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14/06/2004 - 11h12

United Airlines diz sair do "Chapter 11" em setembro

SILVIO CIOFFI
da Folha de S.Paulo

Uma das megacompanhias aéreas do planeta, voando para 109 destinos em 23 países, a norte-americana United Airlines é tão gigantesca que O'Hare, o aeroporto de Chicago onde funciona seu principal entroncamento aéreo (ou "hub", no jargão aeronáutico), é o maior do mundo.

Mas como nem tudo é céu azul desde que os atentados terroristas do 11 de Setembro, em 2001, mudaram o mundo para pior, a empresa luta agora para suspender o "Chapter 11", espécie de concordata, em que se viu enquadrada.

Na entrevista a seguir, Larry D. De Shon, 44, vice-presidente mundial de operações de aeroportos, há 26 anos na empresa, desenhou, com exclusividade para a Folha, um panorama da aviação nos EUA e no mundo, avaliando a atuação da aliança Star Alliance (à qual a United pertence) e das suas principais concorrentes globais, a SkyTeam e a OneWorld.

DECOLAGEM - "Vamos sair da situação de "Chapter 11" até setembro. Hoje transportamos 5,99 milhões de passageiros/anualmente, e o índice de ocupação dos assentos em maio subiu 21,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, estando agora na casa dos quase 90%. Nos cinco primeiros meses deste ano, de janeiro a maio, a United aumentou a ocupação dos assentos em 4,6% em relação a igual período de 2003. O aumento na divisão da América Latina foi de 69,8% para 76,7%. A United (www.united.com.br), a regional United Express e a nova empresa de baixo custo Ted, que terá 45 aviões até setembro, operam, juntas, 3.500 vôos diários."

VÔOS BRASIL/EUA - "Sim, tínhamos um vôo diário para Miami e outro para Chicago, mas decidimos mudar, fazendo um vôo para Washington/Dulles e outro para Chicago, usando o Boeing-767. Em Dulles, temos também uma enorme operação, triangulando vôos para todo o território dos EUA. Assim, em vez de continuar voando direto para Miami, optamos por privilegiar os entroncamentos aéreos ("hubs'), onde temos enorme capacidade de conexão. Embora haja passageiros que se destinam a Miami, mesmo com conexões, temos serviço atraente para lá."

OPERAÇÕES - "No que concerne à United, cuja recuperação tem sido consistente, estou neste momento inspecionando as operações aeroportuárias na Europa e na América do Sul, falando sobre performance, encontrando autoridades. Ao longo de 26 anos, trabalhei em diversas divisões da empresa, comecei em Kansas City, Missouri, onde etiquetei malas. O Brasil é obviamente um país fundamental nas nossas operações sul-americanas, trabalhamos duro aqui para manter nosso nível de excelência, para garantir produtividade, para melhorar."

CONDIÇÕES AEROPORTUÁRIAS - "O que achei por aqui, em São Paulo e no Rio, foi uma boa condição de operação aeroportuária. Há crescimento e renovação no ar. Depois do 11 de Setembro, as condições de segurança dos aeroportos em geral --e dos EUA em particular-- foram incrementadas. As coisas foram colocadas em perspectivas pelos governos dos EUA e dos demais países, a segurança foi redobrada, as filas cresceram --e fazemos nossa parte para ajudar. Os números do tráfego aéreo estão hoje no nível do pré-atentado, há mais segurança. Meu trabalho é simplificar as coisas, mesmo que o mundo tenha mudado depois de 2001."

VÔOS GLOBALIZADOS - "Fazemos, como United, 1.900 vôos diários no mundo todo, somos fundadores da aliança Star Alliance, que agora, com a entrada da TAP-Air Portugal, da finlandesa Bluel e da South African Airways, decola 15 mil jatos diariamente. Fundada em 1997 por empresas como United, Lufthansa, Air Canada, SAS, Thai e Varig, a Star Alliance, que tem ainda parceiros como a ANA, está, sim, sofrendo a concorrência das alianças OneWorld [que conta com as gigantes British e American] e SkyTeam [que reúne, entre várias, a Air France, a Alitalia, a Korean, a Delta e a KLM]. Assim, no universo mutável da alianças, temos sabido crescer --e o desafio é crescer encontrando parceiros na China, na Índia e na Rússia [onde a gigante Aeroflot parece tentada a optar pela SkyTeam]."

MARCAS - "A Star Alliance é marca sólida e tem em seu bojo companhias aéreas reconhecidas. Embora a construção da marca da aliança seja o desafio [empresas como Thai Airways têm o logo da Star Alliance em letras bem maiores que a de seu próprio], o nome de cada empresa é patrimônio. Na minha visão, as diferenças são importantes para o passageiro. Embora trabalhemos em grupo para facilitar a vida do consumidor, persiste a individualidade."

CRESCER BEM - "A Star Alliance está tentando crescer com as empresas trabalhando realmente em cooperação, há comitês cuidando dessa integração, não basta pertencer à mesma aliança mas é preciso ter sinergia, não cabe competição dentro de um mesmo grupo. Com relação à Varig, uma empresa tradicional, e à nossa parceria, temos uma ótima relação. Nós medimos performances para auferir serviço em bases semanais no mundo inteiro. Temos como base vários indicadores e discutimos índices. Muito do meu tempo é gasto em aeroportos de todo o mundo, medindo e analisando números, queremos sempre melhorar, interagir com eficiência com nossos consumidores. Medimos nossa performance com as malas, onde prestamos atenção, e nosso nível de excelência é incomparável, mas olhamos custos, limpeza do avião, pontualidade, trabalhando aí em estreita conexão com autoridades, evitando atrasos."

OCUPAÇÃO - "De acordo com números fornecidos por Josué Meza, diretor-geral da United no Brasil, estamos com ocupação de 80% nos 14 vôos que operamos entre São Paulo e Rio e os EUA. E usamos quase sempre Boeings-767 na rota, bijatos que têm capacidade para cerca de 188 passageiros. Também temos, no mundo todo, a norma de mecanizar e informatizar, facilitando no que for preciso a vida do cliente e de nossos empregados. Investimos constantemente em tecnologia."

Especial
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