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27/05/2003 - 03h06

Temporada no exterior alia aprendizado e vivência

VERÔNICA FRAIDENRAICH
free-lance para a Folha de S.Paulo

Se a qualidade dos estágios no país é matéria controversa, ter uma experiência no exterior é uma oportunidade que não se deve perder. A possibilidade de aprender uma língua nova, conhecer outra cultura e vivenciar um outro mercado de trabalho são algumas das vantagens para quem decide passar um tempo fora do país.

Cris Bierrenbach/Folha Imagem
Hermann Greb, que faz engenharia civil na Unip
O estudante do último ano de engenharia civil da Unip (Universidade Paulista) Hermann Greb Netto, 23, teve uma das melhores experiências profissionais longe de casa. Escolheu fazer estágio em uma multinacional de construção civil em Beirute, no Líbano, e sua única despesa foi com a passagem aérea. A empresa o hospedou numa universidade e ofereceu, além da remuneração mensal de US$ 800, transporte e alimentação. "Eu sempre tive curiosidade em visitar os países árabes, principalmente porque eles são bem desenvolvidos na área de engenharia."

O estágio durou dois meses, julho e agosto do ano passado. Greb dominava o inglês, idioma usado dentro da empresa, e acabou trabalhando nas áreas de saneamento básico, estrutura de edifícios, telecomunicações e exploração de petróleo e gás. "O modo de se comportar na empresa e até a maneira de entender os projetos era diferente, e acho que isso foi muito válido para minha formação", conta.

Quem também voltou satisfeito após o estágio no exterior foi Fábio Ulisses Sales Rodrigues. Ele viajou para Berlim, na Alemanha, em setembro do ano passado, no mesmo dia em que defendeu a tese de mestrado em farmacologia no Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Rodrigues, 28, trabalhou durante cinco meses no Instituto Alemão de Nutrição Humana, no Departamento de Endocrinologia, Diabetes e Nutrição. "O mais importante dessa experiência internacional é entrar em contato com culturas diferentes."

Para a coordenadora de cooperação internacional da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Suzana Queiroz Monteiro, é inegável a importância de ter uma vivência profissional em outro país. "Quando voltam, os estudantes não demoram a me procurar para obter informações sobre como fazer mestrado ou doutorado lá fora."

O estudante pode se informar sobre as oportunidades existentes na própria universidade, mas há também agências especializadas em programas de educação no exterior. A Central de Intercâmbio coordena no Brasil a Iaeste (International Association for the Exchange of Students for Technical Experience), membro consultivo da Unesco que promove intercâmbio entre estudantes de mais de 70 países. Outro órgão internacional que oferece estágios fora do Brasil é a Aiesec (Association Internationale des Étudiants en Sciences Économiques et Commerciales).

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