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Teste mostra que Panamera híbrido vira Porsche de verdade na pista

Antes de a Porsche existir enquanto montadora, a família que criou a marca já fazia história na indústria automotiva ao conciliar gasolina e eletricidade para mover um mesmo veículo.

O primeiro carro híbrido foi o protótipo Semper Vivus, apresentado em 1901 por Ferdinand Porsche (1875-1951) e Ludwig Lohner (1858-1925).

Aos 70 anos, a fabricante alemã revive a história com modelos movidos pela combinação de gasolina e eletricidade. Entre esses, está o Panamera.

O sedã foi lançado em 2009, mas sua versão híbrida só estreou dois anos depois. A segunda geração chegou ao mercado em 2016 bem mais parecida com o modelo 911, o esportivo clássico da marca.

Apesar da semelhança, o Panamera não tem a mesma pegada. É de fato um sedã grande de luxo, concorrente de Mercedes E 43 AMG (R$ 524 mil) e BMW 540i (R$ 412 mil).

A Folha testou o veículo. O primeiro encontro com o Porsche ocorre na sede da empresa, na Chácara Santo Antônio (zona sul de SP). O carro está na garagem subterrânea, conectado a uma tomada.

O Panamera é um híbrido do tipo plug-in: além de ter as baterias reabastecidas pelo motor a gasolina ou nas frenagens, é possível recarregá-las direto na rede de energia. Isso permite usá-lo como um típico carro elétrico. O limite é a autonomia de apenas 50 quilômetros nessa condição.

Um botão instalado na coluna de direção permite escolher um dos quatro modos de uso, que vão do E-Power (apenas eletricidade) ao Sport Plus, feito para pistas.

Há muitos outros botões, espalhados por console central, volante e portas. O ar-condicionado é acionado por meio da tela que rodeia a alavanca de câmbio. É mais uma das tantas soluções atuais a complicar o uso do automóvel.

Divulgação
O Semper Vivus, apresentado em 1901 por Ferdinand Porsche
O Semper Vivus, apresentado em 1901 por Ferdinand Porsche

Após alguns minutos de adaptação e ajustes -tanto o volante quanto o banco do motorista têm regulagens eletrônicas-, chega o momento de colocar o Panamera em movimento.

O teste começa no modo E-Power, gastando apenas energia elétrica. O Panamera percorre os 15 quilômetros entre a sede da Porsche e a Redação da Folha, no centro de São Paulo, sem emitir barulho ou queimar gasolina.
O motorista quase esquece que está em um Porsche, mas os detalhes na cabine refrescam a memória. O conta-giros ocupa o espaço principal no quadro de instrumentos, como é tradição na linha, mas o ponteiro permanece parado quando o Panamera está sendo movido por eletricidade.

No caminho para o Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo) é a vez de experimentar o modo híbrido, que acorda o motor V6 sempre que o carro julgue necessário.

Caso se pise com delicadeza no acelerador, o Panamera Hybrid continua a funcionar como um carro elétrico. Porém, basta exigir mais potência para que o som do escapamento ecoe e tudo vire Porsche de novo.
O carro vai de 0 a 100 km/h em menos de cinco segundos, marca restrita aos carros do tipo superesportivos.

Só não é melhor devido ao tamanho. O Panamera tem pouco mais de 5 metros de comprimento, sendo 10 centímetros maior que seus rivais diretos. Em comparação ao 911, são 55 cm extras.

O exagero nas dimensões não se reflete no porta-malas da versão híbrida, que tem 405 litros de capacidade. É menos espaço que o oferecido no sedã compacto Chevrolet Prisma LT (500 litros), que custa um décimo do valor pedido pelo Porsche.

Dentro da cabine do Panamera há comodidade de sobra para quatro ocupantes, todos com direito a assentos reguláveis e com aquecimento.

Melhor que o conforto é o consumo. No modo híbrido em ambiente urbano, o Porsche precisou de menos de 200 ml de gasolina para percorrer os 26,8 km do teste promovido pelo Instituto Mauá de Tecnologia.

O mesmo padrão de teste será usado para medir a eficiência de outros carros híbridos à venda no país, que são a tendência dos próximos anos.

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PORSCHE PANAMERA 4E HYBRID

Preço -  R$ 529 mil
Motor a gasolina - dianteiro, seis cilindros, 2,894 cm³
Motor elétrico - 100 kW
Potência combinada - 462 cv a 5.250 rpm
Torque - 45,9 kgfm a 4.750 rpm
Transmissão - tração integral, câmbio automático de oito marchas
Peso - 2.250 quilos
Porta-malas - 405 litros
Pneus - 265/45 R19 (frente) e 295/40 R19 (traseira)
Aceleração - (0 a 100 km/h) 4,5s
Retomada - (80 a 120 km/h) 3,2s
Consumo urbano - 5,6 km/l (somente gasolina) e 33,7 km/l (modo híbrido)
Consumo rodoviário - 11,2 km/l (somente gasolina) e 182,3 km/l* (modo híbrido)
Comprimento - 5,05 metros
Entre-eixos - 2,95 metros
Largura - 1,93 metro
Altura - 1,42 metro

*Segundo a medição do Instituto Mauá de Tecnologia, o Porsche utilizou eletricidade a maior parte do tempo em percurso de 26,8 quilômetros

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