
Uberlândia, MG

Na reportagem de capa, a exposição e a análise da pesquisa do Inaf estão uma verdadeira mixórdia. Os dados mencionados só começam a ter algum significado quando a população-alvo é claramente especificada e justificada. Mais ainda: é preciso expor os critérios de amostragem, pelo menos meia dúzia dos mais relevantes e determinantes. Não há uma linha sobre essa questão. Quanto ao artigo "Zero é dez", o Sinapse engoliu a seco um dos mais famosos delírios lisérgicos da tropa de choque dos produtores de "lendices" sobre conhecimento. O sistema de posicionamento de sinais é a própria essência de qualquer tipo de comunicação. O zero nunca foi inventado, é noção inata (porque é linguagem).Tenho de citar o professor Bigode com o seu "Descubra qual é o X da questão". Apesar de ser apenas divertida brincadeira, é a parte realmente séria da matéria. Cumprimentos fractais a ele.
Luiz Alberto de Lima Nassif, mestre em psicologia educacional
São Paulo, SP


Acabei por fazer o teste "Descubra qual é o X da questão". Para que servem tais conhecimentos na nossa vida? A resposta é: para nada! Acredito que somente os graduados em matemática (e olhe lá!) poderiam responder às questões.
Rejane C. Salvador
Presidente Prudente, SP

Na reportagem "A matemática que conta", que ouviu alguns dos mais renomados matemáticos brasileiros, a frase mais chamativa está no primeiro parágrafo: "Não são os estudantes que não aprendem, são os professores que não ensinam". Estando há 13 anos em sala de aula, quero ressaltar que lecionar não é para aqueles que não deram certo na primeira profissão. No dizer de Rubem Alves, considero-me um "professor-jequitibá" por ver a paixão que consigo despertar em boa parte dos meus educandos. O que faltou relacionar na matéria é o respeito que o verdadeiro professor merece. Quem de nós não passou pelas mãos de um professor?
Silvano Fulaneto, professor da rede estadual de Minas Gerais
Jacutinga, MG


ENSINO A DISTÂNCIA
Pergunta: como um Estado como São Paulo ainda não tem um curso de graduação a distância reconhecido pelo MEC? Que vergonha!
Fausto Nóbrega Villas-Bôas
São José dos Campos, SP

PILOTOS DE PROVA
Felicito-lhes pela edição, em especial a reportagem "Profissão: perigo", já que sou fã da área aeronáutica.
Jerônimo Mauso Huete
Campinas, SP

DESCONECTADOS
Sobre a reportagem "Desconectados em busca do tempo perdido" (28 de janeiro), gostaria de dizer que culpar a tecnologia e os telefones celulares por atrapalhar uma conversa é o mesmo que culpar uma caneta por um texto repleto de erros de português. Se a pessoa que usa o celular não tem educação para deixá-lo desligado em um almoço, não há tecnologia que resolva.
Marcus Galvão Rio Apa
Curitiba, PR

SABOR DO SABER
Em sua coluna, Rubem Alves nos remete a um pensamento instigante, a uma dúvida saborosa. No meu humilde raciocínio, saboreando a dúvida, percebi que existem, nas variadas formas de ensino infantil, diversas maneiras de disciplinar e despertar a criança para os horários, as obrigações e os costumes escolares que não afetarão a maneira individual de cada uma.
Francisco Fernando Lopes
Brasília, DF

POLÊMICA
Em relação à carta da leitora Camila G. de Paula [publicada na última edição e referente à reportagem da capa de 17 de dezembro, "Criança precisa de religião?"], tenho a dizer que ela é fruto do paradigma pós-moderno em que vivemos hoje, em que a razão suplantou qualquer sentimento religioso e não há mais espaço para o mistério da fé! Para o pós-moderno, Deus morreu ou, então, ele pode até existir, mas não é importante na nossa vida, direcionada apenas pela razão. A leitora entende que a religião e a crença em Deus não devem ser moldadas no caráter da criança, que depois irá decidir se isso é importante ou não. Enfim, a carta mostra com clareza o perfil de uma sociedade marcada pelo ateísmo milenar, em que a vida de um ser humano não vale mais do que um saco de batata.
Diácono José da Cruz
Sorocaba, SP

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