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27/05/2003 - 02h32

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da Folha de S.Paulo

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SABOR DO SABER

O texto de Rubem Alves sobre "as lições dos moluscos" traz para nós um paralelo muito bom sobre o que é sabedoria e inteligência e até foi tema de discussão em nossa reunião de professores.
Vanildon Zangrando Muradi
São Paulo, SP

CAPA

Sobre a reportagem de capa, acredito que a idéia é boa, mas os exemplos, equivocados. Muito do que foi falado não mostra exatamente novas profissões, mas simplesmente novos ramos e adaptações de carreiras existentes. Biodireito e direito eletrônico: novas áreas para o advogado. Biblioteconomia: se saiu de bibliotecas e passou para empresas e internet, é apenas por causa das novas mídias, já que o trabalho continua o mesmo, catalogar dados. Por falar em internet, acho que estão vinculadas a ela setores profissionais que, de fato, são novos, como webdesign e tecnologia da informação, e não foram citados. Ao menos são mais novos que direito e biblioteconomia.
A propósito, na página 15, fala-se: "Mesmo que você nunca mais tenha visto um, o lanterninha ainda existe". É claro que existe. Se a reportagem não viu nenhum, é porque deveria ficar mais atenta.
Igor Siqueira
São Paulo, SP

INTELIGÊNCIAS

Parabéns a Gilson Schwartz por sua última coluna. Infelizmente, concordo com ele e digo mais: as relações humanas, de uns tempos para cá, estão sendo construídas sobre castelos de cartas e, como reflexo disso, a "mídia" (tão deificada que virou pessoa e deve ser amigona do "mercado") parece um "gigante de aço em pés de barro". Atrás de tanta quintessência, nos esquecemos da substância real, atrás da pauta com a "cara do meio" (Folha, Globo, etc.). Substituímos a pauta dos fatos diários e reais na sua inteireza por uma pauta ideológica que recorta nitidamente os fatos segundo seus interesses políticos sem disfarçar nem um pouquinho...
Paradoxalmente, esse é um retrato fiel da sociedade: ouvimos o que queremos ouvir, tornamo-nos vazios e prestes a ruir. Assim caminhamos da esperança ao medo, mais substancioso e real nestes dias tão tristes.
Maria Paula Guerreiro
São Paulo, SP

POLÊMICA

Por mais que o professor Romulo Lins tente contradizer o que afirmou a professora Suely Druck [Sinapse, 25 de março], não vai conseguir seu intento, pois os fatos estão contra ele. Noventa e cinco por cento odeiam a matemática. Por quê? Porque os professores, em sua maioria, são péssimos, são encarados como carrascos. Durante quase 20 anos de vida estudantil, tive bons professores da matéria somente em 4 deles e, "coincidentemente", saí-me muito bem então. Por favor, vamos tentar enxergar a realidade em vez de tapar o Sol com uma peneira.
Cacalo Kfouri
São Paulo, SP

Sou professora aposentada, tendo lecionado matemática durante vários anos na rede pública do Estado de São Paulo (ensinos fundamental e médio) e também no ensino superior.
A polêmica gerada pelo Sinapse por meio da publicação dos artigos de conceituados professores dessa área de ensino enriqueceram minha pesquisa de mestrado, cuja conclusão é que as diversas competências que o professor de matemática deve ter precisam estar impregnadas da sua competência política. Ele deve considerar a sua ação docente como exercício da sua própria cidadania.
Esse novo paradigma de professor de matemática não se baseia na complexidade ou no "barateamento" do conteúdo —tampouco na ênfase exagerada nas metodologias de ensino. O ponto de partida é a consideração do conhecimento matemático como um processo dinâmico, histórico e contextualizado.
Considerando-se, antes de tudo, um educador, cabe ao professor de matemática fazer do conteúdo específico da sua disciplina um instrumento de formação, e não apenas de informação.
Marlene Aparecida Soares
Presidente Venceslau, SP

A salutar polêmica Druck versus Lins é um bom convite para expandir algumas considerações e assumir posicionamentos nas discussões. Antecipo posição. Liminarmente, adiro a uma distinção fulcral: o decisivo não é perguntar o que de matemática o professor precisa saber, e sim, como enfatiza Romulo Lins, a matemática de quem o professor precisa saber. Essa é a grande proposta para uma outra dimensão na formação do educador: para quem será ensinada essa matemática.
Hoje, luta-se, cada vez mais, para superar tempos em que não se escondia o quanto a transmissão de conteúdos era o que importava. Um dos índices de eficiência de um professor ou de um transmissor de conteúdos era a quantidade de páginas repassadas aos estudantes, os receptores. Um estudante competente era aquele que sabia, isto é, que era depositário de conhecimentos.
Há utopias que podem se converter em realidades. Uma delas é levarmos para um maior números de homens e mulheres uma mais eficiente alfabetização científica. Debates como os que são catalisados no Sinapse ajudam a isso.
Attico Chassot, professor do curso de pedagogia e do programa de pós-graduação em educação da Unisinos
São Leopoldo, RS


SINAPSE

Agradeço ao Sinapse o fato de proporcionar informações úteis e interessantes para quem gosta de manter-se antenado com o mundo.
José Eduardo Alves
São Paulo, SP

Eu, minha mãe, minhas primas, meus vizinhos, meus colegas de escritório e de universidade e até mesmo Fly (meu cachorro) gostaríamos de parabenizar a Folha pelo caderno Sinapse. Gilberto Dimenstein, Rubem Alves e Gilson Schwartz brilharam mais uma vez. Parabéns por reunirem com brilhantismo as reportagens. Isso, sim, é que chamamos de cultura útil.
Claudia Z. de Souza
Uberlândia, MG

TESTE

Gostaria de manifestar minha discordância a respeito do teste sobre Graciliano Ramos. Além de apresentar algumas questões irrelevantes para o conhecimento e o entendimento da obra desse grande autor, a avaliação quantitativa apresentada no campo do gabarito representa um crime à concepção de Flaubert, citada pela própria autora do teste, de que "a única forma de suportar a existência é mergulhar na literatura como numa orgia perpétua".
Dizer à pessoa o que ela deve fazer em função do número de questões que acertou, considerando-se o pequeno número de questões e a pobreza de conteúdo do teste publicado, pode desestimulá-la a um mergulho na obra de Graciliano, sobretudo no caso dos vestibulandos.
Renato Cury Tardivo
São Paulo, SP

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