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12/05/2003
-
05h00
Criveiras. O Aurélio não registra a profissão, mas esse é o nome pelo qual são conhecidas as bordadeiras do município de Governador Celso Ramos. Do linho puro ao algodão, as criveiras seguem a tradição do tempo das vovós açorianas e utilizam qualquer tipo de pano que possa ser desfiado, transformando-o em elegantes toalhas, guardanapos, enxovais, cortinas e até roupas, entrelaçadas nos mais variados motivos.
Trazida por imigrantes da ilha dos Açores que aportaram em Santa Catarina no século 18, a arte é hoje manejada por cerca de cem mulheres do município, a maioria com mais de 30 anos.
E os sobrenomes não deixam mentir a origem açoriana. As Passos, Coelhos, Pereiras e Veríssimos comandam a Coopearte (Cooperativa de Criveiras de Governador Celso Ramos) há quatro anos. Participaram de um desfile de moda com um grupo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2001 e hoje exportam seus bordados para Milão.
Cerca de 40 trabalhos ficam expostos numa antiga casa amarela de madeira. Só que a maioria dos visitantes prefere fazer as próprias encomendas, escolher a cor, o tipo de tecido e os desenhos.
O complicado é entender o vocabulário específico que rodeia a atividade dessas criveiras. "Você quer com bainha aberta? A toalha com crivo? Quer olho-de-pombo?", indaga a coordenadora da cooperativa, Jane Eugenita dos
Passos, 32, que aprendeu a crivar com a mãe, dona Eugenita, 72.
Tudo muito simples -para as criveiras-, mas o linguajar requer tradução. A compreensão vem com o entendimento do passo a passo da arte do bordado tradicional. Primeira etapa: desfiar o tecido. Os fios são puxados do pano escolhido para ser enquadrado numa tábua, chamada de bastidor (segunda etapa). Terceira: tampar. As criveiras moldam com a agulha os desenhos em forma geométrica ou de flores, de objetos de cozinha e de animais. Quarto passo: urdir. Isso significa que os fios soltos são entrelaçados.
Em seguida, o caseado -finalmente uma palavra familiar- , que é o arremate. Enfim, o pano é retirado da tábua. Eis, por exemplo, uma toalha com crivo, ou seja, com a barra toda ornada. Mas e se o cliente quiser que o bordado fique mais no centro, com uma bainha no final do tecido? Essa será, então, uma toalha com crivo no meio e bainha aberta.
Para fazer uma toalha de 1,10 x 1,10 m, as oito criveiras da cooperativa levam até 15 dias trabalhando quatro horas e meia. O preço de uma toalha com essa medida pode chegar a R$ 300. Tudo depende do trabalho que der.
Para simplificar, quanto mais crivado o tecido, mais caro ele será.
Coopearte - SC-410 - km 3, s/nº, Areias do Meio; tels.: 0/xx/48/296-2292 ou 0/xx/48/9983-1753.
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Criveiras traduzem a arte açoriana
da enviada especial da Folha de S.Paulo a Santa CatarinaCriveiras. O Aurélio não registra a profissão, mas esse é o nome pelo qual são conhecidas as bordadeiras do município de Governador Celso Ramos. Do linho puro ao algodão, as criveiras seguem a tradição do tempo das vovós açorianas e utilizam qualquer tipo de pano que possa ser desfiado, transformando-o em elegantes toalhas, guardanapos, enxovais, cortinas e até roupas, entrelaçadas nos mais variados motivos.
Trazida por imigrantes da ilha dos Açores que aportaram em Santa Catarina no século 18, a arte é hoje manejada por cerca de cem mulheres do município, a maioria com mais de 30 anos.
E os sobrenomes não deixam mentir a origem açoriana. As Passos, Coelhos, Pereiras e Veríssimos comandam a Coopearte (Cooperativa de Criveiras de Governador Celso Ramos) há quatro anos. Participaram de um desfile de moda com um grupo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2001 e hoje exportam seus bordados para Milão.
Cerca de 40 trabalhos ficam expostos numa antiga casa amarela de madeira. Só que a maioria dos visitantes prefere fazer as próprias encomendas, escolher a cor, o tipo de tecido e os desenhos.
O complicado é entender o vocabulário específico que rodeia a atividade dessas criveiras. "Você quer com bainha aberta? A toalha com crivo? Quer olho-de-pombo?", indaga a coordenadora da cooperativa, Jane Eugenita dos
Passos, 32, que aprendeu a crivar com a mãe, dona Eugenita, 72.
Tudo muito simples -para as criveiras-, mas o linguajar requer tradução. A compreensão vem com o entendimento do passo a passo da arte do bordado tradicional. Primeira etapa: desfiar o tecido. Os fios são puxados do pano escolhido para ser enquadrado numa tábua, chamada de bastidor (segunda etapa). Terceira: tampar. As criveiras moldam com a agulha os desenhos em forma geométrica ou de flores, de objetos de cozinha e de animais. Quarto passo: urdir. Isso significa que os fios soltos são entrelaçados.
Em seguida, o caseado -finalmente uma palavra familiar- , que é o arremate. Enfim, o pano é retirado da tábua. Eis, por exemplo, uma toalha com crivo, ou seja, com a barra toda ornada. Mas e se o cliente quiser que o bordado fique mais no centro, com uma bainha no final do tecido? Essa será, então, uma toalha com crivo no meio e bainha aberta.
Para fazer uma toalha de 1,10 x 1,10 m, as oito criveiras da cooperativa levam até 15 dias trabalhando quatro horas e meia. O preço de uma toalha com essa medida pode chegar a R$ 300. Tudo depende do trabalho que der.
Para simplificar, quanto mais crivado o tecido, mais caro ele será.
Coopearte - SC-410 - km 3, s/nº, Areias do Meio; tels.: 0/xx/48/296-2292 ou 0/xx/48/9983-1753.
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