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perdizes e vila leopoldina

Rodas de chorinho em Perdizes alegram bares da vizinhança

Pouco a pouco e discretamente. Assim chegam os músicos da roda de chorinho do Bar do Bacalhau. O evento, realizado toda segunda-feira, é uma das apresentações do gênero que têm espaço garantido na região de Perdizes.

"Acho que o fato de ter bastante choro nessa vizinhança se deve à retomada do ritmo. Muitos jovens começaram a frequentar bares para ouvir a música. Aqui estamos perto de faculdades, da Vila Madalena e de Pinheiros. Isso já atrai esse público", explica o bandolinista Henrique Araujo, 31, que foi um dos criadores da roda do Bar do Bacalhau, na avenida Professor Alfonso Bovero.

Depois de ouvirem reclamações de um vizinho, o instrumentista e seu irmão, o flautista Bira Araujo, resolveram parar de tocar em seu apartamento e há seis anos transferiram a reunião musical para o boteco. Para isso, tiveram apenas que pegar o elevador. "Moro nesse prédio aqui em cima", diz Henrique.

Bruno Santos/ Folhapress
Músicos na roda de chorinho do Bar do Bacalhau, que acontece, em Perdizes
Músicos na roda de chorinho do Bar do Bacalhau, que acontece em Perdizes

Dentre o público da noite, que em sua maioria se revezava entre papos animados (e altos) nas mesas de madeira, garrafas de cerveja e a música, estavam as atrizes e bailarinas Aline Alves, 31, e Marcela Pereira, 27. As duas já ouviam chorinho por influência da família, mas também adotaram a roda por ser um ponto de encontro de amigos.

"O público aqui é bem zona oeste, classe média-alta. É até chato. Seria ainda mais legal se fosse mais popular e diversificado", diz Alves.

Diferentemente de uma apresentação de música comum, a roda de choro pressupõe que qualquer músico que apareça no lugar e queira tocar possa se juntar ao grupo. "É diferente de tocar num bar, uma apresentação, em que você é contratado e pronto", afirma o cavaquinista Leonardo Thomsen, 32.

Com menos conversa paralela e frequentadores mais velhos, o Choro do Izaías, comandado pelo bandolinista Izaías Bueno de Almeida, é uma das rodas mais elogiadas da vizinhança.

Iniciado há cerca de dez anos em um estúdio de gravação, o local reúne músicos da velha guarda, que vão para tocar e assistir, e jovens entusiastas do gênero.

De acordo com a pandeirista e pesquisadora Roberta Valente, a Lapa era, desde os anos 1940, "um reduto de chorões", mas o ritmo ficou mais forte em Perdizes há cerca de dez anos.

"O choro é menos presente em outros bairros, mas não é inexistente. Em São Mateus, na zona leste, por exemplo, também há várias rodas", afirma Valente.

RODAS DE CHORO

Choro do Izaías
Endereço rua Capital Federal, 186, Perdizes
Quando toda sexta-feira, a partir das 20h. Entrada gratuita
Telefone (11) 3871-5919

Bar do Bacalhau
Endereço avenida Professor Alfonso Bovero, 560, Perdizes
Quando às segundas-feiras, a partir das 21h. Entrada gratuita.
Telefone (11) 3673-7052

Bar do Alemão
Endereço avenida Antártica, 554, Perdizes
Quando toda segunda, a partir das 20h. Couvert musical: R$ 15
Telefone (11) 3862-5975

Magnólia Villa Bar
Endereço rua Marco Aurélio, 884, Lapa
Quando aos sábados, a partir das 21h. Couvert musical: de R$ 10 a R$ 50
Telefone (11) 3463-4994

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