Folha Online sinapse  
25/05/2004 - 02h30

Teste: "O que será que será?" (gabarito)

FERNANDO DE BARROS E SILVA
editor de Brasil

Confira abaixo o gabarito do teste "O que será que será?", sobre Chico Buarque, publicado no Sinapse de 25 de maio de 2004. Para fazer o teste, clique aqui.

1. b) Ultramontanos era o nome de uma seita religiosa que se tornaria um dos braços da TFP (Tradição, Família e Propriedade), movimento que se destacou pela mobilização a favor do golpe de 64. Muito jovem, Chico foi atraído para a seita por um professor de história e dela participou por alguns meses. Preocupados, os pais Sergio Buarque e Maria Amélia o enviaram para um internato em Cataguases (MG). Quando voltou de lá, um semestre depois, Chico já havia deixado os Ultramontanos para trás.

2. b) Chico e um amigo foram presos em flagrante pela polícia, atrás do estádio do Pacaembu, quando tentavam "puxar" um carro para dar umas voltas pelo bairro. Detido, apanhou na delegacia e foi liberado horas depois. Por ordem judicial, ficou sem poder sair de casa à noite durante seis meses, até completar 18 anos.

3. d) "Sabiá", apesar de vencer o festival, foi muito vaiada na final da etapa nacional do evento, quando concorria com "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores", de Geraldo Vandré, a preferida do público. Em viagem à Itália, Chico não viu o constrangimento por que passou Tom Jobim, paralisado no palco ao lado das irmãs Cynara e Cybele, as intérpretes que enfrentaram o Maracanãzinho lotado. Traumatizado, Tom lhe telefonou pedindo socorro, e Chico voltou ao país para participar da final da etapa internacional, quando a canção foi então ovacionada.

4. c) Escrita por Chico em 1967, "Roda Viva" foi dirigida em 1968 por José Celso Martinez Corrêa, que fez da montagem, anarquizante e violenta, um marco do Teatro Oficina. O espetáculo, que tinha como tema as engrenagens do showbiz, se transformou numa fonte de inspiração dos tropicalistas, incomodou parte da esquerda e provocou a reação irada da direita.

5. d) Chico Buarque só voltou a fazer temporada de shows no início de 1988, com a turnê do disco "Francisco", lançado em 1987. Foram 13 anos longe dos palcos, dos quais ele diz sentir pânico, embora tenha aprendido a controlá-lo melhor com o passar dos anos.

6. c) Logo que foi lançada, "Vai Passar" (1983), um samba carregado de euforia e esperança, se converteu numa espécie de hino das diretas. Já "Pelas Tabelas", de 1984, foi associada ao sentimento de frustração diante da derrota da emenda no Congresso, em abril daquele ano. "Quando ouvi a cidade de noite batendo panelas/ Pensei que era ela voltando pra mim", diz uma passagem da canção.

7. a) Augusto Boal, diretor do Teatro de Arena formado no marxismo, é o "caro amigo" que se encontrava exilado em Portugal.

8. d) Pagão, o centroavante que fez dobradinha com Pelé no grande Santos dos anos 60, é um dos maiores ídolos de Chico. Ele deixou de assinar com o nome do craque uma única vez, quando recebeu no campo do Politheama, no Recreio dos Bandeirantes, sua visita inesperada, durante a gravação de um especial de TV em 1984.

9. a) Julinho da Adelaide é o pseudônimo que Chico criou em 1974 para driblar a censura que o perseguia. Na sua pele, Chico compôs três músicas: "Acorda, Amor", incluída no disco "Sinal Fechado", "Jorge Maravilha" e "Milagre Brasileiro". A identidade de Julinho foi desvendada em 1975 por uma reportagem do "Jornal do Brasil".

10. b) Benjamim, o protagonista do livro homônimo, vive dentro de um tempo nostálgico, preso à imagem de seu grande amor da juventude, a modelo Castana Beatriz, morta pela repressão à luta armada nos anos 60. Nos anos 90, ele irá encontrar em Ariela Masé, uma corretora de imóveis, o fantasma de Castana. O livro transita entre esses dois momentos do personagem e da história do país.

     

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