Araras de espécies diferentes superam desavenças e ficam no maior chamego

Adriano chega devagarinho. Mesmo virada de costas, sua companheira sente a aproximação e recebe como recompensa uma leve bicadinha no cocuruto. Depois, a dupla se aconchega lado a lado no mesmo galho.

Ele é uma arara-militar, com penas verdes e bico rodeado por um carmim. Ela, ainda sem nome, é uma arara-vermelha de plumagem brilhante. Juntos desde o ano passado, quando passaram a viver no mesmo recinto, os dois formam uma espécie de casal inter-racial no zoológico de São Paulo. E pouco se separam –é só grasnada pra lá e chamego pra cá.

Quem assiste à cena até pode esquecer que, apesar de dizerem que o amor supera todas as diferenças, provavelmente essa união não iria ser celebrada na natureza.

Adriano chegou à instituição em 2006, após ser resgatado em um cativeiro ilegal. Já sua companheira foi doada e vive no zoo desde 2000. O "match" só deu certo porque araras vivem em bandos e precisam de companhia. E, como ali não há uma arara-militar fêmea, sabe como é: rolou a troca de olhares, as penas eriçadas, uma coisa leva à outra...

Mas os biólogos estão atentos e não permitem nenhuma bicada boba ou avançada de sinal no namorico. A ideia é evitar que os dois gerem filhotes, já que seus bebês seriam híbridos (nascidos de espécies diferentes).

Zoológico de São Paulo Av. Miguel Estefano, 4.241, Água Funda, tel. 5073-0811. Seg. a dom., 9h às 17h. Ingr.: de R$ 15 a R$ 36 (crianças menores de 5 anos e deficientes não pagam)

*

CURIOSIDADE

Quando ocorre uma separação, araras em cativeiro tendem a achar outro parceiro.

*

Conheça outros casais de bichos paulistanos

Publicidade
Publicidade