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07/06/2005 - 18h18

Mergulho: Nem inverno afugenta aventura no litoral sul

RICARDO PINHEIRO
Colaboração para a Folha Online

Aí vem o inverno. E com ele águas mais frias, mar mais grosso, vontade de dormir até mais tarde. Pois se engana quem pensa que mergulhar no inverno só tenha desvantagens. Na verdade, os mergulhos entre os meses de abril e agosto podem trazer algumas boas surpresas, em especial para quem está no litoral de São Paulo.

Com relação às águas mais frias, sem dúvida elas serão uma realidade. Mas vale lembrar que na região Sudeste raramente encontraremos águas com temperatura tão baixa que nos impeçam de mergulhar. Nada que uma boa roupa de mergulho e um capuz --peça às vezes negligenciada por boa parte dos mergulhadores-- não resolvam.

Ainda em relação à água, outra grande vantagem dessa época do ano é a ausência quase total das termoclinas, aquelas correntes de água mais frias, normalmente no fundo, que provocam uma brusca mudança de temperatura durante os mergulhos em meses de calor.

Quanto ao mergulho em si, há entre os mergulhadores mais tarimbados aqueles que defendem a tese de que é exatamente nessa época do ano que é possível encontrar águas mais limpas e, melhor ainda, um número menor de "turistas de final e semana", como são conhecidos os mergulhadores que fazem questão de mergulhar apenas em águas "quentinhas" e "limpinhas".

Mas, como estamos falando especificamente da região sudeste, não podemos esquecer de um dos maiores atrativos do nosso litoral todos os anos, exatamente nessa época do ano: a presença das Arraias Manta (ou Jamantas, como preferem alguns) na região do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos. E não há mergulhador que não sonhe com esses encontros, mesmo os mais experimentados.

De uma maneira geral, encontrar esses fantásticos animais em qualquer circunstância já é uma aventura. O que dirá, então, de ter a chance de interagir nadando lado-a-lado, acompanhando seu comportamento normalmente dócil e curioso, típico de uma espécie que possui poucos predadores naturais dado seu tamanho alguns indivíduos podem chegar a 6 metros de envergadura.

Durante todo o período de outono/inverno, a chance de um encontro com esses animais tanto na Laje de Santos quanto na Ilha da Queimada Grande, também no litoral paulista, é bastante grande, ocasiões aguardadas com ansiedade por pesquisadores, fotógrafos e biólogos marinhos em geral.

Também nessa época aumentam os avistamentos das Baleias de Bride, espécie ainda pouco conhecida, de porte médio, e que costuma dar as caras nas imediações do Parque. Nesse caso, aliás, os biólogos pedem para que qualquer avistamento seja imediatamente comunicado, dada a falta de informações sobre esses animais.

Por fim, é a época também do aparecimento de pingüins e leões marinhos, que por seguirem correntes frias acabam chegando a essa região sem ter a noção de que dificilmente encontrarão uma rota segura para o caminho de volta ao sul do continente.

Enfim, aí está uma boa dica para quem ainda não sabia dessas opções de mergulho. Coloque uma boa roupa, procure uma operadora de mergulho autorizada a operar na região do Parque Estadual da Laje de Santos --não é autorizada a operação com embarcações não-credenciadas-- e caia na água. Você pode ter boas surpresas por lá!

Ricardo Pinheiro é jornalista e instrutor de mergulho pela PDCI Brasil
e-mail: ricardo@biospheramergulho.com.br
 

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