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24/09/2001 - 11h49

Operadoras brasileiras buscam alternativas de viagem

da Folha de S.Paulo

O clima de apreensão que tomou conta do setor turístico brasileiro quando aconteceram os atentados nos EUA não permaneceu nos dias seguintes a ponto de causar desespero entre operadoras e agências de viagem do país.

As empresas estão aguardando uma melhor definição da situação, mas, sem perder tempo, estão se movimentando para conquistar espaço com as novas possibilidades que surgem, como um previsível aumento nas viagens domésticas (devido ainda à redução de vôos para o exterior e à alta do dólar) e para as áreas distantes dos conflitos.

"Muitas operadoras já estão lançando alternativas de viagem no hemisfério Sul, que seriam a América do Sul inteira, Taiti, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul", diz Ilya Hirsch, presidente da Braztoa, associação que reúne 64 operadoras de viagens.

Inclui-se ainda nesse roteiro o Caribe. "Os clientes estão em compasso de espera, e isso me parece normal." Para ele, os EUA podem vir a ser um lugar até mais seguro depois de tudo que aconteceu.

De acordo com a Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), num primeiro balanço houve queda de 15% a 40% no movimento internacional, mas a situação deve se estabilizar em 60 dias e o movimento doméstico deve crescer 20% no segundo semestre em relação ao mesmo período do ano anterior.

O faturamento deve cair porque haverá menos entrada de dólares, mas, ainda segundo a Abav (que tem 2.870 agências associadas), há um certo tom de otimismo com relação ao mercado interno.

A Stella Barros, para quem os EUA respondem por 60% das vendas, registrou queda de 30% no movimento para aquele país, mas não está pessimista. "As pessoas não estão deixando de viajar, estão mudando ou adiando [a viagem]", explica Fábio Cardoso, diretor de marketing da empresa.

A maioria dos clientes que optaram por mudar de rumo estão escolhendo principalmente destinos brasileiros, além de América do Sul e Caribe.

"O Brasil representa 10% de nossas vendas e até o final do ano deve chegar a 25% ou 30%, em razão do que está acontecendo", diz Cardoso.

Além disso, os brasileiros costumam passar as férias de fim de ano no país, quando é verão. Prevendo uma demanda maior no setor doméstico, a Stella Barros antecipou um programa novo de viagens nacionais -cujo lançamento estava atrasado pela falta de definição de alguns detalhes- em parceria com a Varig e a operadora Agaxtur.

Na Soletur, os cancelamentos para Nova York não chegaram a 5%. Segundo a assessoria de imprensa, os clientes estão adiando as viagens e quem cancelou teve reembolso. A empresa prevê queda de 50% no movimento para os EUA e de 20% nas viagens para o exterior de um modo geral.

A Tia Augusta, que trabalha com os parques da Disney (60% das vendas), mantém na agenda o envio de 220 crianças para Orlando no feriado de 12 de Outubro. "Acho que é porque é o sonho da criança, e as medidas de segurança que estão sendo tomadas beneficiarão o passageiro", diz a presidente, Augusta Fortunato.

"As pessoas [que ligaram após os atentados] eram objetivas, queriam saber se os preços baixariam", disse ela, que acredita que haverá promoções. "O mercado de lazer não pode parar."

Mas, de olho no mercado brasileiro, a empresa deve lançar nos próximos dias pacotes para o Nordeste para grupos de crianças.

A Ambiental, que vende roteiros de ecoturismo no Brasil, sentiu um primeiro impacto positivo, com um "aumento forte" na procura, que no entanto ainda não havia sido contabilizado até a semana passada, segundo Israel Waligora, sócio-gerente da operadora. Para ele, o que deverá pesar mais na decisão de quem for viajar será a alta do dólar.

No setor aéreo, apesar de as companhias estarem passando por período turbulento, as brasileiras que têm vôos internacionais devem mantê-los.

A TAM continua a ter três vôos diários para Miami, e a Varig, que devolveu 13 aeronaves e demitirá 10% dos funcionários, mantém os 38 vôos para os EUA.

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