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14/06/2004 - 11h03

Música irlandesa, gastronomia e cinema reverenciam o Bloomsday

MARGARETE MAGALHÃES
da Folha de S.Paulo

Uma pitada da cultura irlandesa revelada na literatura, na gastronomia e na música estará à disposição dos brasileiros até o fim desta semana em pelo menos quatro Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Essa imersão real só é possível graças a uma data da ficção, o 16 de junho, conhecido no mundo todo por Bloomsday.

A data imortalizou o dia em que Leopold Bloom, protagonista do livro "Ulisses", do irlandês James Joyce --escritor que revolucionou a linguagem literária--, andou pelas ruas de Dublin.

Comemorado até agosto na Irlanda, o Bloomsday brasileiro pela primeira vez não ficará restrito a um dia. Neste ano, o fictício 16 de junho de 1904 celebra o primeiro centenário, e a programação inclui sessões de cinema, apresentação de música irlandesa, palestras e debates sobre a obra, almoço inspirado no menu oferecido por amigos em homenagem a Joyce em 1929, concurso e leituras de fragmentos de "Ulisses".

"No mundo todo se comemora uma obra ficcional como se os personagens existissem", explica a professora de literatura da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas) da USP Munira Mutran e organizadora do evento em São Paulo.

A celebração dos cem anos do Bloomsday na capital está sendo organizada pela Embaixada da Irlanda no Brasil e pela USP, que estréia sua participação na festa.

O evento "100 Anos de Bloomsday" foi aberto anteontem com a mostra "International Joyce". Nela, 22 painéis retratam a vida do autor: família, filhos, escola, amigos, locais em Dublin, como a O'Connel Street e o rio Liffey, mencionados com freqüência nos livros de Joyce, e a torre Martelo (cenário do primeiro capítulo de "Ulisses"). Há também fotos de Trieste (Itália) e Zurique (Suíça), sendo esta última a cidade onde o autor de "Finnegans Wake" morreu em 1941.

A mostra fica em cartaz até 30 de junho na casa de Dona Yayá. Além da capital paulista, essa mesma exposição, que até o final do ano terá rodado 40 cidades, está sendo exibida na data do Bloomsday em Copenhague, Nova York, Paris, Moscou e Cairo.

Hoje e amanhã haverá filme, palestra e debate no Cinusp e no anfiteatro de História, na Cidade Universitária.

O encerramento oficial do Bloomsday em São Paulo, dedicado ao seu mentor, o poeta Haroldo de Campos, morto no ano passado, será no veterano pub irlandês Finnegan's pela 17ª vez. O grupo musical Irish Dreams, formado por brasileiros e nascido em 1997, também num Bloomsday, escolheu um repertório que privilegiará canções mais melodiosas e outras alegres e rápidas, ao estilo das tocadas em pubs irlandeses.

Na apresentação, o grupo teve o cuidado de pesquisar e selecionar músicas citadas em "Ulisses", como "The Croppy Boy", com letra de conteúdo político, e "The Last Rose of Summer". Aconselha-se chegar ao Finnegan's às 18h.

É importante saber que para entrar na onda das comemorações desse centenário não é necessário ser versado em James Joyce. "Todo ano vai bastante gente que não conhece Joyce", afirma o poeta Marcelo Tápia, organizador do Bloomsday desde 1992.

Será entregue aos participantes um livreto com artigos introdutórios sobre a obra do escritor. Se quiser se iniciar antes dos eventos, confira no site capitu.uol.com.br a programação e explicações sobre o centenário do dia de Bloom e sobre James Joyce.

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