Os nove quilômetros de caminhada pela Estrada Velha de Santos, também conhecida como Caminho do Mar, revelam um acervo a céu aberto da história paulista.
O trajeto, que leva cinco horas entre ida e volta, pode começar em São Bernardo do Campo (rodovia SP-148, quilômetro 42) ou em Cubatão (junto à Refinaria Presidente Bernardes).
A origem da estrada remete a 1792, quando o caminho foi pavimentado com rochas trabalhadas à mão para facilitar o transporte de mercadorias para o porto de Santos.
A rota ganhou o nome de Calçada de Lorena, em referência a Bernardo José Maria de Lorena, governador geral da capitania de São Paulo entre 1788 e 1797.
Foi pela Calçada de Lorena que o príncipe regente D. Pedro subiu a serra em direção a São Paulo para proclamar a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822.
As rochas originais não existem mais, mas continua preservado um trecho do calçamento em pedras macadame de 1913, quando a estrada foi adaptada para o tráfego de automóveis.
Na década de 1920, o caminho foi pavimentado com concreto e se tornou a primeira rodovia da América Latina. Era trajeto obrigatório para quem ia à Baixada Santista até a inauguração da via Anchieta, em 1947.
O trajeto foi fechado para automóveis e transformado em passeio ecoturístico em 2004. Cerca de 160 visitantes passam por ali todos os dias, segundo Nilton Peres, gestor da Estrada Caminhos do Mar.
Os participantes são organizados em grupos de no máximo 40 pessoas e acompanhados por monitores da Fundação Florestal, responsável pela administração do espaço.
Os mais sortudos, diz Peres, conseguem ver animais que vivem na mata atlântica, como a jacutinga, o macaco-prego e a capivara. "E em dias de tempo aberto, é possível enxergar as cidades da Baixada Santista a partir dos mirantes."
A caminhada pode ser feita de quinta a domingo. Para fazer o passeio, é preciso agendar com antecedência pelo telefone (11) 2997-5000. O ingresso custa R$ 31. Estudantes pagam meia. Crianças com até 12 anos e pessoas com mais de 60 anos não pagam.