27/05/2003 - 03h36

Para revelar um talento

MARCELO VAZ
free-lance para a Folha de S.Paulo

Maio, em São Paulo, é o mês da foto. Com mais de 30 exposições que fazem parte do 6º Mês Internacional da Fotografia e continuarão nas próximas semanas, a cidade reúne trabalhos de alguns importantes profissionais brasileiros e estrangeiros. Mas não desista de sua potencial carreira se, ao visitar uma exposição, você se sentir incapaz de chegar aos pés dos artistas representados.

Gal Oppido

Foto de Gal Oppido exposta na Pinacoteca do Estado, em São Paulo

Vinculadas ou não às celebrações, diversas escolas e galerias oferecem cursos e oficinas para todos os níveis e gostos. Há desde os técnicos, que explicam o manejo e o funcionamento da câmera, até debates teóricos voltados a quem prefere refletir sobre a fotografia. O Senac-SP, por exemplo, prepara cerca de 20 cursos para junho e julho. A Ímã Foto Galeria deverá atender o público em dois workshops com profissionais da área, e o Espaço Ophicina fará análise de portfólios.

"Cursos podem acelerar processos que se manifestariam de maneira mais lenta", afirma Gal Oppido, 51, fotógrafo que está com uma exposição na Pinacoteca do Estado e ministra um curso sobre a relação entre luz e objeto no MAM. Mas ele ressalva que a sala de aula não é garantia de sucesso imediato —mesmo para quem não tem grandes ambições artísticas. "Em fotografia, quantidade é fundamental. É preciso suor."

Como forma de melhorar a sensibilidade, Oppido sugere buscar referências em outras fontes de expressão, como a pintura. E o francês Henri Cartier-Bresson, 94, um principais fotógrafos do século 20, teve no desenho parte de sua formação. Em entrevista recente ao diário "Le Monde", afirmou que foi com um professor de pintura, no final dos anos 20, que aprendeu geometria e senso de forma —características que considera fundamentais para obter boas fotografias.

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